Kim Jong-un e Putin reforçam aliança. Coreia do Norte vai ajudar Rússia a reconstruir Kursk
A Coreia do Norte vai enviar milhares de trabalhadores da construção civil e bombeiros sapadores para Kursk para ajudar na reconstrução da região russa, destruída devido a ataques ucranianos, anunciou este terça-feira, 17 de junho, o secretário do Conselho de Segurança russo e antigo ministro da Defesa, Sergei Shoigu.
Pyongyang vai enviar para a Rússia mil sapadores para limpar minas e 5000 trabalhadores para reconstruir instalações destruídas.
Este é mais um passo no reforço da cada vez mais estreita ligação entre Kim Jong-un e Vladimir Putin, depois de milhares de soldados norte-coreanos terem sido enviados para a guerra para ajudar a Rússia a repelir a ofensiva ucraniana e de há poucos dias ter partido o primeiro comboio direto entre as capitais dos dois países desde 2020. Para breve estará o regresso dos voos diretos entre Moscovo e Pyongyang, mais de 30 anos depois.
Shoigu viajou recentemente até Pyongyang, onde se encontrou com o líder norte-coreano, naquela que foi a segunda reunião em apenas duas semanas, referindo-se à sua visita como uma consequência de "instruções especiais" do presidente russo.
"O presidente Kim Jong-un decidiu enviar mil sapadores à Rússia para remover minas do território russo, bem como 5 mil trabalhadores da construção civil para reconstruir instalações e infraestruturas destruídas pelos ocupantes", afirmou Shoigu, citado pela agência de notícias estatal russa TASS.
"Acredito que este trabalho vai começar em breve", acrescentou, sublinhando que a prioridade será a desminagem de determinadas áreas.
O jornal estatal russo Rossiiskaya Gazeta publicou um vídeo do líder norte-coreano a abraçar Shoigu antes de de o acompanhar a uma sala com uma longa mesa de negociações. "Passaram duas semanas e já nos reencontrámos", disse Kim Jong-un, revelando boa disposição.
O responsável russo, que já se tinha encontrado com o líder norte-coreano a 21 de março e 4 de junho, disse ter transmitido uma mensagem de Putin, cujo conteúdo não foi divulgado.
Durante o mais recente encontro, foram discutidas as relações entre Rússia e Estados Unidos, a guerra na Ucrânia, a situação na Península Coreana e outras questões de segurança.
Os serviços secretos britânicos revelaram esta semana que as tropas norte-coreanas sofreram mais de 6000 baixas em Kursk, mas a Coreia do Norte não divulgou as suas perdas nem reconheceu ter prestado assistência militar à Rússia. Porém, Estados Unidos e Coreia do Sul alegam que Pyongyang enviou mísseis balísticos, rockets antitanque e milhões de cartuchos de munições para a Rússia para serem utilizados na sua guerra contra a Ucrânia.