O Ministério Público alemão acusou esta terça-feira (26 de agosto) um cidadão afegão, alegado autor do atropelamento múltiplo em fevereiro contra um grupo de pessoas em Munique, de duas acusações de homicídio e outras 44 acusações de tentativa de homicídio."O arguido cometeu o crime por motivações religiosas", explicou o Ministério Público, num comunicado em que garante que o afegão atropelou "deliberadamente" e aleatoriamente as pessoas "como reação ao sofrimento dos muçulmanos nos países islâmicos".O arguido, então com 24 anos, atropelou um grupo de manifestantes que participavam num evento organizado em fevereiro pelo sindicato Ver.di para exigir um aumento salarial, a dez dias das eleições legislativas alemãs..Autoridades suspeitam de motivações religiosas no atropelamento que causou 30 feridos em Munique. Poucos dias após o atropelamento, uma mulher de 37 anos e a filha de 02 anos morreram devido aos ferimentos.Outras 44 pessoas sofreram ferimentos graves num atropelamento que os investigadores atribuíram à radicalização, apesar de não terem sido inicialmente encontradas provas de extremismo religioso ou ligações do motorista afegão ao grupo Estado Islâmico.Uma porta-voz do Ministério Público de Munique sobre extremismo e terrorismo revelou que o atacante gritou "Allahu Akbar" e "Alá é o maior" após o ataque..Ataque em Munique faz subir ainda mais a retórica sobre a imigração . O cidadão afegão chegou à Alemanha no final de 2016 como refugiado menor não acompanhado.O processo de asilo terminou em 2020 com uma notificação de recusa e uma ordem para deixar o país.No entanto, as autoridades de Munique aprovaram uma autorização de residência em outubro de 2021.Este ataque, que se somou a outros também perpetrados por requerentes de asilo nos meses anteriores, acentuou o tema da imigração, que dominou o debate para as legislativas, marcadas pela subida do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que se impôs como segundo partido mais votado.