Israel anunciou que vai permitir a entrada gradual e controlada de mercadorias na Faixa de Gaza através de comerciantes locais, numa tentativa de aumentar o volume de ajuda humanitária que chega ao enclave. O anúncio foi feito esta terça-feira (5 de agosto) pela COGAT, a agência militar israelita responsável pela coordenação da ajuda nos territórios palestinianos.De acordo com a COGAT, a medida visa reduzir a dependência da ONU e de organizações internacionais na distribuição de alimentos, medicamentos e bens essenciais em Gaza, escreve a agência Reuters. No entanto, toda a entrada de mercadorias continuará a ser rigorosamente monitorizada pelas autoridades israelitas, para evitar qualquer aproveitamento do Hamas, justificam.Organizações humanitárias e responsáveis palestinianos afirmam que são necessários cerca de 600 camiões por dia para responder às necessidades mínimas da população de Gaza, um número que Israel permitia antes do início da guerra, em outubro de 2023..“Ser contra extermínio que Israel está a fazer não significa ser pró-Hamas. A Amnistia é pró-direitos humanos”. O anúncio surge num momento de forte pressão internacional sobre Israel devido à grave crise humanitária em Gaza. As agências da ONU continuam a apelar para uma passagem segura e constante de ajuda terrestre, argumentando que os lançamentos aéreos são insuficientes.As negociações para um cessar-fogo continuam bloqueadas. Um plano norte-americano, liderado por Steve Witkoff, enviado do presidente Donald Trump, prevê a reconstrução de Gaza como parte de um acordo mais amplo para pôr fim ao conflito. Segundo Witkoff, o plano conta com a colaboração do governo israelita, incluindo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. O Hamas, no entanto, reafirma que não aceitará depor armas sem garantias para a criação de um Estado palestiniano soberano com capital em Jerusalém.Esta terça-feira, vários media israelitas dão conta de que Netanyahu já estará decidido a avançar para a “ocupação total” do enclave palestiniano, apesar das objeções das Forças de Defesa de Israel. Gaza registou já mais de 60 mil mortos no território desde o início da ofensiva israelita, segundo o Ministério da Saúde local. Estimativas da ONU apontam para mais de 1.000 pessoas mortas enquanto procuravam comida, a maioria perto dos locais de distribuição da organização, desde maio..Netanyahu já terá decidido pela “ocupação total da Faixa de Gaza”