Este sábado, 14 de janeiro, foi mais um dia de ataques israelitas a infraestruturas iranianas. O Irão respondeu com mais uma vaga de mísseis e drones que, para já, provocaram três mortos no norte de Israel.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu garantiu entretanto que Israel irá atacar "todos os locais e todos os alvos do regime Ayatollah". No entanto, fontes citadas pelo The Wall Street Journal dizem que o próprio líder supremo do Irão, Ali Khamenei, será um alvo das forças israelitas.
Em Lisboa, o embaixador do Irão lança críticas à atuação da União Europeia, que em sua opinião "devia ter a mesma posição" daquela que adotou na Ucrânia, ou seja: "Acusar e condenar esta brutalidade porque, com base no direito internacional, se o abuso de poder se tornar uma norma, então toda a gente pode atacar qualquer um".
O Irão afirmou este sábado, 14 de junho, que as negociações nucleares com os Estados Unidos “não fazem sentido”, após os recentes ataques israelitas contra alvos militares e nucleares iranianos.
“A outra parte (EUA) agiu de forma a tornar o diálogo sem sentido”, declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Ismail Baghaei, num comunicado citado por meios de comunicação locais.
“Não se pode alegar que se está a negociar enquanto, ao mesmo tempo, se permite que o regime sionista (Israel) ataque território iraniano”, afirmou o diplomata.
Baghaei acusou Telavive de ter conseguido “influenciar” o processo diplomático e garantiu que o ataque israelita não teria ocorrido sem a permissão de Washington.
Desde 12 de abril, Irão e Estados Unidos realizaram cinco rondas de negociações indiretas, com mediação de Omã, apesar de desacordos significativos sobre o programa de enriquecimento de urânio iraniano, que Washington procura travar.
A mais recente ronda de negociações teve lugar em 23 de maio e estava prevista uma nova sessão para este domingo, 15 de junho, em Mascate, agora incerta na sequência dos ataques israelitas contra instalações militares e nucleares iranianas.
Em resposta, o Irão lançou na noite de sexta-feira, dia 13, pelo menos três mísseis contra Telavive, provocando três mortos e cerca de 38 feridos, segundo a imprensa israelita.
Nos bombardeamentos que visaram cerca de uma centena de alvos iranianos, morreram o comandante-chefe da Guarda Revolucionária, general Hossein Salamí, e o chefe da Força Aeroespacial da mesma corporação, general Amir Ali Hajizadeh, entre outros responsáveis militares.
Já este sábado, o Irão confirmou mais dois generais de topo mortos. A televisão pública iraniana identificou as vítimas como o general Gholamreza Mehrabi, adjunto da chefia de informações do Estado-Maior das Forças Armadas, e o general Mehdi Rabbani, vice-chefe das operações, sem especificar onde estes responsáveis morreram.
Além disso, a televisão estatal iraniana noticiou ainda que um dos ataques israelitas de sexta-feira a Teerão causou a morte de pelo menos 60 pessoas, incluindo 20 crianças, depois de ter atingido um edifício residencial ligado ao Ministério da Defesa.
Pelo menos um míssil atingiu o complexo residencial Shahid Chamran, onde se situam os apartamentos dos funcionários do ministério, destruindo-o parcialmente no nordeste da capital, de acordo com a Press TV, o canal internacional em inglês e francês da agência estatal iraniana Iranian Broadcasting Corporation (IRIB).
Ao todo, os ataques causaram 78 mortos e deixaram 320 feridos.
Entre os alvos israelitas atingidos destacam-se a principal central de enriquecimento de urânio do Irão, em Natanz — que sofreu danos —, bem como a instalação de Fordó, além de bases aéreas e militares.
Israel iniciou na madrugada de sexta-feira, 13, uma ofensiva militar contra o Irão com bombardeamentos a instalações militares e nucleares.
Os ataques noturnos, efetuados por 200 aviões contra uma centena de alvos, atingiram sobretudo Teerão (norte) e a central de enriquecimento de urânio de Natanz (centro).
O Irão retaliou lançando centenas de mísseis contra território israelita, com explosões registadas sobre os céus das cidades de Telavive e Jerusalém.
O ministro da Defesa israelita advertiu este sábado, 13 de junho, o Irão que Teerão “vai arder” caso as forças iranianas continuem a disparar mísseis, com o exército israelita a anunciar estar pronto para retomar os ataques à capital iraniana.
"O ditador iraniano mantém os cidadãos iranianos reféns e demonstra que eles, e particularmente os residentes de Teerão, pagarão um preço elevado pelos danos criminais causados aos cidadãos de Israel. Se [o líder supremo do Irão, ayatollah Ali] Khamenei continuar a disparar mísseis contra a retaguarda israelita, Teerão vai arder", ameaçou Israel Katz em comunicado.
Entretanto, o exército israelita anunciou que os seus caças estavam prontos para retomar os ataques a alvos em Teerão, depois de terem afirmado ter atingido as defesas aéreas na região da capital iraniana durante a noite.
"As rotas para o Irão foram abertas", afirmou o chefe do Estado-Maior e o chefe da Força Aérea em comunicado.
O Exército "está a proceder de acordo com os seus planos operacionais e os caças [da Força Aérea israelita] estão prontos para retomar os ataques a alvos em Teerão", acrescentou o comunicado.
A imprensa iraniana relatou novos ataques israelitas contra cidades no oeste e noroeste do Irão que abrigam bases militares importantes.
Os ataques atingiram a cidade de Tabriz, no noroeste, bem como partes das províncias ocidentais de Lorestão, Hamedan e Kermanshah, segundo as agências de notícias Fars e Mehr.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, teve hoje uma conversa telefónica com o Presidente israelita que garantiu que "Israel está pronto a aceitar as propostas dos mediadores americanos, egípcios e do Qatar para um cessar-fogo com o Hamas".
O chefe da diplomacia italiana abordou com o Presidente israelita, Isaac Herzog, a questão do conflito entre Israel e o Irão e as consequências desta fase para as populações israelita e palestiniana, além de apresentar as suas condolências pelas vítimas civis causadas nestas horas.
Tajani falou também com o primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), Muhammad Mustafa, a quem "confirmou a solidariedade e o apoio do Governo italiano à ANP, sobretudo nos fóruns multilaterais das Nações Unidas e da União Europeia", segundo uma nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Mustafa agradeceu à Itália "pelas últimas evacuações médicas e pela assistência prestada, em primeiro lugar, às crianças palestinianas".
Com os voos de quarta-feira, 150 crianças palestinianas receberam assistência e 650 familiares e cidadãos palestinianos foram acolhidos em Itália.
Durante a noite e hoje, pelo menos 16 palestinianos foram mortos em ataques israelitas na Faixa de Gaza, de acordo com as autoridades sanitárias locais.
O principal aeroporto internacional de Israel, perto de Telavive, está encerrado por tempo indeterminado, anunciou hoje uma porta-voz, após lançamentos de mísseis iranianos durante a noite em resposta ao ataque de Israel ao Irão na sexta-feira.
"Não há data ou dia previstos para a reabertura do aeroporto", disse à agência France-Presse (AFP) a porta-voz do aeroporto Ben-Gurion, Lisa Diver.
"Devido à atual situação especial de segurança, todos os voos de e para o Aeroporto Ben Gurion (LLBG) estão cancelados até novo aviso", lê-se numa mensagem na página da internet do aeroporto.
No Irão, a Organização de Aviação Civil do Irão anunciou o cancelamento de todos os voos no país até nova ordem, na sequência de um ataque de Israel ao aeroporto nacional de Teerão.
“Todos os voos em todos os aeroportos do país foram cancelados até novo aviso”, disse a agência num comunicado divulgado pela agência estatal IRNA.
A medida foi tomada para “garantir a segurança dos passageiros”.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, alertou para um abrandamento do apoio europeu à Ucrânia face à invasão russa e manifestou receio de que o confronto entre Israel e o Irão conduza a uma nova redução da ajuda ocidental.
“A coligação está a abrandar (...) Esta situação demonstrou que a Europa ainda não decidiu por si própria se estará plenamente ao lado da Ucrânia sem os Estados Unidos”, afirmou Zelensky numa conferência de imprensa realizada na sexta-feira, mas apenas transmitida hoje.
O chefe de Estado ucraniano assinalou ainda que a administração norte-americana liderada por Donald Trump adotou uma postura “demasiado conciliatória” em relação à Rússia e apelou a uma mudança de tom por parte de Washington.
“De momento, o tom do diálogo entre os Estados Unidos e a Rússia parece demasiado brando. Sejamos honestos: isso não vai travar Putin. O que é necessário é mudar de tom”, escreveu Zelensky na rede social X.
O líder ucraniano declarou igualmente recear que os recentes ataques cruzados entre Israel e o Irão provoquem uma nova retração no apoio internacional à Ucrânia.
“Gostaríamos que a ajuda à Ucrânia não diminuísse por essa razão. Da última vez, esse foi um fator que abrandou o apoio”, afirmou.
O Governo português desaconselha todas as viagens para Israel e Irão dada a atual situação do conflito, segundo uma informação publicada no Portal das Comunidades Portuguesas.
“Tendo em consideração a atual situação de conflito entre Israel e o Irão desaconselham-se neste momento todas as viagens para a região”, lê-se na mensagem, divulgada através do portal do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE).
A embaixada de Portugal em Telavive disponibilizou um contacto de emergência consular (+ 972 54 5451172), “face à escalada do conflito entre Israel e o Irão e ao encerramento do espaço aéreo israelita”.
Este número destina-se “exclusivamente para questões de emergências e situações especiais diretamente relacionadas com o atual momento”, divulgou a embaixada portuguesa através das redes sociais, repetindo vários apelos aos cidadãos para que se mantenham seguros e respeitem as indicações das autoridades israelitas.
O exército israelita anunciou, a meio da tarde de hoje, que estava "atualmente" a atacar vários locais no Irão, depois de as forças iranianas terem disparado mísseis em resposta ao ataque israelita do dia anterior.
"Estamos atualmente a lançar ataques contra vários locais no Irão", disse o porta-voz do exército israelita, o brigadeiro-general Effie Defrin.
O exército israelita afirmou ter o controlo dos céus "sobre todo o oeste do Irão, até Teerão", alegando ter empenhado 70 caças em ataques durante a noite.
"Criámos liberdade de ação aérea sobre todo o oeste do Irão, até Teerão", indicou Defrin, em conferência de imprensa.
"Teerão já não é segura", acrescentou.
A chefe da diplomacia europeia sublinhou hoje, junto do Governo iraniano, que a UE “sempre foi clara” na posição de que Teerão não deve ter armas nucleares.
"A UE sempre foi clara: o Irão nunca deve ser autorizado a adquirir uma arma nuclear", disse Kaja Kallas, numa mensagem nas redes sociais, após ter conversado com o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi.
Para a alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, "o risco de uma nova escalada na região é perigosamente alto".
"A diplomacia deve prevalecer", instou Kaja Kallas, acrescentando: "Somente a diplomacia pode levar a uma solução duradoura. A UE está pronta para apoiá-la".
O Irão anunciou a morte de mais três cientistas nucleares em ataques israelitas, elevando para nove o número de especialistas do programa nuclear mortos por Israel desde o início dos ataques, na madrugada de sexta-feira.
Até o momento, as autoridades iranianas relataram oficialmente 78 mortos e 320 feridos, enquanto a imprensa iraniana avançou que mais 60 pessoas morreram num ataque a um prédio em Teerão.
Os cidadãos portugueses residentes em Israel e no Irão estão bem, disse hoje à Lusa fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), indicando estar “a acompanhar atentamente a evolução” do conflito em curso desde sexta-feira.
“Até ao momento, e segundo a informação de que dispomos, está tudo bem com os cidadãos nacionais residentes na região”, referiu fonte diplomática.
O Ministério, acrescentou, está “em contacto direto com os portugueses que se encontram na região, através do Gabinete de Emergência Consular e das embaixadas [portuguesas]”.
“O MNE está a acompanhar atentamente a evolução da situação juntamente com as suas representações diplomáticas na região, em coordenação com os seus parceiros europeus”, referiu ainda a mesma fonte do Palácio das Necessidade.
O Governo reitera que estão desaconselhadas neste momento “todas e quaisquer viagens para o Médio Oriente, considerando a crescente tensão regional e perigo securitário”, uma mensagem já divulgada pelo MNE através das plataformas online, como o Portal das Comunidades.
O Governo de Omã anunciou hoje que as negociações, previstas para domingo, entre os Estados Unidos e o Irão sobre o programa nuclear de Teerão, “não vão acontecer agora”, após os ataques de Israel contra a República Islâmica.
“As negociações entre o Irão e os EUA, que estavam previstas para este domingo em Mascate, não vão acontecer agora”, escreveu o ministro dos Negócios Estrangeiros de Omã, Badr al-Busaidi, nas redes sociais.
O governante ressalvou que “a diplomacia e o diálogo continuam a ser o único caminho para uma paz duradoura”.
Antes, o chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, tinha dito que qualquer negociação seria “injustificável” tendo em conta os ataques em curso.
Omã tem mediado as conversações. A sexta ronda estava prevista para acontecer em Mascate, capital de Omã.
Lusa
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu garantiu hoje, numa mensagem em vídeo que Israel "vai atacar todos os alvos" do regime iraniano, acrescentando que num "futuro muito próximo, verão aviões da Força Aérea israelita a sobrevoar os céus de Teerão".
"Atacaremos todos os locais e todos os alvos do regime Ayatollah", sublinhou, definindo que o objetivo é eliminar a "dupla ameaça" do Irão a Israel, referindo-se à capacidade nuclear e ao arsenal de mísseis balísticos de Teerão.
Netanyahu sublinhou que Israel já "desferiu um golpe muito severo" nas principais instalações nucleares do Irão: “Atingimos as instalações de enriquecimento de urânio, vitais para a produção de bombas. Também atingimos a equipa de cientistas que lidera esses projetos. E isso vai certamente atrasá-los muitos anos.”
Na sexta-feira Netanyahu tinha apelado aos iranianos para “se levantarem e fazerem ouvir as suas vozes” contra o regime.
O presidente francês Emmanuel Macron conversou, esta tarde, com o presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, e numa publicação na rede social X revelou que pediu ainda que as instalações diplomáticas e os cidadãos franceses no Irão e na região "não sejam alvos" neste conflito.
"Também pedi a máxima contenção para evitar uma escalada", acrescentou, tendo convidado Pezeshkian "a voltar rapidamente à mesa de negociações para chegar a um acordo" para encontrar um caminho para que o conflito não escale.
I have just spoken with Iranian President Massoud Pezeshkian.
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) June 14, 2025
My first message was to demand the immediate release of our compatriots, Cécile Kohler and Jacques Paris, who have been held hostages by the Iranian regime in unacceptable conditions for over three years.…
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) diz que quatro edifícios fundamentais nas instalações nuclear de Esfahan, no Irão, foram danificados durante o ataque israelita de ontem. Os estragos verificaram ainda numa zona de conversão de urânio e numa fábrica de produção de placas de combustível.
“Tal como em Natanz, não se espera um aumento na radiação no exterior”, diz a agência numa publicação no X.
Based on info available to @IAEAorg, 4 critical buildings at Esfahan nuclear site were damaged in yesterday’s attack, including the Uranium Conversion Facility and the Fuel Plate Fabrication Plant.
— IAEA - International Atomic Energy Agency ⚛️ (@iaeaorg) June 14, 2025
As in Natanz, no increase in off-site radiation expected. https://t.co/ZzhQEDSzU6
O presidente norte-americano Donald Trump e o presidente russo Vladimir Putin discutiram a tensão entre o Irão e Israel num telefonema realizado esta manhã, de acordo com a Casa Branca.
"O presidente Putin ligou-me esta manhã para me desejar um feliz aniversário, mas, mais importante, para falar sobre o Irão, um país que ele conhece muito bem. Conversamos longamente", diz o comunicado de Trump, acrescentando ainda uma citação sua: "Ele sente, tal como eu, que esta guerra entre Israel e o Irão deve acabar. Expliquei-lhe que a guerra dele também tem de acabar."
Por sua vez, Yuri Ushakov, assessor de política externa do Kremlin, revelou que a conversa de Putin com Trump durou 50 minutos, tendo o líder russo “condenado a operação israelita contra o Irão”.
Ainda de acordo com o Kremlin, os dois líderes expressaram “satisfação” com seu relacionamento pessoal.
Em comunicado, o Ministério do Petróleo do Irão acusou Israel de ter atacado dois grandes campos de gás na província de Bushehr, no sul do Irão.
Citando várias testemunhas, alguns meios de comunicação iranianos dizem que o campo de gás de South Pars foi atacada por pequenos drones. Outra empresa de gás, a Fajr Jam Gas Refining Company, também foi alvo dos israelitas.
Effie Defrin, porta-voz chefe das Forças de Defesa de Israel (IDF), acaba de dizer que "neste momento, os pilotos da Força Aérea continuam a atacar e realizar ataques intensivos em várias regiões do Irão".
"Uma série de ataques decorrem há quase 40 horas e incluem mais de 150 alvos. Nas últimas 24 horas, o foco dos ataques é Teerão", acrescentou num briefing no qual Defrin diz que um dos alvos de Israel foi um local subterrâneo no oeste do Irão, que é "usado para armazenar e lançar mísseis terra-terra e mísseis de cruzeiro" e que iriam ser lançados "contra cidadãos israelitas ou mesmo contra forças de outros países ocidentais no Médio Oriente".
As autoridades iraniana anunciaram que 31 pessoas morreram na zona noroeste do país, sendo que entre as vítimas estão 30 militares e um elemento do Crescente Vermelho. Enquanto isso, 55 pessoas ficaram feridas até ao momento como consequência dos ataques israelitas.
A televisão estatal do Irão adiantou ainda que 60 pessoas, incluindo 20 crianças, foram mortas num ataque a um prédio em Teerão.
Já o Crescente Vermelho Iraniano relatou que duas pessoas morreram na sequência de um ataque a uma ambulância na província do Azerbaijão Ocidental.
O enviado das Nações Unidas ao Irão tinha dito ontem 78 pessoas morreram e mais de 320 ficaram feridas devido aos ataques de Israel.
O primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu divulgou hoje um segundo vídeo, desta vez a falar em inglês, no qual deseja feliz aniversário a Donald Trump e presta homenagem aos militares americanos que "protegeram a liberdade" durante 250 anos.
Nesse sentido, Netanyahu aproveita para dizer que o seu exército também está a "defender a liberdade" no Médio Oriente contra um regime iraniano "tirânico".
"O nosso inimigo é o vosso inimigo. E, ao fazer o que estamos a fazer, lidamos com algo que é uma ameaça para todos, mais cedo ou mais tarde", acrescenta, garantindo que se Israel não tivesse agido, o Irão teria armado o Hezbollah e o Hamas com armas nucleares.
"É isso que Israel está a fazer com o apoio claro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, do povo americano e de muitos outros povos no mundo", finalizou.
Israel is defending freedom in the Middle East and beyond.
— Benjamin Netanyahu - בנימין נתניהו (@netanyahu) June 14, 2025
We're doing so against a tyrannical and radical Iranian regime that wants to build atomic bombs to destroy us and wants to build ballistic missiles, including intercontinental ballistic missiles, to be able to threaten… pic.twitter.com/f7lLOrsP0M
O candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo advertiu hoje que “ninguém vai ganhar” com a guerra no Médio Oriente, mas reconheceu que “não há muitas soluções” à vista para o conflito entre Israel e Irão.
“Ninguém vai ganhar com este conflito. Nem os próprios, nem terceiros. Estamos perante um mundo que inspira algum cuidado e atenção. Devemos ter isso como uma preocupação para o futuro”, desabafou Gouveia e Melo, durante uma visita à Feira do Campo Alentejano, em Aljustrel, no distrito de Beja.
O almirante na reserva considerou preocupante a escalada do conflito, que “já não é uma pequena operação militar”, mas sim “uma guerra no Médio Oriente que pode, mais uma vez, colocar em perigo a estabilidade internacional”.
“Nesta fase não há muitas soluções [para a guerra]. As duas partes acham que têm razão, vão combater, vão destruir propriedade, vidas humanas e, mais uma vez, os seres humanos não optaram pelo diálogo”, lamentou.
O candidato presidencial considerou, no entanto, que “Israel está numa posição difícil, uma vez que o Irão tem como objetivo destruir o Estado de Israel”.
“Isso acaba por ser uma proposta de aniquilação”, comentou Gouveia e Melo, acrescentando que é “difícil para o Estado de Israel estar perante essa ameaça permanente e vê-la crescer, eventualmente, para uma ameaça nuclear”.
“No entanto, fico triste por ver mais um conflito internacional a acontecer. Um conflito que vai afetar também as nossas vidas através de muitas coisas, uma delas o preço do petróleo”, lembrou.
Lusa
O embaixador do Irão em Portugal, Majid Tafreshi, apelou à comunidade internacional para que condene os ataques de Israel e alertou para a "normalização do abuso de poder".
Majid Tafreshi disse à Lusa que Israel atacou "províncias do Irão sem qualquer autorização, sem qualquer abordagem do direito internacional, apenas propaganda e mataram cerca de 100 civis, talvez mais".
O embaixador salientou que o artigo 51.º da ONU "permite que todos sejam obrigados a defender-se e não há outra forma de o fazer a não ser através do Conselho de Segurança, da União Europeia e de outros intervenientes", apontando que "quando a comunidade internacional falha, a única opção para o país vítima, neste caso o Irão, é a autodefesa".
Para Majid Tafreshi, a UE, à semelhança de outras questões, como a Ucrânia, quando assiste a qualquer ataque, "devia ter a mesma posição": "acusar e condenar esta brutalidade porque, com base no direito internacional, se o abuso de poder se tornar uma norma, então toda a gente pode atacar qualquer um".
Se se normalizar o abuso de poder, "será uma questão muito cara para a paz e a segurança internacionais", reiterou.
O embaixador apelou assim à comunidade internacional para que condene os atos de Israel e que "todos devem ser responsáveis pelo que fizeram".
No que diz respeito aos cidadãos portugueses no Irão, o embaixador assegurou que "não há qualquer problema" e o Irão é um país seguro. Até à data, as autoridades iranianas não receberam "quaisquer relatórios negativos, a embaixada está ativa, está a trabalhar e está a emitir vistos".
"O Governo iraniano fez o seu melhor para garantir a segurança de todas as embaixadas e de todos os outros residentes estrangeiros no Irão, incluindo Portugal", salientou.
O embaixador defendeu ainda que Israel está a fazer "falsas interpretações" para "desviar a atenção da comunidade internacional da catástrofe em Gaza e de outras questões".
Lusa
O presidente iraniano Masoud Pezeshkian confirmou ter conversado hoje com o seu homólogo francês Emmanuel Macron, na qual deixou bem claro que não se sentará à mesa de negociações enquanto os ataques de Israel continuarem.
A reunião entre o Irão e os Estados Unidos tendo em vista o desarmmento nuclear estava marcado para amanhã em Muscat, capital de Oman, algo que o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Badr Albusaidi, garantiu na rede social X que não irá acontecer, mas ainda assim advertiu que "a diplomacia e o diálogo continuam a ser o único caminho para uma paz duradoura".
The Iran US talks scheduled to be held in Muscat this Sunday will not now take place. But diplomacy and dialogue remain the only pathway to lasting peace.
— Badr Albusaidi - بدر البوسعيدي (@badralbusaidi) June 14, 2025
As Forças de Defesa de Israel (IDF) anunciaram que foram identificados mísseis do Irão em direção a Israel, foi por isso pedido à população, em todo o país, para permanecerem nos abrigos.
#𝘽𝙍𝙀𝘼𝙆𝙄𝙉𝙂
— Girmachew Tadesse (@GirmachewTad) June 14, 2025
💥💥💥
Tel-Aviv Attacked Again ❗https://t.co/qoA1Uq6e2k pic.twitter.com/vtJmN6xCJT
Forças de Defesa de Israel dizem que a sua Força Aérea está a atacar alvos militares em Teerão, ao mesmo tempo que está a intercetar mísseis lançados pelo Irão, que já chegaram a Telavive.
De acordo com a BBC, a televisão estatal iraniana anuncia que "mais de 100 mísseis" e drones foram lançados contra Israel, naquela que é a segunda vaga da operação "True Promise 3".
As cidades de Haifa e Telavive são os principais alvos das forças iranianas de acordo a informação daquela estação de televisão.
Os mísseis iranianos estão a atingir o norte de Israel, mais concretamente as áreas de Haifa e Kiryat, onde são ouvidas as sirenes.
Segundo a BBC, ainda não há informações sobre se os mísseis atingiram os alvos ou foram intercetados.
Bombeiros confirmam danos em alguns edifícios no norte do país.
Uma mulher de 20 anos morreu e 14 pessoas ficaram feridas na cidade de Tamra, arredores de Haifa, no norte de Israel, depois de um míssil balístico iraniano ter atingido uma casa de dois andares.
De acordo com os serviços de emergência, os bombeiros resgataram dos escombros dessa casa uma pessoa em estado crítico.
A informação foi adiantada pelo jornal Times of Israel, que cita os socorristas presentes no local.
A Força Aérea de Israel bombardeou esta noite o depósito de petróleo de Shahran, perto de Teerão, segundo a imprensa iraniana.
O Ministério do Petróleo do Irão confirma o ataque e diz que a “situação está sob controle”.
“O volume de combustível no tanque atingido não era alto, e a situação está totalmente sob controlo”, afirma a agência de notícias SHANA.
A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) garantiu hoje que não foi registado qualquer dado na Central de Enriquecimento de Combustível de Fordo, no Irão, ou no reator de água de Khondab, depois dos bombardeamentos israelitas.
A AIEA acrescenta ainda que nenhum dano foi observado em Natanz, um dos alvos nucleares atingidos sexta-feira pelas forças israelitas.
A AIEA já tinha dito que tinha sido informada pela Autoridade Reguladora Nuclear do Irão que não havia alterações nos níveis de radiação fora do local em Isfahan.
Subiu para três mortos o número de vítimas do míssil balístico que atingiu uma residência de dois andares.
A informação foi adiantada pelo Times of Israel, que cita os socorristas, que logo após a explosão identificaram uma mulher de 20 anos como vítima mortal na cidade de Tamra, perto de Haifa, no norte do país.
Sete pessoas foram retiradas dos escombros com em condições estáveis , tendo sido encaminhadas para um hospital.
A agência de notícias iraniana Tasnim revelou esta noite que Israel fez um ataque que danificou o edifício da sede do Ministério da Defesa do Irão, na capital Teerão.
"Um ataque a Teerão pela Força Aérea do regime sionista, a sede do Ministério da Defesa foi alvo. Um dos prédios da sede foi levemente danificado", relata a agência.
O Ministério da Defesa iraniano não comenta.
Assassinar o líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei é um dos objetivos definidos pelas autoridades militares de Israel, de acordo com uma fonte citada pelo The Wall Street Journal. "É algo que não está fora dos limites", referiu uma autoridade israelita àquele jornal norte-americano, acrescentando que “a guerra só terminaria com o Irão desmantelando voluntariamente seu programa nuclear ou com Israel tornando impossível que Teerão possa reconstituí-lo".
No mesmo sentido, Amit Segal, analista político da estação de televisão israelita Channel 12, revelou que uma fonte do governo de Israel lhe disse que "não descarta a possibilidade de eliminar Ali Khamenei", embora isso dependa "de muitas coisas".
As autoridades de Telavive detiveram dois israelitas suspeitos de terem ajudado o Irão e por realizarem ações prejudiciais à segurança do país.
A notícia foi avançada pelo jornal Times of Israel, sem adiantar mais pormenores.