Invencíveis, hipersónicos ou invisíveis: conheça as armas de que Putin se orgulha
A Rússia usa na sua ofensiva contra a Ucrânia parte da sua nova geração de mísseis, descritos por Moscovo como "invencíveis", "hipersónicos", de alcance ilimitado ou invisíveis ao radar, quatro anos depois de terem sido revelados por Vladimir Putin.
Os mísseis hipersónicos Avangard são capazes de mudar de rumo e altitude a velocidades muito altas, tornando-os "praticamente invencíveis", segundo Putin, que compara o avanço científico e militar do seu desenvolvimento "à criação do primeiro satélite artificial da Terra", o famoso Sputnik.
Testado com sucesso em dezembro de 2018, sua velocidade atingiu Mach 27 - ou 27 vezes a velocidade do som - e atingiu um alvo localizado a cerca de 6.000 km de distância, segundo o ministério da Defesa da Rússia. Foram colocados em serviço em dezembro de 2019.
Usados pela primeira vez na sexta-feira pelo Exército russo, os mísseis hipersónicos Kinjal ("punhal" em russo) permitiram a destruição de um depósito de armas subterrâneo no oeste da Ucrânia.
Esse tipo de míssil, muito manobrável, desafia os sistemas de defesa antiaérea, segundo Moscovo. Durante os testes, atingiram todos os seus alvos a uma distância de até 1.000 a 2.000 km. Equipam os caças MiG-31.
O seu uso na Ucrânia é o primeiro do mundo para armamento hipersónico, dizem os especialistas.
O míssil balístico intercontinental de quinta geração Sarmat foi projetado para escapar às defesas antimísseis.
Pesando mais de 200 toneladas, é mais eficiente do que o seu antecessor - o míssil Voevoda com alcance de 11.000 km - e "praticamente não tem limites em termos de alcance", segundo Putin, julgando-o capaz de "atingir alvos do Polo Norte ao Polo Sul".
As características técnicas dos sistemas de laser de combate Peresvet ("muito claro" em russo) são classificadas como secretas. Eles estão prontos para o combate desde dezembro de 2019, segundo o ministério da Defesa.
O Poseidon, um drone submarino movido a energia nuclear, é capaz de se deslocar a mais de um quilómetro de profundidade, a uma velocidade de 60 a 70 nós, permanecendo invisível aos sistemas de deteção, de acordo com uma fonte do complexo militar-industrial russo, citada pela agência oficial TASS.
Os testes ocorreram na primavera de 2020 a partir do submarino Belgorod. Putin insistiu no seu "alcance ilimitado".
Novamente com "alcance ilimitado", segundo Vladimir Putin, e capaz de superar quase todos os sistemas de interceptação, os mísseis de cruzeiro Burevestnik ("pássaro da tempestade" em russo) movidos a energia nuclear estão a ser desenvolvidos pelo Exército russo. As suas características técnicas são classificadas como secretas.
O primeiro lançamento oficial do míssil hipersônico Zircon (em homenagem a um mineral usado em jóias) data de outubro de 2020. Ele voa a Mach 9 para atingir alvos marítimos e terrestres.
No final de dezembro de 2021, Vladimir Putin anunciou um primeiro teste bem-sucedido de disparo. Outros testes ocorreram desde outubro de 2020 no Ártico russo, em particular da fragata Almirante Gorchkov e de um submarino submerso.