A Dinamarca anunciou esta quinta-feira, 25 de setembro, que as incursões de drones durante a noite no seu espaço aéreo, que levaram ao breve encerramento de dois aeroportos e afetaram instalações militares, foram ataques híbridos, para “testar limites e criar medo”, disse o ministro da Justiça, Peter Hummelgaard. E embora as autoridades ainda não tenham conseguido identificar a sua origem, o ministro da Defesa Troels Lund Poulsen afirmou que “há países ou atores que podem ter interesse em minar o nosso apoio à Ucrânia”, insistindo que “é crucial que não nos deixemos intimidar pela Rússia”. Esta é a segunda incursão de drones em território dinamarquês esta semana, tendo o mesmo acontecido na Noruega, e segue-se a uma sequência de violações do espaço aéreo por parte da Rússia noutros três países da NATO no último mês - Polónia, Roménia e Estónia.Poulsen disse esta quinta-feira também que Copenhaga está a ponderar acionar o artigo 4.º da NATO, como fizeram a Polónia e a Estónia nas últimas semanas, mas que ainda não tinham tomado uma decisão final sobre o tema. Enquanto isso, a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, revelou ter falado com o secretário-geral da NATO para estes incidentes, tendo Mark Rutte, através das redes sociais, afirmado que é uma situação “que levamos muito a sério”. “Os aliados da NATO e a Dinamarca estão a trabalhar em conjunto para garantir a segurança das nossas infraestruturas críticas”, acrescentou o neerlandês.Tal como aconteceu anteriormente, a Rússia rejeitou “firmemente as especulações absurdas de envolvimento nos incidentes”. “É evidente que os incidentes que envolvem interrupções relatadas nos aeroportos dinamarqueses são uma provocação encenada. Serão, sem dúvida, utilizados como pretexto para aumentar ainda mais a tensão no interesse de forças que procuram, por todos os meios, prolongar o conflito ucraniano e estendê-lo a outros países”, afirmou a embaixada russa na Dinamarca.A sequência de incidentes com drones no espaço aéreo europeu (e da NATO) vai ser discutida “em detalhe” na reunião informal do Conselho Europeu marcada para quarta-feira, 1 de outubro, em Copenhaga - segundo as autoridades dinamarquesas a operação para garantir a segurança dos líderes dos 27 será “muito, muito grande”. Esta sexta-feira, 26 de setembro, haverá já um encontro inicial sobre o chamado “muro de drones” que será presidido pelo comissário europeu da Defesa, Andrius Kubilius, com os sete Estados-membros da UE na linha da frente - Estónia, Letónia, Lituânia, Finlândia, Polónia, Bulgária e Roménia -, acompanhados pela Dinamarca, Eslováquia e Ucrânia. É esperado que representantes da NATO “a nível técnico” marquem também presença.Os trabalhos vão focar-se no que “teremos de fazer para detetar estes drones que se aproximam”, uma vez que “isso não é muito fácil de fazer”, e depois em como “combatê-los”, informou ontem o porta-voz da UE para a Defesa, Thomas Regnier. .Ações do Kremlin podem levar a “um confronto armado entre a NATO e a Rússia”.Mark Rutte: “A nossa mensagem para os russos é clara: defenderemos cada centímetro do território aliado”