O atirador que, na noite de quarta-feira, 27 de agosto, matou duas crianças durante a missa numa escola católica da cidade norte-americana de Minneapolis, era membro da igreja e foi aluno da escola até 2017, confirmou esta quinta-feira (28) a polícia local.“A sua mãe trabalhou para a paróquia durante algum tempo, mas não vimos nada específico que pudesse desencadear a quantidade de ódio que ocorreu ontem”, declarou o comandante da polícia de Minneapolis, Brian O'Hara, ao canal televisivo NBC News.O alto responsável da polícia de Minneapolis explicou que o protocolo da escola de trancar as portas da igreja assim que a missa começava, de manhã cedo, impediu o autor do crime, cuja identidade agora é Robin Westman, de disparar de dentro do edifício, causando mais vítimas.Segundo a polícia, foi a sua mãe quem pediu a alteração legal de nome do suspeito do atacante, originariamente batizado Robert, para Robin, segundo consta nos documentos oficiais. As autoridades suspeitam assim que ele estaria a meio de um processo de mudança de género.O jovem, de 23 anos, e que concluiu aquele ciclo de ensino em 2017, partilhou alegadamente uma série de vídeos e textos nas redes sociais que já foram apagados pelo FBI.Neles era possível ver-se uma coleção de armas com inscrições racistas e antissemitas, como “seis milhões não foram suficientes”, uma referência ao Holocausto.Nas gravações, o jovem fala ainda dos seus pensamentos suicidas e deixa um recado à família, em que pede antecipadamente desculpa pelos seus atos. Aparece também a segurar um caderno contendo uma série de rabiscos cirílicos sem sentido, bem como nomes de assassinos em massa, entre os quais Adam Lanza, o autor do massacre da Escola Primária Sandy Hook, de Newton, no Connecticut.O presidente da Câmara de Minneapolis, Jacob Frey, advertiu na quarta-feira de que não será tolerado qualquer comportamento de ódio em relação à comunidade trans devido a estes factos.“Devemos agir por amor aos nossos filhos”, defendeu.A polícia recuperou uma espingarda, uma caçadeira e uma pistola utilizadas no ataque armado, todas elas legalmente adquiridas.Segundo a investigação, o atirador, que não tinha antecedentes criminais, agiu sozinho, desconhecendo-se verdadeiramente o motivo do ato. As autoridades cumpriram entretanto quatro mandados de busca relacionados com o tiroteio, do qual resultou a morte de duas crianças, de 8 e 10 anos, e deixou outras 14 feridas. Também três fiéis octogenários, que assistiam à missa, ficaram feridos no ataque.À hora de publicação desta notícia um menino continuava “em estado crítico” e outras duas pessoas “em estado grave”, segundo balanço do hospital.Em conferência de imprensa, o diretor-executivo interino do hospital Hennepin Healthcare, Thomas Klemond, informou que está a tratar nove doentes envolvidos no tiroteio escolar e um dos menores tem um diagnóstico reservado, pelo seu estado crítico.Outras seis pessoas, cinco das quais menores, encontram-se bem, ao passo que outras duas se encontram em estado grave, acrescentou Klemond.