O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky vai deslocar-se esta quarta-feira, 13 de agosto, a Berlim para participar numa videoconferência com Donald Trump, antes do encontro do presidente norte-americano com Vladimir Putin sobre a guerra na Ucrânia, marcada para sexta-feira no Alasca.Uma fonte do Governo alemão disse à Agência France-Presse que o chefe de Estado da Ucrânia é esperado na capital da Alemanha. Zelensky e líderes europeus, entre os quais a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o chanceler alemão, Friedrich Merz, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, o presidente francês, Emmanuel Macron, procuram convencer Donald Trump a defender os interesses da Ucrânia na cimeira bilateral agendada para sexta-feira no Estado norte-americano do Alasca.Trump considerou "muito respeitosa" a deslocação do homólogo russo aos Estados Unidos na sexta-feira.Trata-se da segunda cimeira entre os dois líderes, depois do encontro de Helsínquia, em 2018, durante o primeiro mandato de Donald Trump como chefe de Estado.O presidente norte-americano já afirmou ter uma "relação muito boa" com Putin, que descreveu como "inteligente", embora já tenha também descrito o presidente russo como "louco" durante recentes ataques russos contra a Ucrânia.Vladimir Putin elogiou a "sinceridade" de Trump no desejo de estabelecer a paz na Ucrânia.Desde que regressou ao poder, em janeiro, o presidente norte-americano reaproximou-se de Moscovo e do líder russo, ostracizado por vários países desde a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022. Entretanto, Zelensky apelou aos aliados da Ucrânia para pressionarem a Rússia e contrariarem qualquer engano russo. “Precisamos de pressionar a Rússia para obter uma paz justa”, afirmou Zelensky numa mensagem nas redes sociais, citada pela agência de notícias France-Presse (AFP).“Devemos usar a experiência da Ucrânia e dos nossos parceiros para evitar qualquer engano por parte da Rússia”, acrescentou Zelensky.Trump descreve líderes europeus como "pessoas maravilhosas"Donald Trump descreveu entretanto os líderes europeus com quem vai conversar esta quarta-feira sobre a Ucrânia como “pessoas maravilhosas”.“Vou falar com os líderes europeus daqui a pouco. São pessoas maravilhosas que querem chegar a um acordo”, escreveu Trump nas redes sociais, dois dias antes do encontro com Vladimir Putin.. Rússia desvaloriza contactos europeus com Trump A Rússia já veio entretanto desvalorizar as consultas dos líderes europeus com Donald Trump para tentar convencer o presidente dos Estados Unidos a defender os interesses da Ucrânia durante a reunião com o homólogo russo, Vladimir Putin.“Consideramos que as consultas solicitadas pelos europeus são uma ação política e praticamente insignificantes”, disse o vice-diretor da informação do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Alexei Fadeyev, citado pela agência de notícia France-Presse (AFP).Alexei Fadeyev acusou a UE de sabotar os esforços da Rússia e dos Estados Unidos para resolver a crise na Ucrânia, invadida por tropas russas em fevereiro de 2022.“Verbalmente, os europeus apoiam os esforços diplomáticos de Washington e Moscovo para resolver a crise ucraniana, mas na realidade a União Europeia está a sabotá-los”, afirmou, sem precisar.Segundo Fadeyev, a reunião do Alasca “deverá permitir que os líderes se concentrem na resolução de todos os problemas acumulados, começando pela crise ucraniana e terminando nos obstáculos que impedem o normal funcionamento do diálogo bilateral”.Quanto a uma possível “troca de territórios” com a Ucrânia no âmbito das negociações de paz, Fadeyev afirmou que “a estrutura territorial da Federação Russa está consagrada na Constituição”, numa clara recusa de Moscovo em discutir a questão.“Por isso, os objetivos da delegação russa nas negociações no Alasca serão ditados exclusivamente pelos interesses nacionais”, afirmou, também citado pela agência espanhola EFE.Fadeyev anunciou ainda que o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, vai participar no encontro entre Putin e Trump no Alasca.“Sim, posso confirmar a participação de Lavrov neste evento, que está previsto realizar-se no Alasca na próxima sexta-feira”, afirmou, remetendo a agenda da cimeira para a Presidência russa, segundo a agência noticiosa estatal TASS.