A administração liderada por Donald Trump confirmou esta sexta-feira a dissolução da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), com o objetivo de concretizar cortes radicais na ajuda externa, apesar das críticas de muitos países e organizações humanitárias."Hoje, o Departamento de Estado e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) notificaram o Congresso sobre a sua intenção de realizar uma reorganização que envolveria a transferência de certas funções da USAID para o Departamento até 01 de julho de 2025 e a eliminação de outras funções que não estejam alinhadas com as prioridades da administração", pode ler-se numa declaração do Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.De acordo com o chefe da diplomacia norte-americana, "a USAID há muito que se desviou da sua missão original", insistindo numa "reorientação dos programas de assistência externa para os alinhar diretamente com o que é melhor para os Estados Unidos"."Continuamos com programas essenciais para salvar vidas e fazemos investimentos estratégicos que fortalecem os nossos parceiros e o nosso próprio país", garantiu.O Presidente republicano Donald Trump assinou uma ordem executiva imediatamente após ter tomado posse, em 20 de janeiro, determinando um congelamento de 90 dias da ajuda externa dos EUA.Seguiram-se vários cortes em vários programas da USAID, apesar das isenções para ajuda humanitária vital.A maioria dos funcionários da USAID já foi colocada em licença administrativa.Em 18 de março, um juiz federal considerou que o desmantelamento da USAID violou a Constituição dos EUA.O juiz Theodore Chuang, de Maryland, ordenou à administração Trump que restabelecesse o acesso ao correio eletrónico e aos computadores de todos os funcionários da USAID, incluindo os que foram colocados em licença administrativa.O congelamento desta ajuda causou choque e turbulência no seio da agência independente criada por um ato do Congresso dos EUA em 1961.A USAID geria um orçamento anual de 42,8 mil milhões de dólares (39,5 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual), representando 42% da ajuda humanitária desembolsada em todo o mundo.