Meloni disse lamentar os resultados obtidos e que estes serão avaliados pelo bloco de direita.
Meloni disse lamentar os resultados obtidos e que estes serão avaliados pelo bloco de direita.EPA/FILIPPO ATTILI / CHIGI PALACE PRESS OFFICE / HANDOUT

Giorgia Meloni sofre revés eleitoral em duas regiões

Coligações apoiadas pela primeira-ministra falharam a reeleição da Úmbria e perderam terreno na Emília-Romanha.
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As coligações de direita e extrema-direita apoiadas pela primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, foram batidas por uma frente unida de centro-esquerda nas duas eleições regionais realizadas entre domingo e segunda-feira na Úmbria e Emília-Romanha, segundo os resultados finais conhecidos ontem. 

Na Emília-Romanha, o candidato Michele de Pascale, do Partido Democrático (PD), obteve 56% dos votos e bateu por 16 pontos a candidata de Meloni, Elena Ugolini. De Pascale encabeçou uma coligação alargada que incluía partidos como o Movimento 5 Estrelas e a Aliança Verde-Esquerda. Esta região é um tradicional bastião de esquerda desde a Segunda Guerra Mundial, sendo governada pelo PD desde a sua criação, em 2007. Mesmo assim, o Partido Democrático conseguiu, nestas eleições, aumentar a sua maioria na Emília-Romanha, depois dos 51% obtidos em 2020.

Na Úmbria, a aliança alargada de centro-esquerda conquistou o poder à direita, com Stefania Proietti a obter 51,7% dos votos e a derrotar a anterior presidente, Donatella Tesei, do partido de extrema-direita Liga, liderado pelo vice-primeiro-ministro Matteo Salvini, que se ficou pelos 46,1%. 

A região foi considerada um reduto do Partido Democrata e das forças políticas de esquerda durante mais de meio século. No entanto, em 2019, a candidata da coligação de centro-direita, Donatella Tesei, venceu as eleições contra o seu rival de centro-esquerda, Vincenzo Bianconi, obtendo 57,5% dos votos, vindo agora a perder. 

“Este é um sinal de onde conseguimos chegar quando estamos unidos e focados num objetivo”, declarou a líder do Partido Democrático, Elly Schlein, apelando ainda à reedição da união das forças de centro-esquerda em futuras eleições. “Se estivermos unidos até ao último voto, se o PD for coeso, somos capazes de vencer a direita.”

A partir do Rio de Janeiro, onde está a participar na reunião do G20, Giorgia Meloni disse que “lamentava” as duas derrotas, mas que estava “otimista” quanto ao nível de apoio demonstrado à sua coligação.

“Os cidadãos têm sempre razão. Lamento o resultado e a não-confirmação do Governo da Úmbria”, declarou Meloni, citada pela Ansa, à margem do G20. “Os cidadãos escolheram outro lado, tomaremos nota disso, faremos as nossas avaliações. Precisamos de ouvir o que disseram os cidadãos, que nestes dois anos premiaram o centro-direita. Ainda estou muito otimista quanto ao consenso dos cidadãos, mas precisamos perguntar o que não funcionou”, prosseguiu a também líder do Irmãos de Itália.

Desde que chegou ao poder, há dois anos, e antes destes últimos resultados, o bloco de Meloni já havia ganho nove regionais e o centro-esquerda apenas uma. O grande teste eleitoral da primeira-ministra italiana em termos regionais terá lugar no próximo ano, quando haverá seis escrutínios, incluindo no Véneto, liderado desde 2010 por Luca Zaia, da Liga, o partido de Salvini.

ana.meireles@dn.pt

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