Desde que fez cair a sua coligação maioritária, a 6 de novembro, o chanceler alemão, Olaf Scholz, tem-se posicionado como o cabeça de lista e candidato à reeleição pelo SPD, mas a menos de 100 dias das eleições e com a sua popularidade em níveis dramaticamente baixos, abriu-se uma discussão no seio dos socialistas sobre se é necessária uma mudança de protagonista e se essa mudança deverá passar pelo ministro da Defesa, Boris Pistorius, o político mais popular da Alemanha..Na terça-feira à noite, segundo os media alemães, um grupo de figuras de topo do SPD esteve reunido para discutir se se deve seguir a tradição de o chanceler em funções ser o candidato ou se Boris Pistorius será uma melhor opção para cabeça de lista do partido nas eleições antecipadas de 23 de fevereiro..“A imagem do chanceler Scholz está fortemente associada à coligação”, declararam dois líderes regionais do SPD na Renânia do Norte-Vestfália, o Estado mais populoso da Alemanha, acrescentando, segundo a Deutsche Welle, que têm ouvido muitos apoios a Pistorius..“Muitos colegas de partido veem Scholz de forma muito crítica e preferiam Pistorius. (...) Gostaríamos que Scholz refletisse e tomasse as medidas apropriadas”, declarou, citado pela DW, um responsável do partido de centro-esquerda da Baixa Saxónia..O antigo líder do SPD e ex-vice chanceler Sigmar Gabriel já tornou pública a sua posição, ao escrever no X que, entre as bases do partido, “a resistência ao business as usual com o chanceler Scholz aumenta a cada dia. E a liderança do SPD só consegue pensar em garantias e discursos de devoção. É agora necessária uma liderança política corajosa. Quem deixar isso continuar fará com que o SPD fique abaixo de 15%!”.Scholz já esclareceu a sua posição: “É completamente claro que queremos ficar juntos. E não me posso queixar do apoio da liderança do partido”, afirmou na terça-feira, em declarações ao canal ProSieben. E, até ver, conta com o apoio dos líderes do partido, Saskia Esken e Lars Klingbeil, que garantem que a sua candidatura não está em discussão..Boris Pistorius, após inicialmente ter feito comentários que pareciam afastar o interesse numa nomeação, na segunda-feira, embora declarando ser leal a Scholz, mudou o tom, dizendo: “A única coisa que eu descarto completamente é ser Papa.”.O ainda ministro da Defesa, que ganhou projeção devido ao apoio alemão à Ucrânia, tem a seu favor o facto de uma sondagem publicada esta semana mostrar que continua a ser o político mais popular do país, enquanto Scholz caiu para 20.º lugar. Mas, mesmo que o chanceler seja o candidato do SPD em fevereiro, o mais provável é que seja derrotado, levando a que saia de cena e abrindo espaço para a subida de Pistorius, que já disse estar interessado em ser ministro da Defesa no próximo governo alemão.