A França reconheceu esta segunda-feira, 22 de setembro, formalmente o Estado da Palestina, uma decisão para promover a paz entre israelitas e palestinianos, anunciou o presidente francês Emmanuel Macron perante as Nações Unidas."Chegou o momento (...). Declaro que hoje a França reconhece o Estado da Palestina", afirmou Macron, na abertura da conferência de alto nível sobre a solução dos dois Estados, copresidida por Paris e Riade. Imediatamente após o reconhecimento, a sala irrompeu em aplausos.Macron sublinhou que estava a ser "fiel ao compromisso histórico da França" no Médio Oriente, onde reconhece que Paris tem "uma responsabilidade histórica”."Devemos fazer tudo para preservar a possibilidade de uma solução de dois Estados, com Israel e a Palestina a viverem lado a lado em paz e segurança", acrescentou.Macron anunciou também que será aberta uma embaixada francesa na Palestina condicionada à libertação de "todos os reféns" detidos pelo movimento islamita Hamas e a um "cessar-fogo" em Gaza."Amanhã teria sido tarde de mais", diz Marcelo na ONU O Presidente da República defendeu na ONU que era preciso reconhecer o Estado da Palestina agora, porque "amanhã teria sido tarde de mais", e enquadrou essa decisão como "a continuação de uma política de longa data" de Portugal.Marcelo Rebelo de Sousa discursava na Conferência Internacional de Alto Nível para a Solução Pacífica da Questão da Palestina e a Implementação da Solução dos Dois Estados, co-organizada pela França e pela Arábia Saudita, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque.O chefe de Estado recebeu aplausos quando referiu, no início da sua intervenção, que "Portugal reconheceu formalmente o Estado da Palestina como um Estado soberano com plenos direitos" – decisão comunicada formalmente no domingo, através de uma declaração do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, na Missão Permanente de Portugal na ONU.No seu discurso, feito em inglês, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que "o reconhecimento do Estado da Palestina por Portugal não é um gesto isolado, mas antes a continuação de uma política de longa data e um contributo decisivo para a salvaguarda da solução de dois Estados".O Presidente da República apelou a um cessar-fogo imediato, referindo que, na perspetiva de Portugal,"ambos os países [Israel e Palestina] continuam a enfrentar ameaças à segurança, que devem ser abordadas através do diálogo, da cooperação e da procura de uma paz justa e duradoura"."Portugal está pronto a trabalhar ativamente neste esforço coletivo. A nossa mensagem é clara: o reconhecimento do Estado da Palestina é o reconhecimento da própria paz, agora, hoje. Amanhã teria sido tarde demais", acrescentou.Lula denuncia “genocídio” e “limpeza étnica”O presidente brasileiro Lula da Silva voltou a referir-se à guerra de Israel com o Hamas como um “genocídio” e uma “limpeza étnica” em Gaza.“O direito de defesa não autoriza a matança indiscriminada de civis” e “nada justiça usar a fome como arma de guerra”, frisou o chefe de Estado brasileiro na conferência sobre a solução dos dois Estados, no âmbito da semana de alto nível da 80.ª Assembleia-Geral das Nações Unidas."Como manter uma população diante da limpeza étnica a que assistimos em tempo real?", questionou.“Tanto Israel como a Palestina têm o direito de existir”, sublinhou o Presidente brasileiro, que condenou também os ataques “terroristas inaceitáveis” do Hamas, em 07 de outubro de 2023."Trabalhar para efetivar o Estado palestiniano é corrigir uma simetria que compromete o diálogo e obstrui a paz”, disse.O Brasil reconhece o Estado da Palestina desde 2010 e tem frisado que o único caminho para a paz é a implementação da solução de dois Estados, com um Estado da Palestina independente e viável, coexistindo lado a lado com Israel, com as fronteiras definidas desde 1967, incluindo a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, com Jerusalém Oriental como capital.O Presidente brasileiro tem sido um dos chefes de Estados mais vocais contra o Governo israelita, que declarou Lula da Silva e "persona non grata" por este afirmar que o país está a cometer um "genocídio" na Faixa de Gaza, e ter comparado o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, a Adolf Hitler.No ano passado, o Brasil retirou o seu embaixador em Israel e ainda não escolheu um substituto.Mais cedo, a Arábia Saudita apelou a todos os países para que tomem a mesma "medida histórica" de reconhecer o Estado palestiniano, após o anúncio formal de França numa cimeira que os dois países copresidem na ONU.Antes, o Presidente francês, Emmanuel Macron, tinha anunciado o reconhecimento formal de Paris do Estado da Palestina, uma decisão para promover a paz entre israelitas e palestinianos."Chegou o momento (...). Declaro que hoje a França reconhece o Estado da Palestina", afirmou o chefe de Estado francês.No âmbito desta conferência, aguarda-se o reconhecimento por parte de Andorra, Bélgica, Luxemburgo, Malta e São Marino.Na véspera do encontro na ONU, Portugal, Reino Unido, Canadá e Austrália reconheceram formalmente o Estado da Palestina. .Palestina é o “maior elefante na sala” da Assembleia Geral da ONU.Macron exige libertação de reféns em Gaza para abrir embaixada na Palestina.Hamas propõe aos EUA libertar metade dos reféns em troca de trégua de 60 dias