Federica Mogherini, ex-alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança
Federica Mogherini, ex-alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de SegurançaEPA/Olivier Matthys

Federica Mogherini indiciada por crimes de corrupção e fraude. Promete "colaboração total" com as autoridades

O diplomata italiano Stefano Sannino, atual diretor-geral do departamento da Comissão Europeia para o Médio Oriente, Norte de África e Golfo, também está indiciado pelos mesmos crimes.
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Federica Mogherini, reitora do Colégio da Europa e ex-chefe da diplomacia da União Europeia (UE), foi indiciada pelos crimes de corrupção, fraude, conflito de interesse e violação de segredo profissional, revelou a Procuradoria Europeia.

Federica Mogherini, ex-alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança durante a presidência da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker (2014-2019), foi detida na terça-feira, na sequência de buscas feitas às instalações do Colégio da Europa.

A ex-chefe da diplomacia do bloco comunitário europeu é reitora daquela instituição académica na cidade belga de Bruges desde setembro de 2020.

Em causa está o alegado favorecimento de uma candidatura para um projeto para instrução de jovens diplomatas que recebeu financiamento da UE.

De acordo com a Procuradoria Europeia, o projeto vencedor teve acesso a informação confidencial que o beneficiou.

O diplomata italiano Stefano Sannino, atual diretor-geral do departamento da Comissão Europeia para o Médio Oriente, Norte de África e Golfo, também está indiciado pelos mesmos crimes e foi um dos três detidos.

Sannino foi secretário-geral executivo do Serviço Europeu de Ação Externa.

A Procuradoria Europeia também fez buscas nas instalações do Serviço de Ação Externa da UE, em Bruxelas, que coordena a diplomacia comunitária e hoje é tutelado por Kaja Kallas, atual alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, funções que Federica Mogherini desempenhou entre 2014 e 2019.

Além da ex-vice-presidente da Comissão Europeia e do diplomata italiano, um funcionário do Colégio da Europa também foi detido e enfrenta as mesmas acusações.

Os três foram libertados, uma vez que a Procuradoria Europeia diz que não há perigo de fuga.

Federica Mogherini diz que vai "oferecer colaboração total" às autoridades

Federica Mogheirini já veio dizer que vai “oferecer colaboração total às autoridades” que investigam alegações de corrupção e fraude.

“Vou continuar a oferecer a minha colaboração total às autoridades”, disse numa declaração escrita enviada pelo Colégio da Europa.

Federica Mogherini, ex-vice-presidente da Comissão Europeia, acrescentou ter “toda a confiança de que será comprovada a retidão das ações do Colégio da Europa”.

“Clarifiquei a minha posição aos investigadores que estão a atuar em nome da Procuradoria Europeia”, comentou a reitora daquela instituição académica, sustentando que, “na sua longa tradição, o Colégio da Europa aplicou sempre os maiores padrões de justiça e integridade e vai continuar a atuar assim”.

“Ao longo de três anos, a Academia Diplomática da União Europeia providenciou instrução da mais elevada qualidade e práticas aos seus integrantes”, advogou.

O Colégio da Europa é conhecido como a instituição académica da elite europeia e é uma escola de renome para a formação de diplomatas.

O Presidente de França, Emmanuel Macron, e a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, frequentaram a instituição, assim como os antigos presidentes da Comissão Europeia Jacques Delors e Jean-Claude Juncker, e o primeiro-ministro polaco e antigo presidente do Conselho Europeu Donald Tusk.

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