A União Europeia (UE) disse esta sexta-feira estar "horrorizada" com a morte de uma jornalista ucraniana na sequência de uma "detenção arbitrária" russa, exigindo uma "investigação independente e minuciosa" ao incidente.."A UE está horrorizada com os relatos da morte da jornalista ucraniana freelancer Victoria Roshchyna que foi arbitrariamente detida pela Rússia", escreveu um porta-voz do Serviço de Ação Externa..De acordo com a "informação disponível", a jornalista ucraniana morreu durante uma transferência de uma prisão em Taganrog para Moscovo.."Quando detiveram arbitrariamente Victoria Roshchyna, em agosto de 2023, as autoridades russas assumiram a responsabilidade total pela sua segurança, saúde e integridade física", criticou o bloco comunitário.."A UE exige uma investigação independente e minuciosa que clarifique as circunstâncias da morte de Victoria Roshchyna o mais rápido possível", acrescentou o porta-voz.. A Procuradoria-Geral ucraniana anunciou a abertura do processo de investigação por "crime de guerra" sobre a morte da jornalista ucraniana, após ter sido detida nos territórios ocupados da Ucrânia.."O processo penal aberto pelo seu desaparecimento foi reclassificado como crime de guerra associado a homicídio premeditado", declarou o Ministério Público num comunicado publicado no Telegram..Victoria Rochtchina, de 27 anos, morreu a 19 de setembro, de acordo com uma carta do Ministério da Defesa russo recebida pela sua família na Ucrânia na quinta-feira, afirmou a organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF) num comunicado..A sua morte foi confirmada na quinta-feira pelas autoridades ucranianas, mas a causa e as circunstâncias permanecem desconhecidas.."Tenho uma confirmação oficial do lado russo da morte da jornalista", afirmou o comissário ucraniano para os direitos humanos, Dmytro Loubinets, na noite de quinta-feira.."As detenções ilegais e os raptos de jornalistas são a arma da Rússia contra a liberdade de expressão", acusou..O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a morte de Rochtchina constitui "um verdadeiro golpe" para "muitos jornalistas ucranianos que a conheciam".."Há ainda muitos outros jornalistas, figuras públicas, líderes políticos e pessoas comuns que se encontram presos na Rússia", continuou, acrescentando ter levantado a questão da sua libertação durante o seu encontro com o Papa esta manhã..Rochtchina, uma jornalista independente que colaborou com os meios ucranianos Ukrainska Pravda e Hromadske, tinha desaparecido em agosto de 2023, quando procurava chegar aos territórios ucranianos invadidos pela Federação Russa na região de Zaporijjia, no sul do país, segundo meios ucranianos..A Rússia confirmou pela primeira vez a sua detenção em abril de 2024, de acordo com o Ministério Público ucraniano..Segundo o meio de comunicação social russo independente Mediazona, a jornalista morreu durante uma transferência de uma prisão em Taganrog, no sudoeste da Rússia, para Moscovo..Petro Yatsenko, funcionário ucraniano responsável pelos prisioneiros de guerra, declarou que a sua transferência "era um passo para preparar a sua libertação" no âmbito de uma troca.