EUA anunciam tarifas de 50% para o Brasil e Lula da Silva já contra-atacou
Donald Trump anunciou quarta-feira, 9 de julho, que irá aplicar uma tarifa de 50% sobre os produtos importados do Brasil, além de todas as tarifas setoriais, com efeitos a partir de 1 de agosto. O presidente dos Estados Unidos partilhou a notícia numa carta endereçada ao presidente brasileiro, Lula da Silva, na sua rede social, a Truth Social. Trump justificou a medida com a relação comercial entre os dois países “injusta”, mas não só. Em causa estão, também, acrescenta, “os ataques insidiosos do Brasil contra as eleições livres e os direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos (como recentemente ilustrado pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil, que emitiu centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS a plataformas de media sociais dos EUA, ameaçando-as com multas de milhões de dólares e expulsão do mercado brasileiro)”, e às decisões do Supremo Tribunal Federal em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tentativa de golpe de estado. “Trata-se de uma caça às bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE”, escreveu Trump.
O Governo do Brasil já devolveu a carta à procedência, por a considerar"ofensiva" e conter "mentiras", disseram fontes oficiais à agência de notícias EFE.
Entretanto, num texto partilhado nas redes sociais, o presidente brasileiro deu a resposta: “Qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Económica”, legislação que permite ao Governo brasileiro adotar medidas contra países que imponham barreiras unilaterais aos produtos do Brasil entrou em vigor em abril.
“É falsa a informação, no caso da relação comercial entre Brasil e Estados Unidos, sobre o alegado défice norte-americano. As estatísticas do próprio Governo dos Estados Unidos comprovam um superavit desse país no comércio de bens e serviços com o Brasil da ordem de 410 mil milhões de dólares [349 mil milhões de euros] ao longo dos últimos 15 anos”, prosseguiu Lula da Silva.,
Lula da Silva acrescentou ainda que “rejeita conteúdos de ódio, racismo, pornografia infantil, golpes, fraudes, discursos contra os direitos humanos e a liberdade democrática”. No Brasil, insistiu o chefe de Estado, a “liberdade de expressão não se confunde com agressão ou práticas violentas” e por isso para operar no país, as empresas “estão submetidas à legislação brasileira”.
*com Lusa