Um conselheiro próximo do presidente russo Vladimir Putin sugeriu a construção de um túnel ferroviário entre a Rússia e os Estados Unidos, de nome “Putin-Trump”, como símbolo de unidade e cooperação entre as duas potências.A proposta partiu de Kirill Dmitriev, enviado especial de Putin para o investimento e diretor do fundo soberano russo RDIF, que defende um projeto de 8 mil milhões de dólares para ligar a região russa de Chukotka ao Alasca, através do Estreito de Bering, reporta a agência Reuters. O túnel, com cerca de 112 quilómetros, poderia, segundo Dmitriev, ser concluído em menos de oito anos.Dmitriev partilhou a ideia pouco depois de uma conversa telefónica entre Putin e Donald Trump, atual presidente norte-americano, que acordaram reunir-se em Budapeste nas próximas semanas para discutir um possível fim à guerra na Ucrânia.Questionado sobre esta proposta durante o encontro de sexta-feira (17 de outubro) em Washington com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy, Trump reagiu com curiosidade: “É uma ideia interessante”, disse, antes de perguntar a Zelenskiy o que achava. O líder ucraniano respondeu, sorrindo: “Não estou nada feliz com essa ideia”, arrancando gargalhadas à delegação norte-americana.Elon Musk na equaçãoDmitriev sugeriu que a construção ficasse a cargo da The Boring Company, de Elon Musk, argumentando que a tecnologia da empresa poderia reduzir drasticamente os custos habituais - de 65 mil milhões para menos de 8 mil milhões de dólares.“Imaginem ligar os continentes, unir os Estados Unidos e a Rússia com o Túnel Putin-Trump — um símbolo de unidade global”, escreveu Dmitriev na rede X (antigo Twitter), dirigindo-se diretamente a Musk.Até ao momento, o empresário não reagiu publicamente à proposta.Um sonho antigoA ideia de uma ligação entre o Alasca e a Sibéria não é nova. Desde o século XIX que engenheiros e políticos sonham com uma passagem que una os dois lados do Estreito de Bering, cuja distância mínima é de apenas 82 quilómetros. No auge da Guerra Fria, chegou a ser sugerida a construção de uma “Ponte Mundial da Paz Kennedy–Khrushchev”.Ainda assim, o desafio é gigantesco. Chukotka, no extremo oriental da Rússia, tem infraestruturas limitadas, e tanto a zona ártica russa como o norte do Alasca exigiriam enormes investimentos adicionais em estradas, ferrovias e portos para tornar o túnel funcional, lembra a agência Reuters.A proposta surge num momento de algum degelo diplomático entre Moscovo e Washington, depois de meses de negociações discretas sobre o conflito na Ucrânia. Dmitriev tem sido uma das vozes mais ativas em tentar reaproximar os dois países, promovendo parcerias económicas e tecnológicas.“O RDIF já financiou a primeira ponte ferroviária entre a Rússia e a China. Agora é tempo de ir mais longe e ligar continentes, pela primeira vez na história da humanidade”, afirmou o enviado russo. .Zelensky recusa falar de Tomahawks após a reunião com Trump. "Os EUA não querem uma escalada da guerra"."No Kings in America": protestos contra Trump em mais de 2500 localidades dos EUA