Steve Witkoff, enviado especial dos Estados Unidos, disse esta sexta-feira, 15 de agosto, que Putin concordou, na cimeira com Donald Trump, que sejam dadas à Ucrânia garantias de segurança semelhantes ao mandato de defesa coletiva da NATO."Conseguimos obter a seguinte concessão: que os Estados Unidos poderiam oferecer proteção semelhante à do artigo 5.º, que é uma das verdadeiras razões pelas quais a Ucrânia quer entrar na NATO", disse Steve Witkoff no programa "State of the Union" da CNN."Foi a primeira vez que ouvimos os russos concordarem com isso", acrescentou.Witkoff, que revelou alguns dos primeiros detalhes do que foi discutido na cimeira de sexta-feira no Alasca, disse que as duas partes concordaram com "garantias de segurança robustas", descrevendo-as como "revolucionárias"..Putin deve "pôr fim à matança" antes de acordo de paz, defende Zelensky em Bruxelas.A Rússia, acrescentou, disse que assumiria um compromisso legislativo de não anexar qualquer território adicional na Ucrânia."Os russos fizeram algumas concessões relativamente às cinco regiões [do leste da Ucrânia]. Há uma discussão importante sobre Donetsk e o que acontecerá lá", disse Witkoff na entrevista, que acontece dois dias após uma cimeira entre os Presidentes Donald Trump e Vladimir Putin em Anchorage, no Alasca, e da qual não saíram avanços em relação a um cessar-fogo na Ucrânia.As declarações surgem também na véspera da receção na Casa Branca do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e de líderes europeus.O enviado de Donald Trump para a Ucrânia mostrou-se otimista em relação ao encontro, manifestando a expectativa de que se possa chegar a um consenso."Estou otimista de que teremos uma reunião produtiva na segunda-feira, que chegaremos a um consenso real, que poderemos voltar aos russos e avançar com este acordo de paz e concluí-lo", disse Steve Witkoff.Witkoff defendeu a decisão de Trump de abandonar a pressão para que a Rússia concordasse com um cessar-fogo imediato, dizendo que o Presidente tinha mudado para um acordo de paz porque se tinha feito um grande progresso."Começámos a ver alguma moderação na forma como eles estão a pensar em chegar a um acordo de paz final. Cobrimos quase todas as outras questões necessárias para um acordo de paz", disse, sem dar mais detalhes.Também este sábado, Donald Trump reclamou "grandes progressos" com a Rússia numa mensagem sucinta publicada na sua rede social, Truth Social. "Grandes progressos em relação à Rússia. A acompanhar!", escreveu.A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, elogiou já a proposta de Donald Trump de oferecer garantias de segurança à Ucrânia inspiradas na NATO (Aliança Atlântica) e disse esperar uma cimeira tripartida “o mais rapidamente possível”.Zelensky pede que Europa mostre unidade e apela a cessar-fogoVolodymyr Zelensky já enalteceu "a decisão histórica" dos Estados Unidos estarem disponíveis para fornecer as garantias de segurança à Ucrânia. "As garantias de segurança, como resultado dos nossos esforços conjuntos, devem ser verdadeiramente práticas, fornecer proteção em terra, no ar e no mar, e devem ser desenvolvidas com a participação da Europa", escreveu o presidente ucraniano nas redes sociais. Antes, Zelensky já tinha pedido aos europeus que demonstrassem a mesma unidade do que em 2022, após o início da invasão russa, sinalizando também que é necessário um cessar-fogo."É crucial que a Europa permaneça tão unida como em 2022. Essa unidade contribui para aproximar uma paz justa e deve permanecer firme", escreveu na rede social X, após o encontro em Bruxelas com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, um dia antes de viajar para Washington para se encontrar com Donald Trump, acompanhado por vários líderes europeus."Essa unidade contribui para aproximar uma paz justa e deve permanecer firme. Concordamos com a necessidade de um cessar-fogo para novas medidas diplomáticas, garantias de segurança eficazes para a Ucrânia e a continuação da pressão de haver sanções sobre a Rússia para limitar seu potencial no futuro. Agradeço pessoalmente a Ursula e a toda a Europa por nos apoiarem na procura por um fim justo para esta guerra", acrescentou.O líder ucraniano apontou que Putin tem muitas exigências, mas não são todas conhecidas, sendo que "se realmente houver tantas quanto se diz, levará tempo para analisá-las", mas "é impossível fazer isso sob a pressão das armas"."É necessário um cessar-fogo e trabalhar rapidamente num acordo final", reiterou, assegurando que irão falar sobre isso em Washington.Macron quer frente unida em torno de uma paz que não seja capitulaçãoO Presidente francês Emmanuel Macron veio já falar de uma frente unida entre europeus e ucranianos em defesa de uma paz que não represente a capitulação da Ucrânia, na véspera da reunião com Donald Trump, na Casa Branca."A nossa vontade é apresentar uma frente unida entre europeus e ucranianos", disse o Presidente francês, acrescentando que se pretende também perguntar aos norte-americanos "até que ponto" estão dispostos a contribuir para as garantias de segurança que seriam oferecidas à Ucrânia num acordo de paz.O chefe de Estado francês, que falava aos jornalistas na residência oficial de férias, no Fort Brégançon, sul da França, após uma reunião por videoconferência dos aliados de Kiev, assegurou que o homólogo russo, Vladimir Putin, "não quer a paz", mas sim a "capitulação" da Ucrânia.Vários líderes europeus, incluindo o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, estão este sábado reunidos por videoconferência com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para preparar o encontro com o Presidente dos Estados Unidos da América (EUA).O encontro de segunda-feira, que decorrerá na Casa Branca, foi convocado após a cimeira entre o líder norte-americano e o homólogo russo, Vladimir Putin, no Alasca, que terminou sem um acordo de cessar-fogo na Ucrânia, como pretendia Donald Trump.Depois da cimeira de sexta-feira, o Presidente dos EUA passou a defender um acordo de paz como solução para a guerra na Ucrânia, iniciado pela invasão russa em fevereiro de 2022..Putin pede Donetsk e Lugansk para acabar guerra. EUA propõe a Kiev garantias de segurança similares às da NATO.Trump vai reunir-se com Zelensky na segunda-feira em Washington e também convidou os líderes europeus