O presidente russo admitiu esta quarta-feira, 3 de setembro, a possibilidade de se encontrar com o seu homólogo ucraniano, embora tenha voltado a questionar a legitimidade de Volodymyr Zelensky ainda continuar no poder sem a realização de eleições. “Eu disse que sim, que era possível, que ele viesse a Moscovo”, afirmou Vladimir Putin, numa conferência de imprensa em Pequim, revelando que foi questionado por Donald Trump sobre a possibilidade de um encontro com o seu homólogo ucraniano. “Nunca descartei a possibilidade de me encontrar com ele. Mas faz sentido encontrar-me com ele?”, prosseguiu. O líder russo voltou então a referir que o mandato de Zelensky expirou sem “qualquer possibilidade de o prolongar”. “Portanto, faz sentido reunirmos com a atual administração? Poderíamos fazê-lo; nunca me recusei a fazê-lo se isso conduzir a resultados positivos”. De recordar que Zelensky foi eleito em 2019 para um mandato até 2024, no entanto, devido à aplicação da Lei Marcial por causa da guerra, a realização de presidenciais foi suspensa.O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano rejeitou a proposta de Putin, classificando-a de “inaceitável”, sublinhando que, “neste momento, pelo menos sete países estão prontos para acolher uma reunião entre os líderes da Ucrânia e da Rússia para pôr fim à guerra”. “Putin continua a enganar toda a gente, fazendo propostas conscientemente inaceitáveis. Só o aumento da pressão poderá forçar a Rússia a levar finalmente a sério o processo de paz”, declarou Andrii Sybiha.O seu homólogo russo, Sergei Lavrov, falou esta quarta-feira também sobre o processo de paz, afirmando que Moscovo espera que as negociações continuem, mas “novas realidades territoriais” devem ser reconhecidas e formados novos sistemas de garantias de segurança. As declarações dos dois responsáveis russos foram feitas horas depois de Moscovo ter disparado mais de 500 drones e duas dezenas de mísseis contra a Ucrânia. Já Zelensky esteve esta quarta-feira na Dinamarca com os líderes dos países Nórdicos e do Báltico, enquanto que esta quinta-feira estará em Paris com Emmanuel Macron para uma reunião da Coligação dos Dispostos..Estancar o alargamento da NATO é condição para a paz na Ucrânia, diz Putin