O Secretariado Executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) reforçou a urgência da ação conjunta a urgência da ação conjunta para mitigar os efeitos das alterações climáticas. Este apelo, enviado às redações este sábado, 16 de agosto, surge na sequência do "trágico evento extremo climático ocorrido nas ilhas de São Vicente e Santo Antão, que motivou perdas humanas e vítimas ainda desaparecidas, resultantes de chuvas intensas e ventos ciclónicos que assolaram a República de Cabo Verde"."Recordando que, já em 2019, o relatório do IPCC alertava para os riscos da crise climática e advertia que fenómenos meteorológicos extremos teriam impactos severos, sobretudo nas cidades litorais e nas ilhas, ficou igualmente sublinhada a necessidade de mecanismos de compensação capazes de atenuar os efeitos das alterações climáticas no desenvolvimento e no crescimento produtivo, evitando o agravamento da pobreza e dos desequilíbrios socioeconómicos", salienta a nota.O Secretariado Executivo da CPLP encoraja ainda a "comunidade internacional e as agências especializadas a reforçarem os esforços do Governo e da sociedade cabo-verdiana, com especial atenção às populações mais vulneráveis, apoiando a redução da pobreza e a mitigação dos impactos em alojamento, nutrição e direitos humanos, sobretudo protegendo as crianças, mulheres e jovens afetados pela calamidade".A CPLP sublinha igualmente "a importância de apoio concreto ao investimento e ao relançamento produtivo, como via para promover a resiliência e a recuperação sustentável do país"..Portugal envia navio da Marinha para prestar assistência humanitária em Cabo Verde.As cheias de segunda-feira provocaram nove mortos em São Vicente e uma mulher continua desaparecida, com destruição de casas, estradas e pontes, deixando bairros inundados e condicionando o abastecimento de água e energia.O Governo cabo-verdiano declarou situação de calamidade por seis meses em São Vicente, Porto Novo (Santo Antão) e nos dois concelhos de São Nicolau. A Câmara Municipal de São Vicente começou a entregar subsídios às famílias das vítimas mortais e prepara apoios para desalojados.Países como Timor-Leste, Guiné-Bissau, Portugal e São Tomé e Príncipe já manifestaram solidariedade para com Cabo Verde. O navio da Marinha portuguesa atracou esta sexta-feira em São Vicente com 56 militares, que vão apoiar na remoção de escombros e, com uma dessalinizadora a bordo para fornecer água ao hospital da ilha, afetada pelas cheias que causaram nove mortos.Conta com drones para recolha de imagens aéreas em zonas de difícil acesso, mergulhadores e equipas preparadas para apoiar a população, além de capacidade hidrográfica caso seja solicitada pelas autoridades cabo-verdianas..Filipe Duarte Santos: “As alterações climáticas fazem os fogos ficar mais fortes e afetar uma área maior”.Sociedade civil apela aos líderes do G20 que reforcem combate a alterações climáticas e à fome