Lee Jae-Myung, presidente sul-coreano, tenta baixar a tensão com o vizinho do Norte
Lee Jae-Myung, presidente sul-coreano, tenta baixar a tensão com o vizinho do NorteEPA/HAN MYUNG-GU

Coreia do Sul retira altifalantes de propaganda na fronteira com a Coreia do Norte

Estas transmissões, no ar há mais de cinco décadas, eram uma das principais ferramentas mediáticas contra a Coreia do Norte.
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O Exército sul-coreano começou a desmontar todos os altifalantes usados para transmitir mensagens de propaganda em direção à Coreia do Norte na Zona Desmilitarizada (DMZ), num novo gesto de Seul para reduzir as tensões.

Num comunicado, o Ministério da Defesa da Coreia do Sul afirmou que se trata de “uma ação concreta para contribuir para o alívio das tensões entre as duas Coreias, sem afetar a postura de preparação militar”.

A remoção dos altifalantes deverá estar concluída antes do final da semana, disse o vice-porta-voz do ministério, Lee Kyung-ho, numa conferência de imprensa, nesta segunda-feira, 4 de agosto.

Um porta-voz do Estado-Maior Conjunto sul-coreano esclareceu, na mesma ocasião, que a medida “não foi previamente coordenada com a Coreia do Norte”.

O Governo do novo Presidente de centro-esquerda, Lee Jae-myung, já tinha ordenado, em junho, a suspensão das transmissões como primeiro gesto de distensão, poucos dias depois de tomar posse.

As emissões tinham sido retomadas no ano passado pelo Executivo conservador de Yoon Suk-yeol, em resposta ao envio de balões com lixo a partir da Coreia do Norte.

Os altifalantes fazem parte de uma longa tradição de guerra psicológica na península e foram usados durante décadas para transmitir notícias, mensagens críticas contra o regime norte-coreano e música popular para lá da fronteira.

O desmantelamento dos altifalantes faz parte de uma série de gestos unilaterais da Administração de Lee Jae-myung para reduzir as tensões com Pyongyang.

O novo Governo sul-coreano pediu também a organizações civis que interrompam o lançamento de panfletos contra o regime norte-coreano através de balões.

No mesmo plano de distensão, Seul suspendeu ainda as transmissões de rádio e televisão de propaganda geridas pelo Serviço Nacional de Informações (NIS), uma medida não confirmada oficialmente, mas cuja interrupção foi detetada por emissoras privadas.

Estas transmissões, no ar há mais de cinco décadas, eram uma das principais ferramentas mediáticas contra a Coreia do Norte.

Apesar de Pyongyang ter desligado, em junho, os seus próprios altifalantes de propaganda, em aparente resposta às medidas de Seul, o regime de Kim Jong-un continua a rejeitar a aproximação.

Na semana passada, Kim Yo-jong, irmã do líder norte-coreano, afirmou que a Coreia do Sul “continua a ser o inimigo” e descartou qualquer diálogo com o país vizinho, rejeitando os objetivos de desnuclearização propostos por Seul e Washington.

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