Kim Yong-nam, ex-chefe de Estado puramente cerimonial da Coreia do Norte e apoiante de longa data da dinastia governante, morreu aos 97 anos. O anúncio foi feito esta terça-feira pela agência Agência Central de Notícias da Coreia do Norte (KCNA) e a morte terá acontecido no passado dia 3, devido a falência múltipla de órgãos.Kim ocupou o cargo de presidente da Assembleia Popular Suprema de Pyongyang, órgão sem poder real, de 1998 a 2019. Nas últimas décadas, desempenhou várias funções diplomáticas sob o regime do fundador do país, Kim Il-sung, do seu filho Kim Jong-il e do seu neto, o atual líder norte-coreano, Kim Jong-un, embora não fosse da família.A KCNA descreveu-o como um "revolucionário da velha guarda que deixou conquistas extraordinárias na história do desenvolvimento do nosso partido e do nosso país". Sinal do respeito que esta figura mais "decorativa" merecia na Coreia do Norte, terá direito a um funeral de Estado.Nascido a 4 de fevereiro de 1928, quando a península coreana estava sob o domínio colonial japonês, Kim Yong-nam cresceu no que a KCNA, citada pela BBC, chamou de família de "patriotas anti-japoneses". Frequentou a então recém-inaugurada Universidade Kim Il Sung, em Pyongyang, e também estudou em Moscovo, antes de iniciar a carreira na década de 1950.Funcionário de baixo escalão no partido no poder, primeiro, Kim ascendeu ao cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros e foi, depois, presidente da Assembleia Popular Suprema durante quase todo o reinado de Kim Jong Il.Mesmo com o poder real bem guardado nas mãos da família Kim, Kim Yong-nam era frequentemente visto como o rosto da Coreia do Norte no cenário internacional. Como quando em 2018 liderou a delegação norte-coreana à Coreia do Sul para os Jogos Olímpicos de Inverno, tendo-se encontrado com o então presidente sul-coreano Moon Jae-in. Antes disso, já se tinha reunido com outros dois dois ex-presidentes sul-coreanos: Kim Dae-jung em 2000 e Roh Moo-hyun em 2007 — ambos em cimeiras intercoreanas.Ao contrário de muitos outros altos funcionários da Coreia do Norte, Kim Yong-nam nunca foi destituído, mesmo com a transferência do poder ao longo de três gerações da dinastia Kim. Retirou-se em abril de 2019.A sua longevidade foi rara, uma vez que muitos outros funcionários foram alvos de purgas, enviados para campos de trabalho ou mesmo mortos por terem agido contra as políticas do Estado. Em 2013, por exemplo, Kim Jong-un ordenou a execução do seu tio Chang Song-thaek por “atos de traição”..Taeyangho - a fortaleza sobre carris que Kim prefere para se deslocar