Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Conselho de Segurança das Nações Unidas.EPA/EDUARDO MUNOZ

Conselho de Segurança da ONU aprova Força Internacional para Gaza

Apoiada criação de um "Conselho de Paz" como uma “administração da governação de transição” em Gaza, que estará autorizado a estabelecer uma Força Internacional de Estabilização temporária no enclave.
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O Conselho de Segurança da ONU aprovou na segunda-feira, 17 de novembro, uma resolução de apoio ao plano norte-americano para Gaza que autoriza o estabelecimento de uma Força Internacional de Estabilização (ISF, na sigla em inglês) temporária no enclave.

A resolução, da autoria dos Estados Unidos, foi aprovada com 13 votos a favor e a abstenção da China e da Rússia.

Já esta terça-feira (18), a Presidência da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) congratulou-se com a aprovação da resolução apresentada pelos Estados Unidos sobre Gaza, apelando à sua implementação imediata

O Conselho de Segurança da ONU apoiou a criação de um "Conselho de Paz" como uma “administração da governação de transição” em Gaza e autoriza esse Conselho de Paz a estabelecer uma Força Internacional de Estabilização temporária no enclave.

O texto autoriza ambas as entidades a vigorarem até 31 de dezembro de 2027, “sujeito a novas deliberações do Conselho”.

A proposta visa restaurar a segurança, garantir o acesso humanitário e iniciar um processo sustentado de reconstrução e reforma institucional para o enclave, após dois anos de conflito devastador entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas.

O Conselho de Paz - que seria liderado pelo Presidente Donald Trump, de acordo com o plano de paz de 20 pontos apresentado por Washington - serviria como uma administração externa sobre o enclave palestiniano, supervisionando a governação, a reconstrução, o desenvolvimento económico e a distribuição de ajuda humanitária.

Já as responsabilidades da ISF para Gaza incluiriam garantir a segurança das fronteiras de Gaza, proteger civis, facilitar a assistência humanitária, apoiar o treino e o destacamento de uma força policial palestiniana reconstituída e supervisionar o desarmamento permanente das armas detidas pelo Hamas e outros grupos armados no enclave.

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A ISF atuará em conjunto com Israel e Egito para estabilizar a segurança em Gaza por um período inicial de dois anos.

A resolução, que passou por várias reformulações, menciona ainda a possibilidade de um Estado palestiniano, o que gerou contestação do lado israelita, que se opõe totalmente à solução de dois Estados (Israel e Palestina).

Uma proposta de resolução concorrente, apresentada pela Rússia, estava igualmente sob análise formal do Conselho de Segurança da ONU, mas não está claro se a proposta de Moscovo irá a votos em breve.

O "Estado da Palestina reitera o seu compromisso de assumir plenamente as suas responsabilidades na Faixa de Gaza"

Em um comunicado divulgado pela agência de notícias oficial palestiniana Wafa, a ANP – que governa de forma limitada na Cisjordânia devido à ocupação israelita – sublinhou que a resolução estabelece "o direito do povo palestiniano à autodeterminação e ao estabelecimento do seu Estado independente".

"O Estado da Palestina reitera o seu compromisso de assumir plenamente as suas responsabilidades na Faixa de Gaza, no âmbito da unidade de território, povo e instituições, considerando a Faixa parte integrante do Estado da Palestina", referiu o comunicado.

Para o Governo palestiniano, é essencial implementar esta resolução para garantir o regresso à normalidade em Gaza, proteger a sua população, prevenir a deslocação forçada, assegurar a retirada total das tropas israelitas, viabilizar a reconstrução, travar a erosão da solução de dois Estados e impedir a anexação de Gaza por Israel.

Assim, a ANP expressou a sua total disponibilidade para cooperar com os Estados Unidos, os membros do Conselho de Segurança, os Estados árabes e islâmicos, a União Europeia e a ONU para garantir a implementação desta resolução e colocar fim ao sofrimento do povo palestiniano na Faixa de Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

Segundo o comunicado, todos estes passos visam promover o caminho político rumo à paz, segurança e estabilidade entre palestinianos e israelitas, com base na solução de dois Estados assente no direito internacional e na legitimidade internacional.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Palestina saudou, através de um comunicado, a adoção pelo Conselho de Segurança da ONU da resolução norte-americana para Gaza, apelando também à sua rápida implementação no terreno.

"O Estado da Palestina congratula-se com a resolução da ONU sobre Gaza", referiu o Ministério dos Negócios Estrangeiros, sublinhando "a necessidade urgente de implementar imediatamente esta resolução no terreno", especificamente o envio de uma força internacional para o território palestiniano.

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