O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse esta quinta-feira (13 de novembro) que não vai pedir para ser perdoado no âmbito do seu julgamento por corrupção se isso implicar que tem que admitir que é culpado. “Isso não vai acontecer. Ninguém sugeriu que eu o fizesse e certamente não o farei”, disse numa entrevista à australiana Erin Molan, ex-apresentadora da Sky Australia que tem agora um programa no YouTube e no X.Netanyahu está a ser julgado desde 2020 por crimes de suborno, fraude e abuso de confiança, negando todas as acusações. Na quarta-feira (12 de novembro), o presidente dos EUA, Donald Trump, enviou uma carta ao homólogo israelita, Isaac Herzog, instando-o a dar um “perdão total”, dizendo acreditar que o primeiro-ministro é alvo de “perseguição política”. Quando esteve no Knesset, no início de outubro, Trump já tinha pedido o mesmo: “Charutos e champanhe, quem se importa com isso?” São dois alegados subornos que Netanyahu terá recebido. O gabinete de Herzog confirmou ter recebido a carta, respondendo que quem quer um perdão tem que pedi-lo formalmente. Em Israel isso só pode acontecer depois de ser condenado e com admissão de culpa. Na entrevista, Netanyahu agradeceu a carta de Trump, afirmando que os processos contra ele “prejudicam tanto os interesses americanos e israelitas” e que o seu tempo “devia ser gasto em coisas que vão determinar o futuro de Israel”.Com um cessar-fogo frágil na Faixa de Gaza - o Hamas entregou esta quinta-feira (12 de novembro) mais um corpo, que caso se confirme ser de um refém significa que faltará devolver mais três - os olhos viram-se também para a Cisjordânia ocupada. A violência dos colonos tem-se multiplicado, com as Nações Unidas a registarem 260 casos em outubro (um recorde). Herzog, tal como o chefe das Forças de Defesa de Israel, Eyal Zamir, criticaram essa violência. O presidente considerou “chocantes e sérios” os ataques de terça-feira (11 de novembro), quando grupos de homens de cara tapada incendiaram veículos e propriedades, dizendo que uma “linha vermelha” foi cruzada. Mas a violência não parou, tendo os colonos vandalizado esta quinta-feira uma mesquita. O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, avisou que esta situação pode minar o cessar-fogo em Gaza.