Benjamin Netanyahu garantiu este domingo, 16 de novembro, que Israel vai “agir com toda a força contra os tumultos contra os soldados das Forças de Defesa de Israel e contra os palestinianos porque somos um Estado de Direito, e um Estado de Direito age de acordo com a lei”, numa referência aos ataques levados a cabo por colonos israelitas na Cisjordânia. No entanto, o primeiro-ministro israelita sublinhou que estes extremistas são “uma minoria que entra na Judeia e Samaria e não representa a grande comunidade de colonos leais e cumpridores da lei”.Esta garantia surge dias depois do presidente israelita ter condenou os atos de violência cometidos por colonos na Cisjordânia, descrevendo-os como “chocantes e graves” e apelando a uma reação firme das autoridades. “Esta violência contra civis e soldados ultrapassa uma linha vermelha, e condeno-a veementemente. Todas as autoridades estatais devem agir com firmeza para erradicar este fenómeno”, declarou Isaac Herzog no X, referindo-se aos atacantes como “um punhado de indivíduos violentos e perigosos”.A Cisjordânia enfrenta uma vaga de violência por parte dos colonos e das tropas israelitas durante a época em curso da apanha da azeitona, considerada a mais violenta dos últimos cinco anos. Só em outubro, foram registados 1.584 ataques na Cisjordânia ocupada.A ONU documentou 536 ataques de colonos nesse mês - o número mais elevado desde que recolhe registos, iniciados em 2013 - incluindo ataques físicos, incêndios de campos agrícolas, destruição de oliveiras e restrições de acesso a olivais.O Gabinete das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários (OCHA) aponta que, entre 4 e 10 de novembro, foram documentados cerca de 29 ataques de colonos israelitas contra palestinianos que resultaram em vítimas, danos materiais ou ambos. Destes, pelo menos nove ataques estavam relacionados com a época da apanha da azeitona. Um dos últimos ataques de colonos israelitas registados contra alvos palestinianos na Cisjordânia aconteceu na quinta-feira na mesquita Hamida, perto de Deir Istiya, tendo deixado mobiliário e livros de oração carbonizados, bem como sinais evidentes de fogo nas paredes. O imã local, Ahmad Salman, disse à BBC que o ataque foi uma mensagem dos colonos no meio de uma onda de violência que estes estão a levar a cabo na Cisjordânia. “A mensagem que querem transmitir é que podem chegar a qualquer lado, cidades, aldeias, que podem matar civis, incendiar casas e mesquitas.”O Exército israelita disse ter destacado na semana passada tropas para as áreas das aldeias de Beit Lid e Deir Sharaf no seguimento de relatos de que “dezenas de civis israelitas com o rosto coberto estavam a atacar palestinianos e a incendiar propriedades”, tendo detido vários israelitas e alegando que os seus soldados a operar na zona foram atacados por colonos, que danificaram um veículo militar. Já a polícia israelita anunciou este domingo ter detido no dia anterior três colonos judeus que, armados com armas improvisadas, entraram numa zona militar fechada a caminho da aldeia palestiniana de Surif, a norte de Hebron. Segundo o Times of Israel, quando a polícia se aproximou, o grupo tentou fugir, com vários a subirem a uma árvore, recusando-se a descer e atirando pinhas aos polícias. As autoridades adiantaram ainda que veículos das forças de segurança sofreram danos durante o incidente.Plano de Trump votado na ONUO Conselho de Segurança da ONU vota esta segunda-feira, 17 de novembro, uma resolução que endossa o plano de cessar-fogo em Gaza do presidente norte-americano, Donald Trump, com Washington a alertar que “qualquer recusa em apoiar esta resolução é um voto a favor da continuidade do reinado dos terroristas do Hamas ou do regresso à guerra com Israel, condenando a região e o seu povo a um conflito perpétuo”. No entanto, Benjamin Netanyahu, que endossou o plano, afirmou este domingo que Israel continua a opor-se a um Estado palestiniano, cuja caminho para a sua criação faz parte do plano de Donald Trump. “A nossa oposição a um Estado palestiniano em qualquer território não mudou. Gaza será desmilitarizada e o Hamas será desarmado, seja pelo caminho fácil ou pelo difícil”. .Trump garante que Israel não irá anexar a Cisjordânia ocupada