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Comentador Tucker Carlson afirma que Trump declarará guerra à Venezuela na madrugada desta quinta-feira

Secretária de imprensa da Casa Branca afirmou que presidente dos Estados Unidos fará um balanço do seu primeiro ano de mandato e apresentará os seus planos para os próximos três anos.
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O comentador ultraconservador norte-americano Tucker Carlson afirmou esta quarta-feira, 17 de dezembro, que os congressistas foram informados que o Presidente Donald Trump declarará guerra à Venezuela num discurso ao país esta madrugada.

"Os membros do Congresso foram ontem (terça-feira) informados de que está a caminho uma guerra e que o Presidente a anunciará numa declaração à nação esta noite (em Washington)", disse Carlson no seu podcast "Judging Freedom".

Carlson tornou-se uma das vozes mais destacadas da direita norte-americana como apresentador da Fox News, de onde foi despedido em 2023, após o canal ter investigado uma mensagem privada contendo conteúdo racista e violento.

No ano passado, destacou-se por se ter deslocado a Moscovo para uma conversa gravada com o Presidente russo, na qual deu a entender concordar com Vladimir Putin em relação à invasão da Ucrânia em 2022, o maior conflito na Europa desde a 2ª Guerra Mundial.

A intervenção de Trump, a menos de um mês de completar o primeiro ano desde o regresso à Casa Branca, será difundida em horário nobre, às 21:00 de Washington (02:00 de quinta-feira em Lisboa).

“Foi um grande ano para o nosso país, e o melhor ainda está para vir", disse Trump na terça-feira, ao anunciar a intervenção numa mensagem na sua rede social, a Truth Social.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que Trump fará um balanço do seu primeiro ano de mandato e apresentará os seus planos para os próximos três anos.

Espera-se ainda que Trump aborde os seus esforços para reduzir o custo de vida, foco de crescentes críticas dos seus próprios apoiantes, que o acusam de se concentrar mais na política externa do que nos assuntos internos.

O discurso tem lugar em período de crescentes tensões nas Caraíbas, onde o Washington mobilizou uma grande operação militar nos últimos meses sob pretexto de combater o narcotráfico na região.

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EUA anunciam mais oito mortos em ataques nas Caraíbas contra três embarcações

Os bombardeamentos norte-americanos no sul das Caraíbas e no leste do Pacífico visaram cerca de duas dezenas de embarcações suspeitas de tráfico de droga, resultando na morte de pelo menos 95 tripulantes.

Também na terça-feira, Trump anunciou que os Estados Unidos vão impor um bloqueio "total e completo" a petroleiros sancionados que entram e saem da Venezuela, acusando o regime do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de utilizar o petróleo para "se financiar a si próprio, ao tráfico de droga, ao tráfico humano, a assassinatos e raptos".

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"A Venezuela está completamente cercada pela maior armada alguma vez reunida na história da América do Sul. Ela só tende a crescer, e o choque para eles será algo sem precedentes — até que devolvam aos Estados Unidos da América todo o petróleo, terras e outros bens que nos roubaram", frisou.

Trump passou o seu primeiro ano no cargo a reestruturar os laços económicos e de segurança nacional dos Estados Unidos, impondo tarifas aos parceiros comerciais e entrando em conflito com aliados como a União Europeia e a NATO sobre as despesas de defesa e sobre como travar a guerra da Rússia na Ucrânia.

A nível interno, testou os limites do poder executivo, pressionando para uma reestruturação governamental através de reduções de pessoal e cortes no orçamento.

Procurou também cumprir as suas promessas de campanha sobre a imigração, realizando deportações em massa e restringindo as vias legais de entrada no país.

Os seus índices de aprovação desceram em questões-chave, enquanto os indicadores económicos apontam para um crescimento salarial mais lento e para um aumento do custo de vida das famílias, segundo a agência Bloomberg.

Maduro discute com Guterres "escalada das ameaças" de Washington

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, transmitiu esta quarta-feira ao secretário-geral da ONU, António Guterres, preocupação com a “escalada das ameaças” ao seu país, após o "bloqueio total" imposto por Washington a petroleiros venezuelanos, anunciou a diplomacia de Caracas.

"O chefe de Estado denunciou ao secretário-geral as recentes declarações públicas do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (...) nas quais afirmou, de forma inaceitável, que o petróleo, os recursos naturais e o território venezuelanos lhe pertencem", segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Venezuela.

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Trump anuncia bloqueio dos EUA a petroleiros sancionados na Venezuela. Caracas fala em "ameaça grotesca"

Na conversa mantida por telefone, Maduro "sublinhou que estas declarações devem ser categoricamente rejeitadas pelas Nações Unidas, uma vez que constituem uma ameaça direta à soberania, ao direito internacional e à paz", acrescentou o comunicado.

O ministério referiu ainda que Maduro alertou para "a escalada de ameaças contra a Venezuela e as suas graves implicações para a paz regional".

No telefonema, António Guterres reafirmou, por seu lado, a posição da ONU de que os Estados-membros devem "exercer moderação, reduzir as tensões e preservar a estabilidade regional", de acordo com um comunicado da organização, adicionando a necessidade do respeito do direito internacional e da Carta das Nações Unidas.

O Governo venezuelano alega que Donald Trump "pretende impor, de forma absolutamente irracional, um alegado bloqueio naval militar" com o objetivo de "roubar as riquezas" do país sul-americano.

Maduro acusa ainda o homólogo da Casa Branca de violar "o direito internacional, o livre comércio e a liberdade de navegação", o que classificou também como uma "ameaça grave e temerária".

Trump anunciou que vai fazer uma declaração à nação na noite desta quarta-feira (madrugada de quinta-feira em Lisboa) sem especificar o tema, mas que poderá estar relacionada com a crise.

A sua porta-voz referiu apenas que vai abordar a ação da sua administração nos primeiros 11 meses do segundo mandato presidencial.

Na semana passada, o Comando Sul dos Estados Unidos, que atacou mais de três dezenas de embarcações e executou 95 tripulantes alegadamente ligados ao narcotráfico nas Caraíbas e no Pacífico Leste, apreendeu em águas internacionais o petroleiro Skipper, que transportava crude venezuelano.

Os Estados Unidos também reforçaram a presença militar no mar das Caraíbas desde agosto, sob o argumento da luta contra o narcotráfico, enviando para a região em outubro o maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald R. Ford, com cerca de 5.000 militares a bordo e 75 aviões de combate, incluindo caças F-18, com uma escolta de cinco contratorpedeiros.

No final de outubro, o número de soldados norte-americanos no sul das Caraíbas e na base militar dos Estados Unidos em Porto Rico ascendia a 10.000, metade dos quais a bordo de oito navios.

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