China prolonga manobras militares em torno de Taiwan e é acusada pelos EUA de ameaçar segurança regional
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China prolonga manobras militares em torno de Taiwan e é acusada pelos EUA de ameaçar segurança regional

Casa Branca reiterou "a oposição dos Estados Unidos a qualquer tentativa unilateral de alterar o 'status quo' pela força ou pela coerção". Também a União Europeia apelou à contenção.
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As Forças Armadas chinesas anunciaram que vão continuar esta quarta-feira os exercícios militares no centro e sul do Estreito de Taiwan para “testar as capacidades das tropas”, no seguimento das manobras militares de terça-feira.

Os exercícios, designados “Straits Thunder-2025A”, centram-se em tarefas de “identificação e verificação”, “aviso e expulsão” e “interceção e detenção”, para “testar as capacidades das tropas” em domínios como “controlo aéreo, bloqueio e ataques de precisão contra alvos-chave”, afirmou, em comunicado, o porta-voz do Comando do Teatro de Operações Oriental do Exército de Libertação Popular, coronel Shi Yi.

Na terça-feira, a China colocou 71 aviões, 21 navios de guerra e quatro navios da Guarda Costeira em torno de Taiwan, em linha com os dois últimos exercícios em grande escala junto à ilha, realizados em maio e outubro de 2024.

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Entretanto, os Estados Unidos acusaram a China de "pôr em perigo" a segurança regional, depois de Pequim ter prolongado as manobras militares em torno de Taiwan.

"Mais uma vez, as atividades militares agressivas e a retórica da China em relação a Taiwan só servem para exacerbar as tensões e pôr em perigo a segurança regional e a prosperidade global", declarou o Departamento de Estado norte-americano, em comunicado.

A Casa Branca reiterou "a oposição dos Estados Unidos a qualquer tentativa unilateral de alterar o 'status quo' pela força ou pela coerção".

Também a União Europeia (UE) apelou à contenção.

"Apelamos a todas as partes para que deem provas de contenção e evitem qualquer ação que possa agravar as tensões", declarou a porta-voz do serviço diplomático da UE, Anitta Hipper.

O líder de Taiwan, William Lai Ching-te, proferiu recentemente um dos mais duros discursos contra a China, anunciando 17 medidas - incluindo o restabelecimento dos tribunais militares e uma análise rigorosa das visitas de cidadãos chineses a Taiwan - para contrariar o que descreveu como uma campanha de infiltração do Partido Comunista Chinês na ilha.

Pela primeira vez, William Lai classificou a China como uma “força externa hostil”, o que foi interpretado por alguns analistas como uma mudança nas políticas defendidas pelo seu antecessor e uma tentativa de alterar o estatuto de Taiwan.

Taiwan é governada de forma autónoma desde 1949 e possui o seu próprio exército e um sistema político, económico e social, diferente do da República Popular da China, mas Pequim considera Taiwan “parte inalienável” do seu território.

A China intensificou nos últimos anos a pressão sobre o território, organizando com frequência exercícios militares de grande envergadura que simulam um bloqueio marítimo e aéreo da ilha.

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