O número de infeções por VIH entre os militares russos terá disparado desde o início da invasão em larga escala da Ucrânia, segundo um novo relatório do centro de estudos Carnegie Politika, instituto de investigação especializado em assuntos russos e da região da Eurásia, sediado em Berlim. A análise aponta para um aumento de 2000% nos casos desde fevereiro de 2022, atribuindo a subida a comportamentos de risco dentro das fileiras, como sexo desprotegido e consumo de drogas.O relatório, sustentado por dados de fontes militares russas, indica que os casos de VIH nas forças armadas russas se multiplicaram por 13 até ao final de 2022, e por 20 até ao final de 2023. Os dados são confirmados por publicações como o Military Medical Journal, citado pelo jornal britânico The Times, que menciona um crescimento de cinco vezes apenas nos primeiros meses da guerra.Também as autoridades ucranianas, com base em testes feitos a prisioneiros de guerra, afirmam que cerca de 20% dos soldados russos capturados são seropositivos.Para além dos comportamentos de risco relacionados com atividades sexuais e consumo de drogas, o relatório destaca a utilização repetida de seringas nos hospitais de campanha e transfusões sanguíneas com controlo deficiente como potenciais vias de contágio.Apesar de a infeção por VIH ser um fator de exclusão de admissão nas forças armadas russas, na frente de batalha, no entanto, muitos soldados seropositivos têm sido mantidos nas fileiras devido à escassez de recrutas disponíveis, refere o relatório.A situação é agravada por decisões políticas do Kremlin, nomeadamente a repressão a iniciativas de prevenção e sensibilização, aponta o estudo do think tank sediado em Berlim. A Rússia é atualmente o quinto país do mundo com mais novos casos de VIH, apenas atrás da África do Sul, Moçambique, Nigéria e Índia. Segundo o relatório, o país representa 3,9% das 1,5 milhões de novas infeções anuais a nível global.“O impacto demográfico e económico desta epidemia poderá ultrapassar os danos sofridos pela Rússia com a própria guerra”, alerta o relatório do Carnegie Politika..Enviado de Trump chega a Moscovo para reuniões sobre paz na Ucrânia. Zelensky pede mais pressão sobre a Rússia