O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou esta quarta-feira em Washington que é uma "possibilidade" reunir-se com o chefe de Estado da Rússia, Vladimir Putin, para discutir as tensões nas fronteiras com a Ucrânia..Joe Biden falava na Casa Branca sobre uma possível cimeira com o líder russo..A afirmação do Presidente dos Estados Unidos surge depois de ter dito que "será um desastre para a Rússia" caso esta decida invadir a Ucrânia, reiterando ameaças de sanções económicas nunca vistas..[O Presidente da Rússia, Vladimir] Putin "nunca viu sanções como as que prometi que serão impostas se ele se mover em direção" à Ucrânia, disse Biden numa conferência de imprensa que assinala o primeiro ano do seu mandato, que se cumpre quinta-feira..Biden afirmou acreditar que Putin não deseja uma "guerra em grande escala" na Ucrânia, mas avisou o homólogo russo para "pesadas" perdas humanas se enveredar pela invasão..Relativamente à adesão da Ucrânia à NATO, Biden considerou que "não é muito provável" no curto prazo..A Rússia tem reiterado que nunca aceitará a integração da Ucrânia na Aliança Atlântica..Também esta quarta-feira, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse que a Rússia mobilizou quase 100.000 soldados na fronteira com a Ucrânia e que pode duplicar a sua presença militar muito rapidamente.."A Rússia concentrou quase 100.000 soldados na fronteira ucraniana, (um número) que pode duplicar num tempo relativamente curto", disse Blinken numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo ucraniano, Dmitri Kuleba..Tropas russas chegaram esta quarta-feira à Bielorrússia para exercícios militares conjuntos, um sinal "preocupante", segundo Washington, que denuncia a existência de outras manobras perto da fronteira ucraniana..Blinken - que se reunira horas antes com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky - acusou a Rússia de usar todos os meios "no seu manual" para desestabilizar o país vizinho desde 2014, primeiro com a anexação da península da Crimeia e depois com a guerra no Donbass.."A agressão russa até agora matou mais de 14.000 homens, mulheres e crianças ucranianas, e deixou 1,5 milhões de ucranianos sem abrigo", denunciou o chefe da diplomacia dos EUA, que apontou o dedo a Moscovo por continuar a "alimentar" o conflito no leste da Ucrânia, onde o Kremlin apoia as forças separatistas em Donetsk e Lugansk..Blinken chegou esta quarta-feira a Kiev, no âmbito de uma digressão europeia que inclui uma escala em Berlim e um encontro em Genebra, na sexta-feira, com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, com quem falou na terça-feira, por telefone, para lhe demonstrar o "inabalável" compromisso com a integridade territorial da Ucrânia..Esta quarta-feira, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Ryabkov -- que liderou as negociações de segurança com os EUA, em Genebra -- reafirmou que Moscovo não tem intenções bélicas face à Ucrânia..O Ministério da Defesa russo admitiu esta quarta-feira que algumas das suas tropas já chegaram à Bielorrússia, para manobras militares que decorrerão até 20 de fevereiro..O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, repetiu esta quarta-feira o "forte apoio" da Aliança Atlântica à Ucrânia, durante uma conversa telefónica com Zelensky, assegurando que não se comprometerá com as exigências da Rússia.."Falei com o Presidente Zelensky para expressar o forte apoio da NATO à Ucrânia, perante a ameaça russa", disse Stoltenberg, na sua conta da rede social Twitter, acrescentando que a NATO continuará a pressionar Moscovo para reduzir a escalada de tensão nas fronteiras ucranianas..Stoltenberg recordou que, como anunciou na terça-feira em Berlim, a NATO está disposta a "envolver-se em mais diálogo com a Rússia", mas sem "comprometer os princípios-chave" da organização.