Vladimir Putin, presidente russo.
Vladimir Putin, presidente russo.EPA/GAVRIIL GREGOROV/SPUTNIK/KREMLIN

Baixas russas na Ucrânia atingem números sem precedentes

A intensificação dos combates e a estratégia de pressão territorial antes de eventuais negociações de paz resultaram num aumento de 40% na taxa de mortalidade das forças de Moscovo.
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A invasão da Ucrânia atingiu um novo marco negro em 2025, com o ritmo de baixas militares russas a subir de forma mais célere do que em qualquer outro momento desde o início do conflito. De acordo com uma monitorização detalhada levada a cabo pela BBC Russian Service e pelo grupo de media independente Mediazona, o número de nomes confirmados em obituários e registos oficiais já ultrapassou a barreira dos 160.000. No entanto, este número representará apenas a face visível de uma realidade muito mais grave, com analistas militares a estimarem que o total real de mortes do lado russo possa oscilar entre os 243.000 e os 352.000, quando contabilizados os desaparecidos em combate.

Este aumento drástico -- que representa um crescimento de 40% na frequência de mortes face ao ano anterior -- é atribuído diretamente à mudança de atitude do Kremlin no terreno. Numa tentativa de consolidar ganhos territoriais e fortalecer a sua posição antes de possíveis conversações de paz, influenciadas pelo novo cenário político em Washington, Moscovo intensificou a utilização de assaltos de infantaria em massa. Esta tática, muitas vezes referida como "moedor de carne", recorre exaustivamente a antigos reclusos e mercenários para tentar romper as defesas ucranianas em pontos estratégicos como Pokrovsk.

Apesar do elevado custo em vidas humanas, o impacto nas linhas de frente tem sido desproporcional ao sacrifício exigido. Embora as forças russas tenham conseguido avanços pontuais, a linha de contacto, que se estende por centenas de quilómetros, permanece largamente estagnada, transformando-se numa guerra de desgaste extremo.

Do lado ucraniano, o cenário também é de pesado sacrifício: embora Kiev tenha oficialmente reportado cerca de 46.000 mortes, diversas estimativas independentes, publicadas pelos media internacionais, apontam para que as fatalidades ucranianas possam já ter atingido as 140.000 desde fevereiro de 2022.

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