A Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) saudou neste sábado, 20 de setembro, o anúncio de Portugal de que reconhecerá a Palestina no domingo, classificando a decisão como “corajosa e coerente com o direito internacional”.“O Ministério dos Negócios Estrangeiros e Expatriados saúda a decisão da República Portuguesa de reconhecer o Estado da Palestina amanhã, domingo”, disse o ministério num comunicado divulgado nas redes sociais.O Ministério dos Negócios Estrangeiros português anunciou na sexta-feira o reconhecimento da Palestina no domingo, “ainda antes da Conferência de Alto Nível da próxima semana”, organizada pela França e Arábia Saudita na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.A diplomacia da ANP, entidade que apenas governa áreas limitadas da Cisjordânia devido à ocupação israelita, considerou que a decisão de Portugal está em conformidade com o direito internacional e com as resoluções das Nações Unidas.A decisão de Portugal “apoia os esforços para alcançar a paz e implementar a solução de dois Estados”, disse o ministério no comunicado, citado pelas agências de notícias palestiniana WAFA e espanhola EFE.O ministério palestiniano apelou ainda para que os países que não anunciaram a intenção de reconhecer a Palestina o façam para “proteger a solução de dois Estados” no quadro do conflito com Israel.Pediu também que “participem ativamente nos esforços internacionais para garantir um cessar-fogo imediato, proteger a população civil e iniciar um processo político negociado que ponha fim à ocupação israelita e permita ao povo palestiniano exercer o direito à autodeterminação”.A solução de dois Estados prevê a coexistência de Israel e da Palestina como países independentes.Portugal integra um grupo de países que anunciaram em julho a intenção de reconhecer a Palestina e manifestaram preocupação com a morte de civis na Faixa de Gaza às mãos do exército israelita.Entre esses países estão França, Canadá, Malta, Austrália, Luxemburgo e Andorra, que pretendem oficializar o reconhecimento durante a Assembleia Geral da ONU da próxima semana, bem como São Marino, que indicou que o fará até ao final do ano.O Reino Unido e a Bélgica também anunciaram que irão reconhecer a Palestina nos próximos dias..Dez países vão reconhecer Estado da Palestina na segunda-feira. Portugal vai fazê-lo já no domingo. Entidades independentes da ONU, relatores de direitos humanos, organizações não-governamentais e um número crescente de países classificam como genocídio a ofensiva militar israelita contra a Faixa de Gaza, que já causou mais de 65 mil mortos palestinianos.A ONU declarou uma situação de fome no norte da Faixa de Gaza em agosto, no primeiro caso do género ocorrido no Médio Oriente.A guerra em curso na Faixa de Gaza teve como causa direta o ataque do grupo extremista palestiniano Hamas no sul de Israel em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.Das pessoas raptadas nesse dia, 48 ainda permanecem em Gaza, duas dezenas das quais estarão vivas, segundo o exército israelita.O Hamas, que expulsou a Fatah, do presidente da ANP, Mahmoud Abbas, da Faixa de Gaza e governa o enclave desde 2007, é considerado um grupo terrorista por Israel, Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido..Israel fala em "força sem precedentes" na cidade de Gaza e anuncia encerramento de rota de evacuação