"Ato terrorista bárbaro". 25 mortos em ataque a mercado da região de Donetsk
Pelo menos 25 pessoas morreram no ataque deste domingo das forças ucranianas contra um mercado em Donetsk, capital da região com o mesmo nome anexada pela Rússia no ano passado, segundo o autarca Alexei Kulemzin. O Ministério russo dos Negócios Estrangeiros caracterizou o ataque como "ato terrorista bárbaro".
Um anterior balanço apontava para 18 mortos, mas de acordo com a atualização feita pelo líder da República Popular de Donetsk, responsável pela entidade territorial incorporada na Rússia, Denis Pushilin, na sua conta de Telegram "foram confirmados relatos de 25 mortes e pelo menos outras 20 pessoas ficaram feridas, incluindo duas crianças com gravidade média".
Denis Pushilin pormenorizou ainda que o ataque foi realizado pela artilharia ucraniana com projéteis de calibre 152 e 155 mm a partir das direções de Kurajovsky e de Krasnogorovsky.
Os serviços de emergência confirmaram existir duas crianças entre os feridos e alertaram que o número de mortos pode aumentar nas últimas horas, uma vez que há muitas vítimas que sofreram ferimentos graves, incluindo "feridas profundas em órgãos vitais e amputações traumáticas de extremidades".
Por seu lado, Moscovo, através de um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, indicou que "o regime neonazi em Kiev, apoiado pelos Estados Unidos e pelos seus satélites, cometeu mais uma vez um ato terrorista bárbaro contra a população civil da Rússia".
Kiev ainda não comentou o ataque e, segundo a agência Associated Press, ainda não foi possível verificar de forma independente as informações transmitidas.
O ataque a Donetsk ocorre num momento de intensificação dos combates na frente oriental ucraniana, onde as tropas russas registaram alguns progressos nos últimos dias, de acordo com o 'think tank' norte-americano Instituto de Estudos de Guerra (ISW, na sigla em inglês).
A Rússia garante que tem liderado ações em todas as frentes, enquanto a Ucrânia declara que mantém uma "defesa ativa" que tem travado os avanços das tropas de Moscovo.
Também este domingo, as defesas aéreas russas afirmaram ter repelido um grande ataque aéreo ucraniano contra várias posições na península da Crimeia, que foi incorporada na Rússia mas que Kiev considera parte do território ucraniano.
A Rússia confirmou o abate de dois drones ucranianos ao largo da costa ocidental da Crimeia, o abate de dois mísseis que se dirigiam para a península quando sobrevoavam a região de Genichesk (na região de Kherson, controlada pela Rússia) e o abate de um "objeto aéreo" sobre as águas ao largo de Sebastopol.
Até ao início da tarde, não havia notícia de vítimas ou danos materiais nestes ataques, afirmaram as autoridades, segundo a agência noticiosa russa TASS.
Os serviços secretos militares ucranianos reivindicaram também este domingo a autoria dos ataques contra um terminal de gás russo no mar Báltico e contra várias instalações militares nas regiões de Smolensk, Tula e Oriol.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, desencadeada em 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.