Ativistas da flotilha transferidos para prisão no sul de Israel, de onde deverão ser deportados
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Ativistas da flotilha transferidos para prisão no sul de Israel, de onde deverão ser deportados

Ministro dos Negócios Estrangeiros de Itália disse que o Governo de Israel pretende repatriar todos os tripulantes da flotilha "através de uma única medida de expulsão forçada".
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Os 473 tripulantes das embarcações da Flotilha Global Sumud que haviam sido detidos pelas forças navais israelitas, entre os quais quatro portugueses, foram transferidos para uma prisão no deserto de Negev, no sul de Israel, anunciou esta sexta-feira, 3 de outubro, a equipa jurídica que apoia a flotilha, a Adalah.

Loubna Yuma, advogada da Adalah, adiantou à agência de notícias EFE que os ativistas foram levados para a prisão de Saharonim, de onde serão provavelmente deportados para os países de origem.

Entretanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Itália disse que o Governo de Israel pretende repatriar todos os tripulantes da flotilha "através de uma única medida de expulsão forçada".

Antonio Tajani explicou que os ativistas deverão ser deportados "a bordo de dois voos fretados", nas próximas segunda e terça-feira, "em duas capitais europeias", que deverão ser Londres e Madrid.

Fontes da diplomacia de Itália confirmaram que um total de 46 cidadãos italianos, entre os quais quatro deputados e três jornalistas, estavam entre os detidos, mas que se encontravam "bem". Os quatro deputados já foram inclusivamente transferidos para o aeroporto de Telavive, para embarcar num voo regular para Roma.

Tajani explicou que, assim que os procedimentos de identificação estiverem concluídos, os restantes ativistas serão transferidos de autocarro para o centro de detenção de Ketziot, no sul de Israel, perto da cidade de Bersheva, onde esta sexta-feira receberão visitas consulares.

Entre os quase 500 detidos estão quatro portugueses: a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves.

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Intercetado último barco da flotilha

Já esta sexta-feira, o último barco da Flotilha Global Sumud, o Marinette, foi intercetado pelas forças israelitas. A interceção ocorreu depois de a embarcação, de bandeira polaca e supostamente com seis pessoas a bordo, ter sofrido problemas mecânicos, o que a fez atrasar em relação à restante flotilha.

Horas antes, a organização da iniciativa havia anunciado que o Marinette continuava a navegar, mas que esperava ser intercetada em breve. "Ela sabe o que a espera", escreveu nas redes sociais.

"Se o barco se aproximar, a sua tentativa de entrar numa zona de combate ativa e quebrar o bloqueio será igualmente impedida", já tinha anunciado o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel na quinta-feira.

A embarcação estava a menos de 100 quilómetros da costa do enclave palestiniano ao início da manhã desta sexta-feira, de acordo com a geolocalização partilhada no portal da flotilha na Internet. Pouco depois, surgiu como "intercetado".

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