A sueca Greta Thunberg, que Israel considerou “persona non Greta”, acusou esta terça-feira, 10 de junho, Israel de ter “sequestrado em águas internacionais” o veleiro em que seguia com outros 11 ativistas com o intuito de entregar ajuda humanitária na Faixa de Gaza.A ativista sueca falava no aeroporto de Roissy, em Paris, onde aterrou depois de ter sido expulsa de Israel em conjunto com outros ativistas."Fomos sequestrados em águas internacionais e levados contra a nossa vontade para Israel", disse Thunberg, afirmando que “não infringiu nenhuma lei” com a tripulação do veleiro que partiu da Itália a 1 deste mês para “romper o cerco” a Gaza..Greta Thunberg e outros três ativistas do veleiro Madleen já deixaram Israel. Restantes esperam pela expulsão .Thunberg pediu a libertação dos outros ativistas detidos ou a bordo do veleiro Madleen, pertencente à Coligação Frota da Liberdade, ou nas prisões israelitas, descrevendo ter vivido “uma situação bastante caótica e incerta" durante a detenção.A ativista sueca, que deverá regressar à Estocolmo ainda esta terça-feira, sublinhou que as condições que enfrentaram “não são nada comparadas ao que as pessoas estão a enfrentar na Palestina e, especialmente, em Gaza neste momento”.Em Jerusalém, o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, ironizou que a ativista sueca é uma “persona non Greta”, pelo que não lhe foi permitida a permanência no país.“A ‘persona non Greta’ recebeu alimentação e foi tratada com respeito. Israel agiu de forma pacífica. Quero deixar claro: não permitiremos que esta ‘persona non Greta’ esteja em Israel”, afirmou Saar numa declaração à imprensa em Jerusalém.O ministro explicou que dois dos 12 ativistas detidos na madrugada de segunda-feira a bordo do Madleen – um barco da chamada Frota a Liberdade que pretendia chegar à Faixa de Gaza com uma quantidade simbólica de ajuda humanitária – já foram deportados, prevendo-se que outros dois abandonem o país ao longo do dia.Oito ativistas, entre os quais a eurodeputada francesa de origem palestiniana Rima Hassan, recusaram-se a assinar os documentos de deportação, pelo que serão levados a tribunal para que a Justiça autorize a sua expulsão, acrescentou Saar.“Tudo isto não passou de uma manobra publicitária ridícula. De qualquer forma, tencionamos entregar em Gaza a pequena quantidade de ajuda humanitária que resta no veleiro”, assegurou o ministro israelita.Além de Thunberg, as outras três pessoas que aceitaram a deportação imediata foram o ativista espanhol Sergio Toribio, transferido num voo para Barcelona, e os franceses Omar Faiad (jornalista) e Baptiste Andre (ativista), informou agência noticiosa espanhola EFE a advogada israelita Loubna Tuma, membro da equipa jurídica da Frota.Os 12 ativistas dirigiam-se à Faixa de Gaza com o objetivo de romper o bloqueio imposto por Israel à entrada de bens essenciais como alimentos e combustível no território.Israel impôs um bloqueio total à entrada de ajuda humanitária em Gaza a 02 de março, restrição que foi parcialmente levantada a 19 de maio, permitindo a entrada de alguns camiões, maioritariamente com farinha e outros produtos alimentares.No entanto, organizações internacionais denunciam que a ajuda que entrou em Gaza desde então é extremamente insuficiente para sustentar uma população de 2,1 milhões de pessoas, sujeita há mais de um ano e meio a um estado de guerra..Israel proíbe chegada a Gaza de veleiro com ajuda humanitária e Greta Thunberg a bordo