Ataque russo de grande escala contra Kiev faz pelo menos seis mortos. "Cruel", classifica Zelensky
Facebook / Volodymyr Zelensky

Ataque russo de grande escala contra Kiev faz pelo menos seis mortos. "Cruel", classifica Zelensky

A Rússia usou cerca de 18 mísseis e 430 drones contra Kiev, segundo o presidente ucraniano. Tratou-se de um ataque planeado para causar o "máximo de danos à população civil", disse Zelensky.
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Pelo menos seis pessoas morreram em Kiev na sequência do ataque russo de grande escala contra a capital ucraniana durante a madrugada desta sexta-feira, 24 de novembro, disseram as autoridades ucranianas, citadas pela AFP. Anteriormente, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, tinha referido pelo menos quatro vítimas mortais.

O primeiro balanço oficial provisório indicava a morte de uma pessoa e 15 feridos, em Kiev. 

Segundo o chefe de Estado, a Rússia usou aproximadamente 18 mísseis e 430 aparelhos aéreos não tripulados (drones) contra a capital.  Zelensky acrescentou que se tratou de um ataque planeado para causar o "máximo de danos à população civil".

O presidente ucraniano detalhou ao afirmar que, "só em Kiev, dezenas de edifícios de apartamentos foram danificados". "A embaixada do Azerbaijão foi atingida por destroços de um míssil Iskander", adiantou.

"Um ataque cruel – até ao momento, sabemos que há dezenas de feridos, incluindo crianças e uma mulher grávida", classificou o presidente ucraniano numa mensagem divulgada nas redes sociais, onde partilhou imagens das consequências da ofensiva russa.

Zelensky referiu que a capital ucraniana foi o principal alvo dos ataques russos da última madrugada, mas as ofensivas de Moscovo também "atingiram as regiões de Kharkiv e Odessa".

"De acordo com dados preliminares, os russos utilizaram um míssil Zircon na região de Sumy esta manhã", avançou ainda o presidente ucraniano.

Zelensky pede a ajuda da Europa e dos EUA para reforçar defesa aérea

Perante estes ataques russos, Zelensky reforçou o pedido de ajuda para reforçar a defesa aérea ucraniana. Agradece o que trabalho desenvolvido, nessa matéria, com os aliados, mas alertou: "não é suficiente".

"A Rússia ainda consegue vender petróleo e construir os seus projetos. Tudo isto deve acabar. Está em curso muito trabalho com os parceiros para reforçar a nossa defesa aérea, mas não é suficiente", sublinhou.

O líder ucraniano detalhou o pedido de ajuda. "Precisamos de reforço com sistemas adicionais e mísseis intercetores. A Europa e os Estados Unidos podem ajudar. Contamos com decisões concretas", apelou.

Nas últimas semanas, Moscovo intensificou os ataques contra as instalações civis e centrais de energia da Ucrânia, bem como contra a rede ferroviária.

Rússia declarou estado de emergência no porto de Novorossiysk após ataque

Por outro lado, a Rússia anunciou a destruição, nas últimas horas, de um "grande número" de drones ucranianos, alguns dos quais tinham como alvo o porto petrolífero russo de Novorossiysk, no Mar Negro, além das cidades de Volgogrado e Saratov.

As autoridades do porto russo de Novorossiysk, um dos principais portos do Mar Negro, acabaram por declarar esta sexta-feira, 14 de novembro, o estado de emergência na cidade.

Pelo menos quatro pessoas ficaram feridas e várias instalações petrolíferas ficaram danificadas, segundo o presidente da câmara de Novorossiysk, Andriy Kravchenko, numa mensagem divulgada através das redes sociais.

O ataque ucraniano com aparelhos aéreos não tripulados ocorreu durante a madrugada.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.    

A ofensiva militar russa no território ucraniano mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).  

No plano diplomático, a Rússia rejeitou até agora qualquer cessar-fogo prolongado e exige, para pôr fim ao conflito, que a Ucrânia lhe ceda pelo menos quatro regiões - Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia - além da península da Crimeia, anexada em 2014, e renuncie para sempre a aderir à NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental).   

Estas condições são consideradas inaceitáveis pela Ucrânia, que, juntamente com os aliados europeus, exige um cessar-fogo incondicional de 30 dias antes de entabular negociações de paz com Moscovo.   

Por seu lado, a Rússia considera que aceitar tal oferta permitiria às forças ucranianas, em dificuldades na frente de batalha, rearmar-se, graças aos abastecimentos militares ocidentais. 

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