Forças de Defesa de Israel dizem que planearam os ataques ao Irão "durante anos"

O chefe da diplomacia do Irão excluiu a possibilidade de iniciar negociações enquanto não pararem os ataques israelitas. Isto depois de um dia em que se reuniu em Genebra com diplomatas europeus.
Ataque iraniano atingiu cidade israelita de Beersheba, no sul do país
Ataque iraniano atingiu cidade israelita de Beersheba, no sul do país EPA/ABIR SULTAN EPA

Forças de Defesa de Israel planearam os ataques ao Irão "durante anos"

Eyal Zamir, chefe de gabinete das Forças de Defesa de Israel (IDF) revelou hoje que os ataques contra o Irão foram preparados "durante anos" e foram acelerados nos últimos meses em "rigoroso sigilo".

Sem fornecer detalhes, Zamir acrescentou que a operação foi possível "graças à convergência de condições operacionais e estratégicas" e que, se os ataques fossem atrasados, havia o risco de perder essas condições e, dessa forma, poderia colocar Israel em desvantagem.

"Graças a um golpe inicial poderoso e surpreendente, alcançámos resultados extraordinários", sublinhou Zamir.

Agência de Energia Atómica confirma danos em reator em Arak, no oeste iraniano

Bom dia,

Acompanhe aqui os principais desenvolvimentos sobre o conflito entre Israel e o Irão. Continuam os constantes ataques e ameaças de ambas as partes, não havendo sinais de abrandamento nas hostilidades, em curso desde a madrugada de 13 de junho.

Na quinta-feira, o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou que dentro de duas semanas irá tomar uma decisão sobre a possibilidade de os EUA atacarem Teerão.

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MAGA, um dos obstáculos à decisão de Trump de ajudar Israel a atacar o Irão

Entretanto, a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) confirmou danos no reator de água pesada de Arak, no oeste do Irão, no âmbito de uma nova vaga de bombardeamentos israelitas contra o país.

"Inicialmente, foram observados danos na unidade de produção de água pesada, mas agora acredita-se que os principais edifícios da instalação foram danificados, incluindo a unidade de destilação", referiu um comunicado da agência de vigilância nuclear da ONU, explicando que, uma vez que o reator não estava operacional e não continha material nuclear, "não se esperavam consequências radiológicas".

A AIEA destacou que, embora até à data não se tenham registado incidentes radiológicos graves na sequência dos ataques, existem riscos potenciais para a segurança nuclear.

"Existe uma grande quantidade de material nuclear no Irão, distribuído em diferentes locais, o que significa que existe a possibilidade de um acidente radiológico devido à dispersão de materiais e partículas radioativas na atmosfera", afirmou Rafael Grossi, diretor-geral da agência da ONU.

Salientou também a importância da cooperação e do intercâmbio de informações com as autoridades iranianas: "Nestas circunstâncias difíceis e complexas, é crucial que a AIEA receba informação técnica oportuna e regular sobre as instalações nucleares e as respetivas localizações”.

DN/Lusa

Ataque iraniano atingiu cidade israelita de Beersheba, no sul do país
Trump anuncia que vai tomar a decisão de atacar o Irão "durante as próximas duas semanas"
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“Não é só pelo genocídio que está a acontecer agora que temo pela futura presença de palestinianos em Israel”

Israel anuncia novo ataque a agência iraniana de desenvolvimento militar

O exército israelita anunciou esta sexta-feira, 20 de junho, que voltou a bombardear a sede da Organização de Pesquisa e Inovação em Defesa (SPND), uma agência do Ministério da Defesa iraniano encarregada de desenvolver tecnologias emergentes para fins militares.

De acordo com um comunicado militar, as forças israelitas também atacaram “dezenas” de alvos militares no Irão, incluindo várias instalações de fabrico de mísseis nos arredores de Teerão.

“Estas instalações foram desenvolvidas ao longo de muitos anos e têm funcionado como um centro industrial fundamental para o Ministério da Defesa iraniano”, refere o comunicado.

Israel já tinha bombardeado a SPND no passado domingo.

“Foi criada em 2011 por Mohsen Fakhrizadeh, o fundador do programa de armas nucleares do Irão”, referem os militares.

Uma fábrica que produz um componente considerado essencial para o programa de armas nucleares de Teerão também foi atingida, segundo o comunicado, mas não foram dados mais pormenores.

Numa declaração posterior, o exército israelita disse que também tinha bombardeado três lançadores de mísseis no Irão “e um comando militar que estava a operar para disparar os mísseis”.

O exército israelita afirma ter destruído até agora cerca de 200 plataformas de lançamento de mísseis no Irão, dois terços do total disponível.

"Estimamos que o Irão ainda tenha mais de 100 e que isso possa causar danos muito graves a Israel e às nossas cidades", disse um oficial militar israelita numa reunião virtual com jornalistas na quinta-feira.

Lusa

Japão inicia retirada de cidadãos e familiares

O Japão anunciou esta sexta-feira, 20 de junho, que retirou com sucesso aproximadamente 90 pessoas, incluindo cidadãos japoneses e familiares, do Irão e de Israel para países vizinhos, no meio da escalada de ataques entre os dois países.

Vários autocarros que transportavam estas pessoas partiram de ambos os territórios na tarde de quinta-feira e chegaram em segurança hoje aos seus destinos, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, em conferência de imprensa.

De acordo com Takeshi Iwaya, 66 pessoas que abandonaram o Irão chegaram "sãs e salvas" a Baku, capital do vizinho Azerbaijão, por volta das 08:15 (hora japonesa, 00:15 em Lisboa), enquanto 21 pessoas que partiram de Israel também chegaram a Amã, capital da Jordânia, na noite de quinta-feira.

O chefe da diplomacia japonesa indicou que está prevista para sábado uma segunda operação de retirada de pessoas, a partir de autocarros, do Irão, e não descartou outras.

"Vamos acompanhar de perto o desenvolvimento da situação e tomar todas as medidas possíveis para proteger os cidadãos japoneses, incluindo o apoio a retiradas adicionais", afirmou o ministro.

Cerca de mil japoneses residem em Israel e quase 300 no Irão, de acordo com os dados mais recentes do Ministério.

O Japão junta-se, assim, a países como a China que começaram a retirar os cidadãos de ambos os territórios devido à intensificação da troca de bombardeamentos.

Lusa

Cidade no sul de Israel volta a ser atingida. Há pelo menos sete feridos

Pelo menos sete pessoas ficaram feridas num ataque iraniano que atingiu esta sexta-feira, 20 de junho, Beersheba, no sul de Israel, um dia depois de, na mesma cidade, o hospital Soroka ter sido atingido.

O ataque desta sexta-feira ocorreu perto de um parque tecnológico, onde estão situados escritórios da gigante tecnológica Microsoft.

Israel "está a ser castigado neste momento", diz líder supremo do Irão

O líder supremo do Irão declarou esta sexta-feira que Israel "está a ser castigado neste momento".

A curta declaração de Ali Khamenei foi divulgada nas redes sociais.

Grupo de 48 portugueses chegou na quinta-feira a Figo Maduro

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Voo de repatriamento transportou 69 pessoas de Israel para Portugal. “Um sucesso completo”, diz Emídio Sousa

MNE iraniano: "Enquanto a agressão não parar, não haverá lugar para a diplomacia e o diálogo"

O ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) do Irão, Abbas Araghchi, afirmou esta sexta-feira que não haverá espaço para a diplomacia enquanto o país estiver sob ataque de Israel.

"Os americanos têm enviado repetidamente mensagens apelando seriamente às negociações. Mas nós deixámos claro que, enquanto a agressão não parar, não haverá lugar para a diplomacia e o diálogo", afirmou Araghchi num entrevista à televisão estatal iraniana, noticia a AFP.

O chefe da diplomacia do Irão está em Genebra para uma reunião com os ministros dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, França e Alemanha. A Alta Representante para a Política Externa da União Europeia, Kaja Kallas, também irá participar neste encontro.

Rússia diz que Médio Oriente "está a mergulhar num abismo de instabilidade e guerra” 

O porta-voz do Kremlin afirmou esta sexta-feira, 20 de junho, que a Rússia está preocupada com os últimos desenvolvimentos, tendo reiterado que o presidente russo, Vladimir Putin, está disponível para mediar conversações com vista a um cessar-fogo.

"A região está a mergulhar num abismo de instabilidade e guerra”, disse Dmitry Peskov, citado pela Reuters, no oitavo dia do conflito entre Israel e Irão.

"Temos de atacar todos os símbolos do regime". Ministro da Defesa de Israel ordena intensificação dos ataques 

O ministro da Defesa israelita anunciou esta sexta-feira (20 de junho) que ordenou a intensificação dos ataques contra o Irão.

"Temos de atacar todos os símbolos do regime e os mecanismos de opressão da população, como as Basij (milícias), e a base de poder do regime, como a Guarda Revolucionária", declarou Israel Katz em comunicado, citado pela Reuters.

Macron pede o fim dos ataques a civis e a infraestruturas energéticas

"Há vários dias que a França tem uma voz clara e simples: não há justificação para ataques contra infraestruturas energéticas e populações civis", disse esta sexta-feira (20 de junho), o presidente francês.

Emmanuel Macron afirmou que o Irão deve mostrar disponibilidade para se sentar à mesa das negociações, segundo noticia a AFP.

À margem de um evento na capital francesa, Macron revelou que os ministros dos Negócios Estrangeiros de França, Alemanha e Reino Unido vão propor uma "oferta global de negociação" ao chefe da diplomacia iraniana num encontro, agendado para esta sexta-feira, em Genebra, Suíça. A proposta de negociação inclui questões nucleares assim como atividades balísticas, disse Emmanuel Macron, de acordo com a imprensa francesa.

"É absolutamente essencial dar prioridade a um regresso a negociações de fundo", enfatizou o presidente francês.

Zelensky acusa Rússia de defender programa nuclear iraniano

O Presidente ucraniano Volodimir Zelensky acusou esta sexta-feira, 20 de junho, a Rússia de tentar salvar o programa de armamento nuclear iraniano, depois de Moscovo ter condenado os ataques israelitas às centrais nucleares iranianas.

Num discurso transmitido pela televisão ucraniana, Zelensky defendeu que não há outra forma de interpretar os sinais demonstrados pela Rússia e pela atividade que Moscovo "mantém nos bastidores".

O presidente ucraniano acrescentou que a Rússia está a tentar intervir na crise do Médio Oriente porque "um dos cúmplices" está a perder a capacidade de exportar a guerra, referindo-se ao Irão.

O regime de Teerão forneceu à Rússia os aparelhos aéreos não tripulados (drones) Shahed - que Moscovo também já produz - para atacar a Ucrânia.

Volodimir Zelensky disse ainda que os drones de fabrico iraniano e os mísseis balísticos fornecidos pela Coreia do Norte estão a ser utilizados pela Rússia para matar cidadãos ucranianos.  

Neste sentido, o chefe de Estado ucraniano reiterou o pedido sobre o agravamento das sanções internacionais contra a Rússia.

Lusa

Irão estará disponível para discutir limitações ao enriquecimento de urânio

No dia em que o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano tem uma reunião agendada com os seus homólogos do Reino Unido, França e Alemanha, em Genebra, a Reuters avança que o Irão está disponível para discutir limites ao enriquecimento de urânio.

Funcionário sénior do Irão disse à agência de notícias que o enriquecimento zero seria rejeitado, "especialmente agora sob os ataques de Israel".

A mesma fonte indicou que o papel da Europa nesta nova crise no Médio Oriente é mais relevante, uma vez que Teerão rejeita dialogar com os EUA enquanto estiver sob ataque israelita.

Irão lança novo ataque, diz exército israelita. Reportadas explosões em Telavive e Jerusalém 

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla inglesa) informaram que o Irão acaba de lançar esta sexta-feira, 20 de junho, mísseis contra território israelita. As sirenes de alerta de ataque aéreo estão a soar em várias cidades.

Segundo os media israelitas, estão a ser reportadas explosões em Telavive e Jerusalém, mas também em Bersheba, cidade onde, na quinta-feira, foi atingido um hospital.

O exército israelita informou que está a trabalhar "para intercetar e atacar onde fosse necessário para eliminar a ameaça”, segundo a CNN Internacional.

As autoridades israelitas pediram aos cidadãos para permanecerem em local "protegido e aí permanecerem até nova ordem".

Pelo menos dois feridos em estado grave em Haifa, norte de Israel, em novo ataque iraniano

Novo ataque iraniano fez pelo menos dois feridos em estado grave, em Haifa, no norte de Israel.

De acordo com o serviço de emergência israelita, Magen David Adom, os feridos, entre os quais um jovem de 16 anos, foram levados para o hospital depois de terem sido atingidos por estilhaços, noticia o Times of Israel.

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) estimam que Irão lançou no último ataque cerca de 25 mísseis balísticos contra território israelita.

Conflito entre Israel e Irão está "rapidamente a atingir o ponto de não retorno", diz Erdogan

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse esta sexta-feira, 20 de junho, que o conflito entre Israel e Irão está "rapidamente a atingir o ponto de retorno".

Com a troca de bombardeamentos entre os dois países a não dar sinais de abrandamento, Erdogan alertou para os riscos do agravamento das hostilidades no Médio Oriente.

"Infelizmente, o genocídio em Gaza e o conflito com o Irão estão a atingir rapidamente o ponto de não retorno. Esta loucura tem de acabar o mais rapidamente possível", afirmou Erdogan, segundo a AFP.

O presidente alertou ainda para as consequências deste conflito que podem estender-se não só a todo o Médio Oriente, mas também à Europa e à Ásia "durante muitos anos".

Ataques de Israel representam uma "traição" nos esforços diplomáticos com os EUA, acusa MNE iraniano

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão afirmou esta sexta-feira (20 de junho) que os ataques de Israel representam uma "traição" nos esforços diplomáticos de Teerão com Washington.

Perante o Conselho dos Direitos Humanos da ONU, em Genebra, Abbas Araghchi, citado pela AFP, disse que Irão e os EUA estavam em conversações sobre um potencial "acordo promissor" sobre o programa nuclear iraniano. Conversações com os representantes norte-americanos deveriam ter acontecido a 15 de junho, disse.

"Fomos atacados durante um processo diplomático em curso", disse o chefe da diplomacia iraniana que deverá reunir-se esta sexta-feira com os seus homólogos de França, Reino Unido e Alemanha.

De acordo com a Reuters, o ministro iraniano disse ainda que o país está determinado em defender a integridade territorial e a soberania.

Guterres: “A expansão deste conflito pode acender um fogo que ninguém pode controlar”

O secretário-geral das Nações Unidas apelou esta sexta-feira, 20 de junho, “ao fim dos combates e ao regresso a negociações sérias”.

“A expansão deste conflito pode acender um fogo que ninguém pode controlar”, afirmou António Guterres durante o seu discurso de abertura na reunião do Conselho de Segurança da ONU.

Referindo que "a questão nuclear" está no centro do conflito, Guterres recordou que "o Irão tem afirmado repetidamente que não procura armas nucleares". "Mas temos de reconhecer que existe um défice de confiança", admitiu o secretário-geral da ONU, citado pela BBC.

Chefe da diplomacia iraniana já está reunido com homólogos europeus em Genebra

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Abbas Araghchi, está reunido em Genebra com os homólogos britânico, David Lammy, alemão, Johan Wadephul, e francês, Jean-Noel Barrot, e com a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas.

O encontro surge uma semana depois do início dos ataques de Israel contra as instalações nucleares iranianas e dos contra-ataques do Irão.

Antes da reunião, no Conselho de Direitos Humanos da ONU, Araghchi disse os ataques israelitas contra o Irão são uma "traição" aos esforços diplomáticos dos EUA, alegando que Washington e Teerão preparavam um "acordo promissor" sobre o programa nuclear.

O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, disse em Nova Iorque que o seu país espera que a Europa faça um "esforço genuíno" para "desmantelar as capacidades nucleares do Irão" nesta reunião.

IDF dizem que israelitas devem preparar-se para uma "campanha prolongada" contra o Irão

O chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), tenente-general Eyal Zamir, disse esta tarde que os israelitas devem preparar-se para uma "campanha prolongada" contra o Irão.

Numa mensagem em vídeo, citada pelo The Times of Israel, indicou que isso é necessário "para eliminar uma ameaça desta magnitude".

“As IDF não ficarão de braços cruzados, a observar o desenvolvimento das ameaças. Como parte de uma doutrina emergente, agiremos proativamente e com antecedência para prevenir uma ameaça existencial e enfrentar qualquer desafio”, indicou.

Zamir afirma que as IDF “prepararam-se para esta operação durante anos”, e foi lançada “graças à convergência das condições operacionais e estratégicas”.

“Se tivéssemos atrasado, correríamos o risco de perder estas condições e entrar na campanha no futuro numa posição de clara desvantagem. Entendemos que a história não nos perdoaria se não agíssemos agora para defender a existência do povo judeu no Estado de Israel”, afirma.

"Embarcámos na campanha mais complexa da nossa história. Lançámos esta campanha para eliminar uma ameaça desta magnitude, contra um inimigo como este, o que exige prontidão para uma campanha prolongada”, concluiu.

Chefe da AIEA garante capacidade para efetuar inspeções "incontestáveis"

O chefe da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) afirmou esta sexta-feira que esta organização da ONU pode garantir, através de um sistema de inspeções "incontestáveis", que o Irão não poderá desenvolver armas nucleares.

"Uma solução diplomática é possível se houver vontade política. Elementos de um acordo foram discutidos. A AIEA pode garantir, através de um sistema de inspeções incontestáveis, que armas nucleares não serão desenvolvidas no Irão", afirmou Rafael Grossi, durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para abordar o conflito entre Israel e o Irão, iniciado há uma semana.

Na mesma intervenção, Grossi indicou que os ataques israelitas que visaram instalações nucleares no Irão causaram uma forte degradação da segurança nuclear no país.

"Embora até agora não tenham causado qualquer fuga radiológica que afete a população, existe o perigo de que tal possa ocorrer", acrescentou o diretor-geral da AIEA. (LUSA)

Irão e Israel chocam no Conselho de Segurança da ONU

O embaixador do Irão nas Nações Unidas, Amir Saied Iravani, disse no Conselho de Segurança que o seu país vai continuar a exercer o direito de autodefesa até a agressão de Israel acabar.

"A AIEA [Agência Internacional de Energia Atómica] não pode continuar em silêncio enquanto as instalações de salvaguarda são atacadas. Esta inação tem de acabar", disse, mostrando-se também alarmado com as informações de que os EUA podem juntar-se ao conflito.

"Sejamos claros: o programa nuclear do Irão é pacífico e está sob as inspeções da AIEA mais abrangentes do mundo", acrescentou.

O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, que criticou que tenha sido dado palco ao Irão, disse diretamente ao homólogo. "Como se atreve a pedir à comunidade internacional que o proteja das consequências da sua própria agenda genocida?"

Danon deixou claro que Israel não vai parar até a ameaça do nuclear iraniano ser desmantelada. "Vem aqui pedir compaixão, exige proteção deste Conselho enquanto planeia o extermínio do meu povo. Já chega. Chega de atuações, chega de teatro", acrescentou.

Europeus dizem que Irão "não pode ter uma arma nuclear" e apelam a Teerão que continue a negociar

O chefe da diplomacia do Reino Unido, David Lammy, disse que os europeus deixaram claro que o Irão "não pode ter uma arma nuclear" na reunião com o homólogo iraniano, Abbas Araghchi, em Genebra.

"Estamos interessados ​​em continuar as discussões e negociações em curso com o Irão e instamos o Irão a continuar as suas negociações com os Estados Unidos", afirmou.

"Este é um momento perigoso e é extremamente importante que não assistamos a uma escalada regional deste conflito", referiu após o encontro, ontem também esteve o homólogo alemão, Johann Wadephul, e o francês, Jean-Noel Barrot.

Por seu lado a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, outras das presentes, disse que os europeus reiteraram que "a escalada regional não beneficia ninguém" e que é preciso manter as discussões em aberto.

Espanha retirou 199 pessoas de Israel, incluindo portugueses

O Governo espanhol retirou de Israel 199 pessoas de várias nacionalidades, incluindo portugueses, através da Jordânia, e outras 40 do Irão, disse esta sexta-feira o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Espanha.

As 199 pessoas retiradas de Israel viajaram em cinco autocarros desde Telavive e de Jerusalém até à Jordânia, a partir de onde vão ser levadas para a base aérea de Torrejón de Ardoz, na zona de Madrid, num voo das Forças Armadas espanholas.

Neste grupo de 199 pessoas, que quiseram sair de Israel por causa da escalada de tensão entre este país e o Irão, há 176 espanhóis e 23 de outras nacionalidades (Canadá, Chile, Croácia, Estados Unidos, Finlândia, França, Hungria, Irlanda, Israel, Nicarágua e Portugal), segundo fontes do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Espanha, que não deram mais detalhes.

Por outro lado, o Governo espanhol retirou também um grupo de 40 pessoas do Irão, na quinta-feira, todas de nacionalidade espanhola, que saíram do país por via terrestre, cruzando a fronteira com a Arménia, disse o mesmo ministério.

‘Avião do fim do mundo’ aterra em Washington em plena escalada de tensão com Irão

Um dos Boeing E-4 da Força Aérea norte-americana fez esta semana uma escala numa base perto de Washington, o que fez equacionar se, com a escalada de tensão com o Irão, estará relacionada com um ataque àquele país.

O Boeing, conhecido como ‘avião do fim do mundo’ ou ‘Pentágono voador’, voou na terça-feira do estado da Louisiana para a base aérea de Andrews, nos arredores da capital federal, que serve como ponto de partida para os voos de longa distância do Presidente dos Estados Unidos, segundo mostram ‘sites’ de rastreamento aéreo.

A operação desencadeou especulações sobre os preparativos para uma escalada da violência entre os Estados Unidos e o Irão, país que o Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou estar a considerar atacar, para impedir que conclua o processo de criação de uma bomba nuclear.

O E-4, uma versão altamente modificada do Boeing 747, serve como centro de operações aéreas para o Presidente, o secretário da Defesa e o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, num cenário de emergência bélica que inclui ataques nucleares.

Teoricamente, o E-4 é capaz de resistir a explosões atómicas, ataques com ondas de impulso eletromagnético ou ciberataques.

O avião, que pode ser reabastecido de combustível em pleno voo, foi tecnicamente projetado para permanecer no ar durante uma semana inteira.

A aeronave “fornece um centro de comando, controlo e comunicações com alta capacidade de sobrevivência para dirigir as forças norte-americanas, executar ordens de guerra de emergência e coordenar as ações das autoridades civis”, segundo explica a Força Aérea.

O ‘site’ da Internet de seguimento de voos Snopes assegurou que o E-4 que aterrou na base militar de Andrews voou no dia seguinte para o estado do Nebrasca e que uma fonte militar garantiu que se tratou de uma “operação de rotina”, não-relacionada com a situação no Irão.

Putin alerta para risco de guerra mundial devido aos conflitos no Irão e na Ucrânia

O Presidente russo, Vladimir Putin, admitiu hoje estar "muito preocupado" com a possibilidade de uma terceira guerra mundial devido aos conflitos no Irão e na Ucrânia e, ao mesmo tempo, que reivindicou a posse deste país vizinho.

"Estou preocupado. Digo isto sem ironia ou brincadeira. Há um grande potencial de conflito que está a crescer (...). O conflito que estamos a viver na Ucrânia, o que está a acontecer no Médio Oriente e, claro, estamos muito preocupados com o que está a acontecer em torno das instalações nucleares do Irão", declarou o líder russo durante o Fórum Económico Internacional de São Petersburgo.

Numa intervenção transmitida em direto pela televisão russa, Vladimir Putin comentou que todos estes conflitos exigem não só a atenção do Kremlin, “mas também a procura de soluções, de decisões, de preferência por meios pacíficos”.

Em relação ao seu aliado Irão, Putin disse que Moscovo cumpre todos os seus compromissos com a República Islâmica, mas afastou o envolvimento russo ao lado de Teerão na guerra iniciada por ataques israelitas em grande escala desde 13 de junho, justificados por Telavive com a necessidade de parar o programa nuclear iraniano.

"Sempre cumprimos os nossos compromissos, e o mesmo se aplica às relações russo-iranianas. Apoiamos o Irão na luta pelos seus interesses legítimos, incluindo a sua luta por um programa nuclear pacífico", sustentou, criticando aqueles que o acusam de não ter feito o que estava ao seu alcance para apoiar o Irão.

"O que mais deveríamos fazer? Iniciar algum tipo de operação militar, ou quê?", questionou Putin, acrescentando que o Kremlin "tem as suas próprias operações militares contra aqueles que considera inimigos das ideias que defende e contra aqueles que representam ameaças à Rússia".

O Presidente russo afirmou que não procura o papel de mediador no conflito entre Israel e o Irão, mas está "simplesmente a propor ideias" para resolver a situação.

“Se forem apelativas para ambos os países, ficaremos felizes”, disse Putin, ao referir que mantém contactos com Israel e os seus "amigos iranianos" quase diariamente, após a diplomacia de Moscovo ter considerado as justificações de Telavive para os seus ataques no Irão como cínicas.

A propósito da incerteza expressada pelo homólogo norte-americano, Donald Trump, sobre uma participação de Washington no conflito, em apoio de Israel, o líder russo recomendou a Washington que mantenha o seu afastamento, sob risco de “consequências imprevisíveis”.

Do mesmo modo, manifestou confiança de que as ameaças de Israel em relação a um eventual assassínio do líder supremo do Irão, Ali Khamenei, continuem “na retórica”, dois dias após ter afirmado aos jornalistas que "nem sequer queria falar sobre essa possibilidade".

Sismo de magnitude 5.1 registado no norte do Irão

Um sismo de magnitude 5.1 foi registado esta sexta-feira perto de Semnan, cidade do Irão a cerca de 230 quilómetros da capital Teerão.

De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o abalo ocorreu a uma profundidade de 10 quilómetros.

Teerão disponível para o diálogo se ataques israelitas cessarem

O Governo iraniano manifestou hoje disponibilidade para voltar ao diálogo sobre o seu programa nuclear se Israel cessar os seus ataques, após um encontro em Genebra, na Suíça, com as diplomacias britânica, francesa e alemã.

"Somos a favor da continuidade das discussões com o E3 [Alemanha, França e Reino Unido] e a União Europeia", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano aos jornalistas no final da reunião com os seus homólogos europeus.

Abbas Araghchi afirmou que o seu país “está pronto para considerar a diplomacia assim que a agressão cessar e o agressor for levado à justiça", referindo-se a Israel, que iniciou bombardeamentos em grande escala contra a República Islâmica em 13 de junho.

Após a reunião, os chefes das diplomacias das principais potências europeias indicaram que transmitiram ao governante iraniano o apelo para que Teerão retome as negociações que estavam em curso com os Estados Unidos antes do conflito, para evitar uma escalada regional.

Terceiro porta-aviões norte-americano dirige-se para o Médio Oriente

O “USS Gerald Ford” vai zarpar para a Europa na próxima semana, anunciou hoje um oficial da Marinha norte-americana citado pela agência France Presse (AFP), e será o terceiro porta-aviões dos Estados Unidos destacado para o Médio Oriente.

As Forças Armadas norte-americanas realizaram vários exercícios na última semana, desde o início da guerra desencadeada em 13 de junho por Israel, um aliado de Washington, contra o Irão.

O “Gerald Ford”, o mais recente porta-aviões norte-americano, vai deixar a base naval de Norfolk, na costa leste dos Estados Unidos, "na manhã de 24 de junho, para uma deslocação previamente agendada" para a Europa, segundo o oficial da Marinha citado pela agência de notícias AFP.

Primeiro navio de uma nova geração de porta-aviões, o “USS Gerald Ford” é um navio de propulsão nuclear de cem mil toneladas ao serviço desde 2017.

O porta-aviões “USS Carl Vinson” já estava presente no Médio Oriente há vários meses e participou na campanha de ataques dos Estados Unidos contra os rebeldes Huthis no Iémen, apoiados pelo Irão.

Por sua vez, o “Nimitz”, que navegava no Mar do Sul da China, rumou esta semana para oeste e segue em direção ao Médio Oriente.

Trump: "O Irão não quer falar com a Europa"

O presidente norte-americano Donald Trump revelou hoje ter conversado com o Irão e revelou ter ficado com a indicação de que as negociações de Genebra desta sexta-feira não terão ajudado a resolver o conflito.

"O Irão não quer falar com a Europa, o Irão quer falar connosco. A Europa não vai poder ajudar nisso", garantiu.

33 feridos após ataque iraniano em Haifa

33 pessoas ficaram hoje feridas após um ataque iraniano em Haifa, no norte de Israel, de acordo com dados apurados pela CNN junto dos hospitais locais.

Um dos feridos está em estado grave, de acordo com o hospital de Rambam.

Os serviços de emergência de Israel revelaram hoje que 685 pessoas foram levadas ao hospital com ferimentos físicos desde que Israel iniciou a operação na semana passada. A mesma fonte revelou que desde o início do conflito, 24 pessoas foram mortas em Israel.

Trump diz que secretas dos EUA estão "enganadas" sobre o Irão

Donald Trump explicou esta sexta-feira o porquê de discordar das suas próprias agências de informação, que afirmaram não ter provas de que o Irão estivesse a construir uma arma nuclear.

"A minha comunidade de secretas está errada", reforçando essa afirmação quando foi confrontado sobre o facto de ter sido a própria diretora da inteligência nacional, Tulsi Gabbard, a ter dito que não há provas: "ela está enganada".

Trump admite decidir se ataca o Irão ainda antes do prazo de duas semanas que tinha previsto

Depois de na quinta-feira ter dado duas semanas a Teerão para negociar antes de decidir sobre uma possível intervenção militar norte-americana ao lado de Israel, Trump disse hoje que este prazo era um "máximo", e que poderá tomar a sua decisão antes.

Questionado sobre a possibilidade de os iranianos exigirem o fim dos ataques israelitas como pré-requisito para qualquer negociação, Trump disse que tal é "muito difícil”.

"Quando alguém está a ganhar, é um pouco mais difícil do que quando alguém está a perder", acrescentou.

Lusa

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