Faixa de Gaza
Faixa de GazaEPA/MOHAMMED SABER

Arábia Saudita acusa Israel de tentar encobrir crimes em Gaza

Riade alega que Israel matou ou feriu, em 15 meses de guerra em Gaza, "mais de 160 il pessoas, na sua maioria crianças e mulheres.
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A Arábia Saudita e outros países árabes e islâmicos acusaram hoje o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de tentar deslocar à força os habitantes da Faixa de Gaza para "encobrir os crimes" no enclave palestiniano.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros saudita elogiou, em comunicado, "a denúncia, a condenação e a rejeição categórica" por diversos países das declarações de Netanyahu sobre a deslocação do povo palestiniano.

"O reino sublinha a sua rejeição categórica de tais declarações que visam desviar a atenção dos crimes sistemáticos cometidos pela ocupação [Israel] contra os irmãos palestinianos em Gaza, incluindo o genocídio a que estão expostos", disse o ministério.

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A Arábia Saudita acusou o que descreveu de "mentalidade extremista" de destruir a Faixa de Gaza, segundo o comunicado citado pela agência espanhola EFE.

Riade acusou Israel de ter matado ou ferido em 15 meses de guerra em Gaza "mais de 160.000 pessoas, na sua maioria crianças e mulheres, a sangue frio e sem qualquer responsabilidade moral ou humana".

A declaração saudita alude ao que, segundo os meios de comunicação árabes, têm sido declarações de "funcionários israelitas" propondo a deslocação dos habitantes de Gaza para a Arábia Saudita, bem como a uma declaração recente de Netanyahu nesse sentido.

"Os palestinianos são os donos da sua terra, não são estrangeiros nem imigrantes, pelo que a ocupação [Israel] não tem o direito de os expulsar", afirmou o ministério saudita.

A Arábia Saudita e a Liga Árabe, composta por 22 Estados, rejeitaram categoricamente uma proposta do Presidente norte-americano, Donald Trump, para a deslocação forçada dos habitantes de Gaza para o Egito e a Jordânia.

Trump propôs que, após a saída dos palestinianos, os Estados Unidos tomariam conta da Faixa de Gaza e fariam do território virado para o Mar Mediterrâneo a "Riviera do Médio Oriente".

As declarações israelitas foram igualmente rejeitadas pelo Egito e pela Jordânia, cujos ministérios dos Negócios Estrangeiros as qualificaram de agressivas e "uma violação flagrante do direito internacional e da Carta das Nações Unidas".

A Organização de Cooperação Islâmica (OCI), com 57 membros, classificou em comunicado a proposta de deslocação dos habitantes de Gaza como "limpeza étnica" e considerou as declarações israelitas "uma violação da soberania e da segurança nacional da Arábia Saudita".

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