O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, desafiou hoje os países que criticam o plano do presidente Donald Trump para a Faixa de Gaza a manifestarem-se e a fazerem as suas próprias propostas para ajudar o território palestiniano.
"Há países na região que estão a manifestar muita preocupação. Encorajamo-los a envolverem-se e a fornecer uma solução e uma resposta para este problema", apontou Rubio, em declarações na República Dominicana.
Os países árabes e os líderes palestinianos manifestaram forte oposição à sugestão de Trump para desalojar os dois milhões de residentes da Faixa de Gaza após a guerra devastadora entre o movimento islamita palestiniano Hamas e Israel.
O chefe da diplomacia norte-americana voltou a insistir que Trump está a propor reconstruir este território, destacando que o enclave está atualmente inabitável.
Rubio sublinhou que os comentários polémicos de Donald Trump visavam, em parte, encorajar outros países que "têm capacidade económica e tecnológica" a participar na reconstrução.
"O presidente Trump ofereceu-se para fazer parte desta solução (...) Se outros países estiverem dispostos a dar a cara e a fazê-lo eles próprios, seria ótimo, mas ninguém parece estar com pressa para o fazer", acrescentou Rubio.
Lusa
A Casa Branca informou esta quinta-feira que o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou a ordem executiva que impõe sanções ao Tribunal Penal Internacional (TPI).
A ordem executiva acusa o TPI de se ter “envolvido em ações ilegítimas e infundadas” contra os EUA e o seu “aliado próximo” Israel.
É ainda referido que o tribunal “abusou do seu poder” ao emitir mandados de captura “infundados” contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o seu antigo ministro da Defesa, Yoav Gallant.
"O TPI não tem jurisdição sobre os EUA ou Israel, uma vez que nenhum dos países faz parte do Estatuto de Roma ou é membro do TPI", lê-se na ordem executiva.
O documento indica ainda que "as recentes ações do TPI contra Israel e os EUA criam um precedente perigoso, pondo diretamente em perigo o atual e o antigo pessoal dos Estados Unidos, incluindo membros do serviço ativo das Forças Armadas, expondo-os a assédio, abuso e possível detenção".
O secretário de Estado norte-americano afirmou esta quinta-feira que para reconstruir a Faixa de Gaza, os palestinianos "terão de viver noutro lugar".
Trata-se de uma possibilidade "realista", disse Marco Rubio, referindo-se ao plano do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre a retirada permanente do povo palestiniano na Faixa de Gaza.
Durante uma conferência de imprensa na República Dominicana, Marco Rubio descreveu Gaza como um local “não habitável”.
"Neste momento, tem munições por explodir, muitos rockets e armas”, disse Rubio, citado pelo The Guardian. "Penso que se trata de uma realidade que para reparar um lugar como aquele, as pessoas vão ter de viver noutro lugar entretanto", considerou o chefe da diplomacia norte-americana.
O primeiro-ministro israelita disse esta quinta-feira que não considera necessário enviar tropas norte-americanas para Gaza, uma possibilidade admitida pelo presidente dos EUA, como parte do seu plano para assumir o controlo do território e deslocar os habitantes para outros países.
Questionado pelos jornalistas durante uma sessão fotográfica com os líderes do Senado, em Washington, sobre se acreditava que eram necessárias tropas americanas na Faixa de Gaza para concretizar o plano de Trump, Benjamin Netanyahu foi perentório: "Não", disse.
O primeiro-ministro esteve no Capitólio, para se reunir com membros do Congresso dos partidos Democrata e Republicano.
A posição surge numa altura em que a Casa Branca começou a suavizar alguns elementos inicialmente avançados por Trump para "assumir o controlo" da Faixa de Gaza e reinstalar "permanentemente" os palestinianos fora do território, insistindo que o Presidente não se comprometeu com a utilização de tropas norte-americanas e que qualquer realojamento de palestinianos seria temporário.
Lusa
Philippe Lazzarini, diretor da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), disse hoje que a sugestão de Donald Trump de reinstalar permanentemente os dos cerca de dois milhões de palestinianos que estão em Gaza em países vizinhos é "totalmente irrealista".
"Estamos a falar de deslocação forçada. A deslocação forçada é um crime, um crime internacional. É uma limpeza étnica", acrescentou.
O Presidente da República aconselhou esta quinta-feira a que não se tome como definitiva a proposta feita por Donald Trump para a Faixa de Gaza e se aguarde pela posição final dos Estados Unidos da América.
"Aquilo que eu aconselho é que se espere, e não se tome a primeira declaração, ou de mais efeito especulativo, como a última. Entre a primeira e a última há sempre algum tempo", declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, em Praga.
No fim da sua visita oficial à República Checa, o chefe de Estado foi questionado sobre a proposta do presidente norte-americano de retirada de todos os palestinianos de Gaza, para serem realojados noutro lugar, e de controlo do território pelos EUA.
Na resposta, Marcelo Rebelo de Sousa começou por referir que "em relação a isso já há notícias novas.
Depois, lembrou que recentemente considerou, a propósito da Gronelândia, que "o que interessava não era ouvir a primeira intervenção" de Donald Trump, mas "ir ouvindo as várias intervenções".
Quanto a Gaza, o Presidente da República realçou que "hoje o secretário de Estado, Marco Rubio, já veio dar uma versão diferente, tentando explicar que não houve a ideia de ofender ninguém, nem dizer exatamente aquilo, que tinha sido mal interpretado".
Interrogado se a regra para lidar com Donald Trump é não interpretar literalmente o que Presidente norte-americano diz, respondeu: "Não há nada como ao fim de dois mandatos conhecer uma personalidade e, portanto, tomar isso em linha de conta nas interpretações".
Lusa
Tim Burchett, congressista republicano, afirmou esta quinta-feira que os Estados Unidos deviam fazer de uma lista de locais para realojar palestinianos.
“Temos um historial muito bom com os palestinianos, pelo menos no Tennessee, por isso dou-lhes as boas-vindas”, afirmou o congressista em declarações à CNN International.
A posição de Burchett é conhecida depois de Donald Trump defender o realojamento permanente do povo palestiniano.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ofereceu esta quinta-feira ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, um 'pager' dourado como os que Israel fez explodir no Líbano em meados de setembro, numa ação que provocou nove mortos e 2.750 feridos.
As explosões feriram sobretudo milhares de milicianos do grupo xiita libanês Hezbollah, mas também civis, incluindo pelo menos dois menores, que acabaram por morrer.
O gabinete do primeiro-ministro israelita confirmou a oferta, anexando uma fotografia do 'pager' dourado, emoldurado num baú e com a inscrição "Pressione com as duas mãos".
"Ao presidente Donald J. Trump, nosso melhor amigo e maior aliado. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu", lê-se na dedicatória.
Lusa
Donald Trump vai assinar hoje um decreto que visa impor sanções ao Tribunal Penal Internacional (TPI).
A notícia foi avançada pela estação de televisão NBC, explicando que o presidente norte-americano acusa o TPI de atacar indevidamente os EUA e Israel.
As sanções serão de carácter financeiro e de atribuição de vistos a indivíduos e aos seus familiares que ajudem nos trabalhos de investigação daquele tribunal, nas quais estejam envolvidos cidadãos dos EUA ou dos seus aliados.
Em novembro, o TPI emitiu um mandado de detenção ao primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu e ao seu ministro da Defesa, algo que foi condenado pelos Estados Unidos, sendo que a administração Trump já considerou essa decisão criou uma “vergonhosa equivalência moral”.
O presidente norte-americano disse esta quinta-feira que espera que o Hamas "mantenha o seu compromisso" e cumpra o acordo de cessar-fogo e de libertação dos reféns israelitas. "Quem sabe se o farão", disse durante o National Prayer Breakfast, um evento anual de oração pela nação.
"De uma forma ou de outra", indicou Trump, a libertação dos reféns "vai avançar". E deixou claro: "Como presidente, não vou descansar até que o último refém seja devolvido à sua família."
No evento estava presente Noa Argamani, refém libertada durante uma operação militar israelita durante o verão.
A Faixa de Gaza "não é um projeto de investimento", respondeu hoje, mais uma vez, a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) às palavras do Presidente norte-americano, Donald Trump, que assumiu que os Estados Unidos deveriam assumir a reconstrução do enclave.
"A Palestina, com a sua terra, a sua história e os seus locais sagrados, não está à venda e não é um projeto de investimento", disse Nabil Abu Rudein, porta-voz da Presidência da ANP, que rejeita qualquer ideia de reinstalar os palestinianos noutro qualquer lugar, como sugeriu Trump.
"O povo palestiniano e os seus líderes não permitirão a repetição das catástrofes de 1948 e 1967", disse o porta-voz, referindo-se às guerras israelo-árabes que viram nascer o Estado de Israel e a ocupação de Jerusalém Oriental, respetivamente.
Além disso, Abu Rudeina garantiu que os palestinianos "vão frustrar qualquer plano destinado a liquidar a sua justa causa através de projetos de investimento".
Donald Trump voltou a defender o plano de retirar todos os palestinianos da Faixa de Gaza e realojá-los noutro local enquanto o território seria reconstruído.
“A Faixa de Gaza seria entregue aos Estados Unidos por Israel no final dos conflitos. Os palestinianos, pessoas como Chuck Schumer, já teriam sido realojados em comunidades muito mais seguras e bonitas, com casas novas e modernas, na região. Teriam realmente uma hipótese de ser felizes, seguros e livres. Os EUA, trabalhando com grandes equipas de desenvolvimento de todo o mundo, iniciariam lenta e cuidadosamente a construção daquele que viria a ser um dos maiores e mais espetaculares empreendimentos deste tipo na Terra. Nenhum soldado dos EUA seria necessário! A estabilidade reinaria na região!!!”, escreveu o presidente dos Estados Unidos na sua rede social, Truth Social.
O Ministério da Saúde do governo do Hamas na Faixa de Gaza anunciou hoje, no mais recente balanço, que pelo menos 47.583 pessoas morreram no território palestiniano em consequência da guerra com Israel.
Apesar da entrada em vigor de uma frágil trégua, a 19 de janeiro, o número de mortos publicado pelo Ministério da Saúde de Gaza continua a aumentar diariamente, à medida que os corpos descobertos sob os escombros são identificados e as pessoas morrem devido aos ferimentos.
Segundo o ministério, nas últimas 24 horas, foram registadas mais 31 mortes, enquanto o total de palestinianos feridos por causa da guerra ascende a 111.633.
Israel tem questionado regularmente a credibilidade dos números do ministério, mas estes são considerados fiáveis pelas Nações Unidas.
A ajuda humanitária a Gaza aumentou muito desde o cessar-fogo de 19 de janeiro, tendo o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) feito entrar mais de 10 mil camiões, anunciou hoje um responsável da organização.
"Trouxemos mais de 10.000 camiões nas duas semanas desde o cessar-fogo, o que é um aumento enorme", escreveu o coordenador do OCHA, Tom Fletcher, na rede social X, durante uma visita ao território palestiniano.
About to cross into Northern Gaza with a convoy of aid. We’ve moved over 10,000 trucks in the two weeks since the ceasefire, a massive surge.
— Tom Fletcher (@UNReliefChief) February 6, 2025
Thank you to the many people making it possible to get these trucks of vital, lifesaving food, medicine, and tents through.
O ministro da Defesa israelita ordenou ao Exército a preparação de um plano para permitir que os civis deixem a Faixa de Gaza, depois do presidente dos Estados Unidos ter defendido o controlo do enclave, expulsando a população.
"O povo de Gaza deve poder usufruir de liberdade de movimento e de imigração, como é habitual em todo o mundo", afirmou o gabinete de Katz através de um comunicado.
Até ao momento, os únicos pormenores que surgiram sobre o plano indicam que Israel admite proporcionar várias opções de saída aos habitantes de Gaza, incluindo travessias terrestres, mas também por mar e ar através de "acordos especiais".
No memorando, Katz refere ainda que está a trabalhar numa outra proposta e "que vai levar muitos anos a concluir" para a reconstrução "de uma Gaza desmilitarizada, livre de ameaças na era pós-Hamas".
"O Hamas utilizou os habitantes de Gaza como escudos humanos e construiu infra estruturas terroristas no coração das povoações, e agora mantém reféns, extorquindo-lhes dinheiro através da utilização de ajuda humanitária e impedindo-os de sair de Gaza", afirmou.
O ministro israelita afirmou que se países como a Espanha, a Irlanda e a Noruega se recusarem a acolher palestinianos, "a hipocrisia vai ficar exposta" depois de "terem feito falsas acusações contra Israel" desde o início da invasão israelita da Faixa de Gaza.
"Países como o Canadá têm um programa de imigração estruturado e já manifestaram anteriormente vontade de acolher residentes de Gaza", acrescentou.
A organização internacional médico-humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) denunciou hoje o aumento da "violência física extrema" de colonos e tropas israelitas contra palestinianos na Cisjordânia e da obstrução à prestação de cuidados de saúde naquele território palestiniano.
Num relatório hoje divulgado, intitulado "Infligir danos e negar cuidados - Padrões de ataque e obstrução a cuidados de saúde na Cisjordânia", a MSF sublinha que a escalada de violência na Cisjordânia -- desde que Israel declarou guerra contra o movimento islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza, a 07 de outubro de 2023 -- "tem dificultado gravemente o acesso aos cuidados de saúde e faz parte de um padrão de opressão sistémica por parte de Israel, que foi descrito pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) como correspondendo a segregação racial e 'apartheid'".
Segundo a organização, no total, pelo menos 870 palestinianos foram mortos e mais de 7.100 ficaram feridos entre outubro de 2023 e janeiro de 2025, tendo-se a violência israelita contra palestinianos e os ataques e obstrução a cuidados de saúde intensificado mais ainda desde que entrou em vigor o acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, a 19 de janeiro, agravando "as terríveis condições de vida de muitos palestinianos, que estão a pagar um elevado preço físico e psicológico".
O relatório, que abrange o período de um ano, entre outubro de 2023 e outubro de 2024, assenta em entrevistas a 38 doentes e funcionários da MSF, paramédicos de equipas hospitalares e voluntários apoiados pela MSF, que relatam "longas e violentas incursões militares israelitas e restrições de movimentos mais rígidas, todas as quais prejudicaram gravemente o acesso a serviços essenciais, particularmente cuidados de saúde".
"Os doentes palestinianos estão a morrer, porque simplesmente não conseguem chegar aos hospitais", afirmou o coordenador de emergência da MSF, Brice de le Vingne, citado no relatório.
"Estamos a assistir a ambulâncias bloqueadas pelas forças israelitas nos postos de controlo enquanto transportam doentes em estado crítico, instalações médicas cercadas e invadidas durante cirurgias e profissionais de saúde alvos de violência física enquanto tentam salvar vidas", descreveu.
Um número crescente de ataques contra profissionais e instalações médicas foi relatado às equipas da MSF, indica o relatório, "incluindo ataques a hospitais e destruição de instalações médicas improvisadas em campos de refugiados, além de perseguição, detenção, ferimentos e morte de socorristas e profissionais médicos pelas forças israelitas".
Entre outubro de 2023 e dezembro de 2024, a Organização Mundial da Saúde (OMS) registou 694 ataques a unidades de saúde na Cisjordânia, com hospitais e instalações de saúde frequentemente cercados por forças militares, expressando os profissionais de saúde um sentimento de insegurança, uma vez que são frequentemente perseguidos, detidos, feridos e mesmo mortos, refere a MSF.
Também a destruição de infraestruturas civis vitais, como estradas, condutas de água e sistemas de abastecimento de energia elétrica tem agravado a situação, "em especial nos campos de refugiados de Tulkarem e Jenin", precisa a organização não-governamental.
"Em zonas remotas e nos arredores de cidades como Jenin ou Nablus, a situação é especialmente grave, uma vez que os doentes com doenças crónicas, como os que necessitam de tratamento de hemodiálise regular, são obrigados a ficar em casa devido aos obstáculos intransponíveis para chegar às unidades de saúde", refere também a MSF.
O documento da MSF vinca ainda que, além das frequentes incursões militares israelitas, "a violência dos colonos e a expansão cada vez maior dos colonatos deixaram muitos palestinianos vulneráveis à violência e com medo de se deslocarem na Cisjordânia", precisando que, no total, 1.500 ataques de colonos israelitas contra palestinianos foram comunicados pelo Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) entre outubro de 2023 e de 2024.
Em suma, a Médicos Sem Fronteiras sublinha que "o sistema de saúde na Cisjordânia está sob imensa pressão e forçado a um estado de emergência perpétuo" e que Israel, "enquanto potência ocupante, tem obrigações jurídicas nos termos do Direito Internacional para garantir o acesso aos cuidados de saúde e proteger os profissionais de saúde", pelo que a organização lhe dirige um apelo "para pôr fim à violência contra profissionais de saúde, doentes e instalações médicas e para cessar de impedir o pessoal médico de realizar missões que salvam vidas".
O representante da Palestina na ONU afirmou hoje que o povo palestiniano não abandonará Gaza porque "não há poder na Terra" que possa expulsá-lo da sua pátria, após o presidente norte-americano anunciar um plano para ocupar o enclave.
"Não há poder na Terra que possa expulsar o povo palestiniano da nossa pátria ancestral, incluindo Gaza", assegurou Riyad Mansour perante o Comité sobre o Exercício dos Direitos Inalienáveis do Povo Palestiniano, na sede das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque.
Embora não tenha citado diretamente o Presidente norte-americano em nenhum momento, Mansour referiu-se ao plano do republicano, dizendo que o povo palestiniano não quer "criar problemas para o Egito, Jordânia ou qualquer outro Estado".
"Temos muitos problemas no nosso próprio país e queremos reconstruí-lo. Não temos outro país além da Palestina. Gaza é uma parte preciosa dele (...). Esta é a resposta para aqueles que nos querem expulsar", acrescentou, concluindo que o seu interesse prioritário é "alcançar a paz" e chegar a uma solução de dois Estados.
Lusa
António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas (ONU), defendeu hoje o direito dos palestinianos "de simplesmente viverem como seres humanos na sua própria terra", lamentando a "desumanização e demonização assustadora e sistemática" desse povo.
Num discurso na ONU perante o Comité sobre o Exercício dos Direitos Inalienáveis do Povo Palestiniano, e um dia após o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter proposto que os habitantes do enclave palestiniano sejam reinstalados em outro lugar "permanentemente", Guterres considerou "essencial evitar qualquer forma de limpeza étnica" e "reafirmar a solução de dois Estados".
"Qualquer paz duradoura exigirá progresso tangível, irreversível e permanente em direção à solução de dois Estados, o fim da ocupação e o estabelecimento de um Estado Palestiniano independente, com Gaza como parte integrante", reforçou Guterres, frisando que "na busca por soluções, não se deve piorar o problema".
"Um Estado Palestiniano viável e soberano, a viver lado a lado em paz e segurança com Israel, é a única solução sustentável para a estabilidade do Médio Oriente", defendeu.
De acordo com o líder da ONU, o mundo tem visto a concretização dos direitos do povo palestiniano "tornar-se cada vez mais distante", referindo um "catálogo de destruição e horrores indizíveis" ao longo dos últimos 15 meses de guerra, com quase 50.000 pessoas mortas, "sendo que 70% são mulheres e crianças".
Numa menção direta às crianças de Gaza, Guterres frisou que "uma geração foi deixada desabrigada e traumatizada".
Lusa
A Faixa de Gaza é "parte integrante de um futuro Estado palestiniano", afirmou hoje a União Europeia (UE).
"Tomamos nota das declarações do Presidente Trump", disse um porta-voz da UE às agências estrangeiras.
"A UE continua firmemente empenhada numa solução de dois Estados [Israel e Palestina], que acreditamos ser o único caminho para uma paz duradoura para israelitas e palestinianos", acrescentou a mesma fonte.
Lusa
A organização não-governamental (ONG) Amnistia Internacional (AI) condenou a proposta "revoltante" do Presidente norte-americano, Donald Trump, de assumir o controlo da Faixa de Gaza e deslocar os palestinianos, e manifestou preocupação com as suas declarações inflamatórias.
"As declarações do Presidente Trump que apelam à remoção forçada dos palestinianos da Faixa de Gaza ocupada devem ser ampla e inequivocamente condenadas", afirmou a secretária-geral da organização, Agnès Callamard, num comunicado.
"A linguagem utilizada [por Donald Trump] é inflamatória e ultrajante, e a sua proposta é uma violação flagrante do direito internacional", denunciou Callamard.
O chefe de Estado norte-americano propõe também transferir os habitantes do enclave para os países vizinhos, em particular para a Jordânia e para o Egito, uma sugestão que já foi rejeitada e denunciada por países aliados e adversários dos EUA.
"Qualquer plano para retirar à força os palestinianos dos territórios ocupados é um crime de guerra e, se cometido no âmbito de um ataque generalizado ou sistemático contra a população civil, constituiria um crime contra a humanidade", frisou Agnès Callamard.
"Nenhum Estado tem o direito de tratar uma população protegida, que vive sob ocupação, como peões num jogo de xadrez geopolítico", acrescentou, acusando o Presidente norte-americano de "desumanizar perigosamente" os palestinianos em Gaza.
O plano anunciado por Trump, o qual a Amnistia Internacional classifica como "revoltante" e "ilegal", surge num contexto marcado pela retomada das frágeis negociações sobre a segunda fase do acordo de cessar-fogo entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.
"Perante as perigosas ameaças do Presidente Trump, é mais importante do que nunca que o resto da comunidade internacional rejeite categoricamente estas propostas e acelere os esforços diplomáticos, de acordo com o direito internacional", apelou a secretária-geral da ONG.
Lusa
Depois de Donald Trump afirmar que os EUA devem assumir o controlo da Faixa de Gaza e de defender a retirada permanente do povo palestiniano do enclave, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, apresenta uma nova versão sobre as declarações do presidente dos Estados Unidos.
"A única coisa que o presidente Trump fez - muito generosamente, na minha opinião - foi oferecer a disponibilidade dos EUA para intervir, limpar os escombros, limpar o local de toda a destruição (...) para que as pessoas possam voltar a instalar-se", considerou o chefe da diplomacia norte-americana, citado pelo The Guardian.
Marco Rubio disse que a proposta de Trump para a Faixa de Gaza "não era para ser hostil".
Israel vai seguir os EUA e retirar-se do Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas, anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, acusando este órgão de "demonizar obsessivamente a única democracia no Médio Oriente".
"Este órgão concentrou-se em atacar um país democrático e em espalhar o antissemitismo, em vez de promover os direitos humanos", denunciou Gideon Saar nas suas redes sociais, onde insistiu que o Conselho dos Direitos Humanos "tradicionalmente protege os violadores" dos direitos fundamentais.
Saar enfatizou que o organismo discriminou claramente Israel, um país que recebeu mais de cem resoluções condenatórias. Segundo o ministro, isto representa "mais de 20% de todas as resoluções aprovadas na história do Conselho".
"Israel não aceitará mais esta discriminação", afirmou o chefe da diplomacia israelita, que salientou que o Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas emitiu mais resoluções contra o seu país do que contra "o Irão, a Coreia do Norte e a Venezuela juntos".
Lusa
O secretário-geral da ONU, António Guterres, irá alertar hoje contra qualquer tentativa de "limpeza étnica" em Gaza num discurso que fará dentro de horas em Nova Iorque, avançou o seu porta-voz, Stéphane Dujarric.
O discurso de Guterres ocorre um dia depois do Presidente norte-americano, Donald Trump, ter proposto que os habitantes do enclave palestiniano, devastado após 15 meses de guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas, sejam reinstalados em outro lugar "permanentemente", nomeadamente nos países vizinhos Jordânia e Egito.
"É vital permanecer fiel à base do Direito Internacional. É essencial evitar qualquer forma de limpeza étnica", disse Dujarric, referindo-se a uma parte do discurso que Guterres fará hoje à tarde (hora local em Nova Iorque) perante o Comité sobre o Exercício dos Direitos Inalienáveis do Povo Palestiniano.
Questionado especificamente sobre os planos de Trump para a Faixa de Gaza, Stéphane Dujarric frisou que "qualquer deslocamento forçado da população é equivalente a uma limpeza étnica".
Lusa
Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca, admitiu hoje num briefing que o plano de Donald Trump para a Faixa de Gaza "é fora da caixa", mas visa "uma paz duradoura".
Questionada sobre a forma como o plano do presidente dos Estados Unidos se enquadra no slogan "América primeiro", Leavitt garantiu que Trump "não se comprometeu em colocar os pés no terreno”, além de que, sublinhou, ele "também disse que os Estados Unidos não vão pagar pela reconstrução de Gaza".
“A sua administração vai trabalhar com os nossos parceiros na região para reconstruir aquela região", sublinhou a porta-voz da Casa Branca.
Karoline Leavitt garantiu ainda que a ideia de tirar os palestinianos de Gaza, lançada também por Trump, seria uma situação provisória. “O presidente deixou claro que eles precisam ser temporariamente realocados fora de Gaza para a reconstrução da região”, disse, lembrando que o local está "destruído". "Não é habitável para nenhum ser humano. É demoníaco sugerir que as pessoas deviam viver em condições tão terríveis", sublinhou.
A Liga Árabe descreveu hoje como uma "violação do direito internacional" e uma "receita para a instabilidade" a proposta do Presidente norte-americano, Donald Trump, de assumir o controlo da Faixa de Gaza e deslocar os palestinianos.
Embora "confiante no desejo dos Estados Unidos e do seu Presidente de alcançar uma paz justa na região", o secretariado da Liga sublinhou que o plano avançado na terça-feira exige "a deslocação dos palestinianos, o que é rejeitado tanto pelos árabes como internacionalmente".
A proposta "viola o direito internacional" e "é uma receita para a instabilidade", acrescentou.
O presidente do Brasil reagiu à proposta do seu homólogo norte-americano, Donald Trump, de querer que os EUA assumam o controlo da Faixa de Gaza, ao afirmar que "não faz sentido" e que é "praticamente incompreensível".
"Não faz sentido [o presidente dos EUA] reunir-se com o primeiro-ministro de Israel e dizer: 'Vamos ocupar Gaza, vamos recuperar Gaza, vamos viver em Gaza'", afirmou Lula da Silva durante uma entrevista coletiva.
O presidente brasileiro questionou: “E os palestinianos vão para onde, onde irão viver? É algo praticamente incompreensível para qualquer ser humano".
"O que aconteceu em Gaza foi um genocídio e eu sinceramente não sei se os Estados Unidos, que fazem parte de tudo isso, seriam o país para tentar cuidar de Gaza. Quem tem que cuidar de Gaza são os palestinianos", afirmou Lula da Silva.
O PCP pediu hoje ao Governo que condene "clara e inequivocamente" as declarações do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que disse querer assumir o controlo da Faixa de Gaza e expulsar os palestinianos daquele enclave.
Em comunicado, o PCP "denuncia e condena firmemente as recentes e graves declarações do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação à situação na Palestina e no Médio Oriente, que explicitamente proclamam a expulsão do povo palestiniano da Faixa de Gaza e a ocupação deste território pelos Estados Unidos".
Para o partido, estas declarações, proferidas no âmbito da visita aos Estados Unidos do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, "constituem uma arrogante afirmação dos sinistros projetos que unem o sionismo israelita e o imperialismo norte-americano, visando liquidar a causa nacional palestiniana e impor o seu domínio no Médio Oriente".
"Tais declarações e os projetos que comportam exigem do Governo português uma clara e inequívoca condenação e posição em defesa dos legítimos e inalienáveis direitos nacionais do povo palestiniano, consagrados no direito internacional, incluindo em inúmeras resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU)", lê-se no comunicado.
O Gabinete dos Direitos Humanos das Nações Unidas alertou esta quarta-feira que qualquer transferência ou deportação forçada de pessoas de território ocupado constituiria uma violação do direito internacional, na sequência da sugestão do presidente Donald Trump de que os EUA deveriam “assumir” a Faixa de Gaza e que os palestinianos que lá vivem deveriam partir.
“É crucial que avancemos para a próxima fase do cessar-fogo, para libertar todos os reféns e prisioneiros detidos arbitrariamente, acabar com a guerra e reconstruir Gaza, com total respeito pelo direito internacional humanitário e pelo direito internacional dos direitos humanos”, disse o UNHR num comunicado enviado à Reuters na quarta-feira.
“Qualquer transferência forçada ou deportação de pessoas de território ocupado é estritamente proibida”, acrescentou.
O primeiro-ministro britânico é da ideia que os palestinianos “devem ser autorizados a regressar a casa e autorizados a reconstruir”. “E devemos estar com eles nesta reconstrução no caminho para uma solução de dois estados", afirmou Keir Starmer aos deputados na Câmara dos Comuns.
Starmer disse ainda que a “questão mais importante” atualmente é garantir que o cessar-fogo entre o Hamas e Israel se mantém.
O BE anunciou hoje que quer ouvir com urgência o ministro da Defesa no parlamento, considerando que o governante proferiu "declarações graves" acerca do plano de Donald Trump para a Faixa de Gaza, também criticadas pelo Livre.
"O BE decidiu chamar ao parlamento com caráter de urgência o senhor ministro da Defesa, por entendermos que as declarações que preferiu são declarações muito graves. Perante um anúncio de Trump e de Netanyahu de que vão ocupar ilegalmente as terras de Gaza, expulsar o povo palestiniano, o que o senhor ministro da Defesa português tem a dizer é de que não comenta questões de política interna dos Estados Unidos. Não são questões de política interna, são questões de uma gravidade extrema", argumentou Marisa Matias.
A deputada do BE comentava na Assembleia da República as declarações de Nuno Melo esta manhã, que afirmou que "não lhe compete comentar" política interna norte-americana, após uma pergunta sobre o plano de Donald Trump para a Faixa de Gaza, que pretende reinstalar palestinianos noutros locais.
O governante defendeu que o Governo tem que assegurar que Portugal cumpre os seus compromissos com a Aliança Atlântica de maior investimento em Defesa "que permitam maior capacitação das Forças Armadas".
"O resto são singularidades da política norte-americana que por estes dias vai sendo, a esse propósito, muito rica e animando noticiários", completou.
Na ótica do BE, além da "posição titubeante" do Governo português nesta matéria, esta declaração de Nuno Melo é "de silenciamento e de cumplicidade com o que promete ser uma limpeza étnica".
"É grave dizer que se trata de política interna dos Estados Unidos porque estamos a falar de política internacional. Estamos a falar de um ataque ao direito internacional, desta vez anunciado antes mesmo de acontecer", lamentou.
Marisa Matias rejeitou ainda que estejam em causa "singularidades da política norte americana".
"Estamos a falar das nossas vidas, estamos a falar do nosso futuro, estamos a falar de questões absolutamente essenciais. Não são particularidades. As políticas do Presidente Trump têm impactos diretos nas nossas vidas e, como estamos a ver, muitas das ameaças confirmam-se agora com o programa do Presidente", defendeu.
A líder parlamentar do Livre considerou também "muito graves" as declarações "completamente irresponsáveis e desumanas" do presidente norte-americano e que "configuram uma limpeza étnica".
"A posição de Portugal não pode ser encolher os ombros e considerar que são singularidades da política americana. Não, é uma violação dos direitos humanos, é uma violação dos direitos do povo palestiniano e Portugal tem de ser muito claro a condenar estas declarações do Presidente dos Estados Unidos", defendeu, apelando a que "esta posição por parte do Governo português seja rapidamente corrigida".
Isabel Mendes Lopes afirmou também que "isto mostra ainda mais quão importante é Portugal reconhecer o direito à Palestina ser um Estado e a autodeterminação do povo palestiniano".
O ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, afirmou hoje que "não lhe compete comentar" política interna norte-americana, após uma pergunta sobre o plano de Donald Trump para a Faixa de Gaza, que pretende reinstalar palestinianos noutros locais.
"Não me compete comentar a política interna norte-americana. Obviamente que é para mim muito relevante perceber que os EUA são um aliado fundamental da NATO", respondeu Nuno Melo, que falava aos jornalistas no Ministério da Defesa, em Lisboa, na cerimónia de posse de D. Sérgio Dinis como Chefe do Serviço de Assistência Religiosa das Forças Armadas e das Forças de Segurança, sucedendo nas funções a D. Rui Valério, patriarca de Lisboa.
O governante defendeu que o Governo tem que assegurar que Portugal cumpre os seus compromissos com a Aliança Atlântica de maior investimento em Defesa "que permitam maior capacitação das Forças Armadas".
"O resto são singularidades da política norte-americana que por estes dias vai sendo, a esse propósito, muito rica e animando noticiários", completou.
O CEO interino da Medical Aid for Palestinians afirmou esta quarta-feira que o plano para “tomar posse” de Gaza proposto pelo presidente norte-americano, Donald Trump, é “equivalente a uma limpeza étnica”.
“Gaza pertence ao povo palestiniano, não aos Estados Unidos ou a Israel, e esta medida seria equivalente a uma limpeza étnica e a um crime de guerra”, afirmou Steve Cutts, que diz estarem em causa “o destino de dois milhões de palestinianos” e “os próprios fundamentos do direito internacional”, apelando ainda aos líderes mundiais para “desafiarem a desumanização racista do povo palestiniano”.
A Autoridade Palestiniana garante que não irá permitir que os direitos dos habitantes de Gaza sejam afetados depois de o presidente norte-americano, Donald Trump, ter sugerido uma tomada do território pelos EUA.
“Não permitiremos que os direitos do nosso povo, pelos quais lutámos durante décadas e fizemos grandes sacrifícios para alcançar, sejam afetados”, disse o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas.
Abbas acrescentou que qualquer tomada de poder por parte dos EUA seria uma “grave violação do direito internacional” e reiterou o seu apoio a uma solução de dois Estados.
“O povo palestiniano não abdicará das suas terras, direitos e locais sagrados”, disse.
Abbas saudou ainda a posição assumida pela Arábia Saudita, que rejeitou o plano dos EUA e reafirmou o seu apoio “inabalável” a um Estado palestiniano.
A Arábia Saudita reiterou esta quarta-feira o seu apoio “inabalável” à criação de um Estado palestiniano.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros saudita reafirmou também a sua posição de longa data de que não se comprometerá com a normalização das relações com Israel sem garantias de um Estado palestiniano, citando discursos do governante de facto do reino, o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman.
“A Arábia Saudita continuará os seus esforços incansáveis para estabelecer um Estado palestiniano independente com Jerusalém Oriental como a sua capital, e não estabelecerá relações diplomáticas com Israel sem isso”, refere uma declaração publicada na rede social X.
#Statement | The Foreign Ministry affirms that Saudi Arabia’s position on the establishment of a Palestinian state is firm and unwavering. HRH Prince Mohammed bin Salman bin Abdulaziz Al Saud, Crown Prince and Prime Minister clearly and unequivocally reaffirmed this stance. pic.twitter.com/0uuoq8h12I
— Foreign Ministry 🇸🇦 (@KSAmofaEN) February 5, 2025
O ministério exigiu ainda o “fim da ocupação israelita de terras palestinianas”. “Alcançar uma paz duradoura e justa é impossível sem que o povo palestiniano obtenha os seus direitos legítimos de acordo com as resoluções internacionais, como foi previamente esclarecido tanto para a antiga como para a atual administração dos EUA”, acrescentou.
A Organização de Libertação da Palestina (OLP) rejeitou qualquer plano para transferir "o povo palestiniano para fora da pátria", depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter dito que queria "tomar posse" da Faixa de Gaza.
A liderança palestiniana "afirma rejeição de todos os apelos para transferir o povo palestiniano para fora da terra natal. Aqui nascemos, aqui vivemos e aqui ficaremos", declarou o secretário-geral da OLP, Hussein Sheikh, numa mensagem através das redes sociais.
A China manifestou hoje a sua oposição à proposta do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de expulsar os habitantes da Faixa de Gaza e reiterou a sua defesa da solução de dois Estados para a questão israelo-palestiniana.
"Opomo-nos à deslocação forçada dos residentes da Faixa de Gaza. A China espera que todas as partes aceitem o cessar-fogo e regressem a uma solução política de dois Estados", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, em conferência de imprensa.
Trump disse na terça-feira que os palestinianos não têm outra escolha senão deixar a Faixa de Gaza porque o local é inabitável, e insistiu que quer que a Jordânia e o Egito os acolham.
O porta-voz chinês acrescentou que as partes envolvidas devem "colocar a questão palestiniana no caminho certo".
"Isso significa um acordo baseado na 'solução de dois Estados' que visa uma paz duradoura no Médio Oriente", advertiu.
Pequim tem afirmado repetidamente que a Palestina deve ser "plenamente" reconhecida como um Estado nas Nações Unidas e que insistirá na solução de dois Estados para garantir a "coexistência pacífica" entre israelitas e palestinianos.
A China também manifestou o seu apoio à "causa justa do povo palestiniano para restaurar os seus direitos e interesses legítimos", e os seus funcionários realizaram várias reuniões com representantes de países árabes e muçulmanos para reafirmar esta posição ou para tentar fazer avançar as conversações de paz.
O porta-voz do Hamas Abdel Latif al-Qanou considerou racistas os comentários do chefe de Estado norte-americano, Donald Trump, que defendeu o "controlo" da Faixa de Gaza.
"A posição racista americana está alinhada com a da extrema-direita israelita na deslocação do nosso povo e na eliminação da nossa causa", disse Abdel Latif al-Qanou, porta-voz Hamas reagindo às declarações do Presidente dos Estados Unidos.
O grupo islamita palestiniano Hamas, que governa a Faixa de Gaza, afirmou hoje que não vai permitir a concretização dos planos anunciados pelo Presidente dos Estados Unidos, que quer que os habitantes do enclave sejam reinstalados noutros locais.
"Rejeitamos as declarações de [Donald] Trump, que disse que 'os moradores da Faixa de Gaza não têm outra escolha a não ser sair', e consideramo-las uma receita para criar caos e tensão na região", reagiu Sami Abu Zuhri, um alto dirigente do Hamas.
Líderes mundiais devem respeitar o desejo dos palestinianos de permanecer em Gaza, defendeu na terça-feira o enviado da Palestina à ONU, após o Presidente norte-americano sugerir que os residentes do enclave sejam reinstalados em outro lugar "permanentemente".
"O nosso país e o nosso lar é a Faixa de Gaza. É parte da Palestina", afirmou Riyad Mansour em declarações à imprensa, acrescentando: "Acho que os líderes e o povo devem respeitar os desejos do povo palestiniano".
Mesmo com a destruição infligida no norte do enclave, "os palestinianos escolheram retornar para lá", observou, referindo-se às centenas de milhares de pessoas que fizeram a viagem a pé do sul para o norte após o início do cessar-fogo entre Israel e o Hamas.
Bom dia!
O Presidente norte-americano, Donald Trump, sugeriu na terça-feira tomar posse da Faixa de Gaza e que os palestinianos deslocados em Gaza sejam reinstalados "permanentemente" fora do território devastado pela guerra.
As declarações foram proferidas no início da reunião com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, na Casa Branca, onde se espera que os dois líderes discutam o cessar-fogo e o acordo de reféns entre Israel e o Hamas.
"Não acho que as pessoas devam regressar", disse Trump, citado pela agência Associated Press (AP). "Não se pode viver em Gaza neste momento. Acho que precisamos de outro local. Penso que deve ser um local que faça as pessoas felizes", acrescentou.
Estes comentários foram feitos enquanto o Presidente norte-americano e seus conselheiros principais argumentavam que um cronograma de três a cinco anos para a reconstrução do território devastado pela guerra, conforme estabelecido no acordo de trégua temporário, não é viável.
"Se olharmos para as décadas passadas, só há mortes em Gaza", acrescentou Trump. "Isto está a acontecer há anos. É tudo morte. Se conseguirmos uma área bonita para reinstalar as pessoas, permanentemente, em casas bonitas onde possam ser felizes e não sejam baleadas e não sejam mortas e não sejam esfaqueadas até à morte como está a acontecer em Gaza".
Questionado sobre quantos palestinianos deveriam ser realojados, Trump respondeu: "Todos eles. Provavelmente 1,7 milhões, talvez 1,8 milhões. Mas penso que todos. Seriam reinstalados num local onde possam ter uma vida bonita", disse citado pela EFE.
Trump descreveu ainda a Faixa de Gaza como um "local de demolição" e disse, que, depois de olhar "de todos os ângulos" para as fotografias do enclave, após a guerra com Israel, chegou à conclusão de que "aquele lugar é um inferno, é muito perigoso e ninguém pode viver lá".