O líder democrata no Senado dos Estados Unidos denunciou este domingo (21 de setembro) o “caminho para uma ditadura” que considera que Donald Trump está a seguir, depois da pressão feita na véspera pelo presidente norte-americano para que o Departamento de Justiça processe os seus adversários políticos. “Este é o caminho para uma ditadura. É isso que as ditaduras fazem. É muito, muito assustador e prejudicial para a nossa república”, referiu Chuck Schumer na CNN, prometendo “combater” a pressão de Donald Trump com a maior “força possível, de todas as formas”. Numa publicação na plataforma Truth Social dirigida a “Pam”, presumivelmente a sua procuradora-geral Pam Bondi, Trump questionou não terem sido apresentadas acusações criminais contra o senador democrata Adam Schiff e a procuradora-geral do Estado de Nova Iorque, Letitia James, igualmente membro do partido Democrata, mas também contra James Comey, antigo diretor do FBI. Trump alega que os três são “culpados como o diabo” e que os seus apoiantes estavam a notar que “nada foi feito”. De notar que Comey e James foram investigados, mas acabaram por não ser acusados pelo Ministério Público Federal para o Distrito Leste da Virgínia este ano. “Não podemos adiar mais, isto está a acabar com a nossa reputação e credibilidade”, disse Trump na mesma mensagem dirigida a Bondi. “Destituíram-me duas vezes e indiciaram-me (5 vezes!), POR NADA. A JUSTIÇA TEM DE SER FEITA, JÁ!!!” O presidente prosseguiu afirmando que “Pam Bondi está a fazer um ótimo trabalho como procuradora-geral. É muito cuidadosa, muito inteligente, adora o nosso país, mas precisa de uma procuradora dura no distrito leste da Virgínia”, acrescentou, elogiando as qualidades da sua eleita para o cargo, Lindsey Halligan, conselheira da Casa Branca. O procurador Erik Siebert demitiu-se na sexta-feira sob pressão de Trump, na sequência de ter concluído que não havia provas suficientes para processar Letitia James, suspeita de fraude imobiliária, de acordo com relatos dos media norte-americanos. “Penso que é uma ameaça real à democracia”, declarou ainda Schumer à CNN. “Está a despedir qualquer pessoa que não pareça fazer parte dos seus acólitos, e está a transformar isso num instrumento que persegue os seus inimigos, sejam eles culpados ou não - e a maioria deles não tem culpa nenhuma - e isso ajuda os seus amigos.”.Após 44 anos de protesto contínuo, a mais longa vigília pacífica dos EUA não resistiu a Trump.A guerra de Trump aos ‘media’ faz mais uma vítima