Administração Trump suspende pedidos de imigração de nacionais de 19 países
EPA/JIM LO SCALZO

Administração Trump suspende pedidos de imigração de nacionais de 19 países

A suspensão aplica-se a pessoas provenientes dos 12 países cujos cidadãos já não tinham direito a entrar nos Estados Unidos desde junho e, agora, também a cidadãos de outros sete países.
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A Administração Trump suspendeu todos os pedidos de imigração provenientes de 19 países considerados de alto risco, dias após um tiroteio em Washington que envolveu um cidadão afegão, anunciou o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos.

A suspensão aplica-se a pessoas provenientes dos 12 países cujos cidadãos já não tinham direito a entrar nos Estados Unidos desde junho e, agora, também a cidadãos de outros sete países afetados por restrições na emissão de vistos, segundo um memorando dos serviços de imigração consultado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

Os pedidos de cartões verdes ('green cards') dos cidadãos dos países em questão, bem como os pedidos de naturalização, estão suspensos.

A lista inclui alguns dos países mais pobres e instáveis do mundo.

Em junho passado, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou a proibição de entrada no país a cidadãos do Afeganistão, Myanmar (antiga Birmânia), Chade, República do Congo, Guiné Equatorial, Eritreia, Haiti, Irão, Líbia, Somália, Sudão e Iémen.

Os outros sete países agora afetados são o Burundi, Cuba, Laos, Serra Leoa, Togo, Turquemenistão e Venezuela.

A secretária da Segurança Interna, Kristi Noem, indicou na segunda-feira à noite, na rede social X, que recomendou a Trump "uma proibição total de entrada dos cidadãos de cada país maldito que inundou a nação com assassinos, sanguessugas e viciados em assistência social". "Não os queremos, nem um único deles", escreveu Noem.

Na terça-feira, o Presidente norte-americano proferiu afirmações violentas contra a Somália, afirmando que os migrantes do país africano não são bem-vindos aos Estados Unidos.

"Não os quero no nosso país", disse Donald Trump.

Desde o ataque em Washington, em 26 de novembro, atribuído a um cidadão afegão, que custou a vida a uma militar da Guarda Nacional e feriu gravemente outro soldado, a Administração Trump congelou todas as decisões sobre a concessão de asilo nos Estados Unidos.

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Donald Trump fez da luta contra a imigração ilegal uma prioridade absoluta, referindo-se reiteradamente à "invasão" dos Estados Unidos por "criminosos vindos do estrangeiro" e fazendo das expulsões de imigrantes uma das suas principais marcas políticas.

Porém, o programa da Casa Branca de expulsões em larga escala foi contrariado por várias decisões judiciais, com base, nomeadamente, no argumento de que as pessoas visadas devem poder fazer valer os seus direitos.

Esta terça-feira, a Associação Nacional de Juízes de Imigração (NAIJ, na sigla em inglês) fez saber que oito juízes responsáveis por questões de imigração em Nova Iorque foram demitidos no dia anterior pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

Os oito magistrados atuavam no n.º 26 da Federal Plaza, em Manhattan, que abriga um tribunal encarregado de analisar os casos de migrantes que tentam regularizar a situação de permanência nos Estados Unidos.

Desde há meses, agentes da polícia federal com rostos encobertos percorrem diariamente os corredores daquele edifício e procedem à detenção de migrantes à saída de audiências, sob o olhar da imprensa, também presente todos os dias.

Várias cenas de confrontos com a polícia e famílias separadas deram a volta ao mundo, tornando o n.º 26 da Federal Plaza um local emblemático do endurecimento da política da Administração Trump em relação aos migrantes em situação irregular no país.

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