Dez craques que ajudam a contar a história do futebol

Sem portugueses incluídos (Cristiano Ronaldo e Eusébio têm outros espaços nesta edição), é uma seleção desses craques que aqui é feita: dez futebolistas internacionais sem os quais o futebol não teria, muito provavelmente, a dimensão que hoje tem.
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Do jogo popularizado nas ruas pelos operários britânicos da revolução industrial até ao fenómeno global milionário desta era digital, o futebol conheceu uma evolução galopante ao longo de mais de um século de existência enquanto desporto de competição (os relatos históricos sobre jogos ou atividades recreativas de pontapés numa bola, esses são milenares). Uma evolução tática, técnica e tecnológica feita também à boleia dos seus principais intérpretes. Artistas que marcaram as diferentes épocas do futebol mundial e que se elevaram, por isso, ao estatuto de figuras imortais do jogo. Os craques que ajudam a contar (e a explicar) a história do futebol. Sem portugueses incluídos (Cristiano Ronaldo e Eusébio têm outros espaços próprios nesta edição), é uma seleção desses craques que aqui é feita: dez futebolistas internacionais sem os quais o futebol não teria, muito provavelmente, a dimensão que hoje tem.

Avançado Italiano
1910-1979
Troféus e proezas
2 campeonatos do mundo (1934 e 1938), melhor jogador do Mundial de 1934, 2 Taça Internacionais (prova que antecedeu o Campeonato da Europa - em 1930 e 1935), 3 títulos italianos, fez 565 jogos e marcou 344 golos, entre 1927 e 1947.

Do futebol da primeira metade do século XX sobra ainda muito desconhecimento, mitos variados e feitos romanceados de difícil verificação. Mas há nomes consensuais cujo legado é reconhecido ainda hoje.

Como José Leandro Andrade, a "Maravilha Negra" da seleção uruguaia dos anos 1920 e 30 (dois títulos olímpicos e o primeiro mundial). Ou Matthias Sindelar, o "bailarino de papel" que conduzia a dança da Wunderteam austríaca (que tinha ainda Josef Bican, o homem com mais golos oficiais até do que Pelé). No Brasil, havia Leónidas e, ainda antes, Arthur Friedenriech, o primeiro craque do futebol brasileiro. Em Inglaterra, Steve Bloomer terá sido o primeiro ídolo de multidões.

No entanto, a destacar uma figura anterior à II Grande Guerra, emerge Giuseppe Meazza, capitão da seleção italiana bicampeã mundial na década de 1930 (1934 e 1938) e que ainda hoje dá nome ao estádio municipal de Milão quando utilizado pelo Inter.

"Il Genio", ou "Il Balilla" (por se ter estreado ainda muito jovem e baixinho no Inter - um balilla, como era conhecida a juventude fascista italiana da época), começou a construir a sua lenda na Squadra Azzurra com um hat-trick à então poderosa Hungria, em 1930, na conquista da Taça Internacional. Depois, consagrou-se como o melhor jogador no primeiro Mundial conquistado pela Itália, em 1934.

Meazza foi também um pioneiro do star system do futebol mundial. Solteiro, boémio e fã do galã italiano de Hollywood Rudolph Valentino, imitou-lhe o impecável aspeto e colecionou romances que encheram páginas de jornais.

Médio/avançado argentino-espanhol
1926-2014
Troféus e proezas
5 Taças de Campeões Europeus de Clubes consecutivas pelo Real Madrid (entre 1955 e 1960), 1 Taça Intercontinental, 1 Copa América pela Argentina (1947), 2 Bolas de Ouro (1957 e 1959), 8 vezes campeão espanhol, 3 vezes campeão colombiano, 3 vezes campeão argentino, marcou em 5 finais europeias de clubes consecutivas, fez 682 jogos e marcou 498 golos, entre 1943 e 1966.

Eusébio não se cansava de o apontar como "o melhor de todos". E Pelé sempre o invocou para menorizar Maradona na eterna rivalidade sobre o melhor do século XX.

Alfredo di Stefano, a "Saeta Rubia" (Flecha Loira), foi o futebolista total que, ao lado de Gento, Puskás ou Kopa, levou o Real Madrid a dominar o futebol europeu na década de 1950, depois de uma chegada atribulada a Espanha (contratado primeiro pelo Barcelona, mas registado na federação pelo Real).

Goleador produtivo, poderoso nos duelos e no remate, de técnica refinada e taticamente evoluído, Di Stefano tinha o carisma de um líder e era um jogador de exceção em qualquer posição do meio-campo para a frente.
Representou três seleções (Argentina, Colômbia e Espanha), mas só conquistou uma Copa América pela Argentina, não tendo chegado a jogar qualquer Mundial: quando se apurou com a Espanha, em 1962, uma lesão afastou-o da competição.

Avançado húngaro
1927-2006
Troféus e proezas
1 título olímpico com a Hungria (1952), uma final de um Mundial (1954), três títulos europeus de clubes com o Real Madrid (1958-1960), 1 Taça Intercontinental, 5 ligas espanholas, 5 ligas da Hungria, melhor jogador do mundial de 1954, fez 698 jogos e marcou 681 golos, entre 1943 e 1967.

Se Di Stefano era figura omnipresente no Real Madrid que dominou a Europa nos anos 1950, Ferenc Puskás era o goleador temível capaz de bombardear as balizas adversárias com um pé esquerdo tão feroz como preciso.

Juntou-se a Di Stefano (e companhia) no Real a meio das conquistas europeias do clube espanhol, após a revolução húngara de 1956, e levava com ele já um nome consagrado na alta roda do futebol mundial.

Pouco antes, Puskás, figura do Honved Budapeste e de uma seleção húngara conhecida como "os Mágicos Magiares" (com Kubala, Kocsis, Czibor..), tinha sido eleito o melhor jogador do Mundial de 1954, no qual a Hungria só sucumbiu na final perante a Alemanha (o "Milagre de Berna"). Em 1952, já tinha ganho o ouro olímpico com a sua seleção.

Os cerca de 700 golos na carreira certificam o "Major Galopante" como uma autêntica máquina de golos que o seu aspeto rechonchudo não podia deixar prever. Hoje dá nome ao prémio FIFA para o melhor golo do ano.

Avançado brasileiro
1940 -
Troféus e proezas
3 títulos de campeão do mundo com o Brasil (1958-1962-1970), 2 Taças Intercontinentais com o Santos (1962 e 1963), 2 Taças Libertadores, melhor jogador do Mundial de 1970, Jogador do Século XX para a FIFA, mais de mil golos registados na carreira (entre jogos oficiais e particulares reconhecidos pela FIFA), fez 817 jogos e 759 golos oficiais, entre 1956 e 1977.

Tudo o que o pequeno Edson queria era vingar as lágrimas do pai, "seu Dondinho", a quem vira destroçado, agarrado à telefonia, quando o golo do uruguaio Gigghia provocou o Maracanazo que deprimiu o Brasil em 1950. Olhando para trás, é tranquilo dizer-se que o objetivo foi cumprido.

Edson Arantes do Nascimento é um desses raros personagens com direito a ver o seu nome completo decorado por multidões. É a alcunha, no entanto, que está gravada a ouro na história do futebol mundial, Pelé. Para muitos, o Rei. Para outros tantos, o melhor jogador de sempre, como para o painel de especialistas da FIFA que decidiu atribuir-lhe o prémio de melhor futebolista do século XX - num estatuto repartido com o argentino Diego Maradona, que ganhou por sua vez o voto dos internautas.

Pelé foi o primeiro fenómeno global do futebol, que irrompeu como um furacão na época em que a televisão começava a levar a todo o mundo os jogos das grandes competições. E Pelé não podia ter causado mais impacto logo na sua primeira grande aparição mundial. Depois de já ter deixado em alvoroço o Brasil com um talento puro sangue à solta com a camisola do Santos, ainda menino, estreou-se num Mundial de futebol, na Suécia, em 1958, com apenas 17 anos. E o mundo nunca mais esqueceu o seu nome.

Pelé entrou apenas ao terceiro jogo desse Mundial e começou aí a esconjurar aquilo que o escritor e jornalista Nelson Rodrigues chamava de complexo vira-lata dos brasileiros, um complexo de inferioridade que o Maracanazo de 1950 tinha vincado na sociedade brasileira. No final desse Mundial, o jovem Edson, mineiro de Três Corações, já tinha cumprido a promessa feita ao pai, Dondinho, também ele um craque dos campos de futebol no seu tempo. O Brasil foi campeão pela primeira vez, com Pelé nas bocas do mundo. De onde não mais sairia.

O resto, como se sabe, é história. História do futebol. Único jogador três vezes campeão mundial, caçador implacável de recordes, o homem do golo de placa, goleador dos mil (e muitos) golos, estrela universal que conseguiu levar a febre do soccer aos EUA, ator, cantor, ministro, embaixador universal do futebol. O Rei.

Guarda-redes russo (ex-URSS)
1929 - 1990
Troféus e proezas
1 título de campeão olímpico (1956), 1 título de campeão europeu pela ex-União Soviética (1960), 6 títulos de campeão soviético, 1 Bola de Ouro para melhor jogador do ano (1963) - único guarda-redes até hoje a consegui-lo. Fez 404 jogos, entre 1950 e 1970.

Num desporto que sempre preferiu celebrar o golo e os seus artistas, o guarda-redes é o homem destinado a ficar mal na fotografia. Poucos são os que conseguem contrariar esse destino e nenhum o fez até hoje como Lev Yashin, o "Aranha Negra" que segurou nas luvas os dois grandes títulos futebolísticos da ex-União Soviética - um olímpico, em 1956, e o primeiro europeu de seleções, em 1960.

Mais do que isso, Yashin, um filho de operários moscovitas nascido entre as duas grandes guerras que captou a atenção dos olheiros do Dínamo de Moscovo enquanto defendia a baliza da equipa da fábrica onde começou a trabalhar aos 12 anos, é até hoje o único guarda-redes a ter sido premiado com a Bola de Ouro de melhor jogador do ano (1963).

A estatura intimidatória e a postura destemida perante os avançados contribuíram para fazer de Yashin a primeira grande estrela do futebol a viver entre os postes. Ele que até começou mal a carreira, com um frango no jogo de estreia pelo Dínamo que o levou a privilegiar durante dois anos outras balizas... as do hóquei no gelo.

Defesa / líbero alemão
1945 -
Troféus e proezas
1 título de campeão do mundo pela Alemanha (1974), 1 título de campeão europeu de seleções (1972), 3 Ligas dos Campeões com o Bayern de Munique (1973-1974-1975), 5 títulos de campeão da Bundesliga, 2 Bolas de Ouro para melhor jogador do ano (1972 e 1976). Fez 856 jogos e 111 golos oficiais, entre 1963 e 1983.

"Der Kaiser". O Imperador. A alcunha é elucidativa sobre o peso histórico que a figura de Franz Beckenbauer carrega na história do futebol alemão e mundial.

Franz foi o imperador que liderou a Mannschaft (seleção) e o Bayern de Munique nos grandes êxitos germânicos da década de 1970 (Euro 72, Mundial 74, Taças dos Campeões em 74, 75 e 76). E fê-lo de forma revolucionária: liderando desde trás, puxando os cordelinhos de todo o jogo a partir da defesa. Melhor, atrás da defesa, na pele de um líbero pioneiro que reinventou conceitos no futebol mundial.

Beckenbauer conseguia ser o homem mais recuado e ao mesmo tempo mais perigoso da sua equipa, desenhando e executando todo o plano de jogo com que Alemanha (então RFA) e Bayern se impuseram nessa época. Repetiu a proeza desde o banco, levando a Alemanha ao título mundial como treinador em 1990.

Médio/avançado holandês
1947 - 2016
Troféus e proezas
3 títulos de campeão europeu com o Ajax (1971, 1972 e 1973), 1 Taça Intercontinental, 1 liga espanhola, 9 ligas holandesas, 3 Bolas de Ouro para melhor jogador do ano (1971, 1973 e 1974), melhor jogador do Mundial de 1974. Fez 712 jogos e 405 golos oficiais, entre 1964 e 1984

O legado de Johan Cruijff no futebol mundial estende-se muito para além do que o seu (nada desprezível) palmarés de títulos possa mostrar. Cruifjj é, provavelmente, a mente mais brilhante a alguma vez ter pensado o jogo. Ou, pelo menos, aquele que terá deixado a mais forte herança cultural, encarnando uma filosofia de jogo que continua a alimentar os fiéis amantes do bom futebol.

Cruijff, o futebolista, o treinador, o pensador, o personagem, foi (é) sobretudo sinónimo disso: bom futebol. Enquanto jogador, foi a figura maior dessa ideia de futebol total que o treinador Rinus Michels implementou no Ajax e na seleção holandesa que arrebataram corações dos adeptos nos anos 1960 (finais) e 70 do século passado. Irreverente, inteligente e com uma intuição privilegiada para o jogo, Cruijff era capaz de tirar adversários do sério com uma irritante superioridade.

Depois de três títulos europeus consecutivos com o Ajax, o génio que, entre outras coisas, deu fama ao número 14, mudou-se para Barcelona, onde o cruijffismo ainda hoje é uma religião.

Na seleção, a derrota na final do Mundial de 1974 para a Alemanha impediu essa laranja mecânica de ter o reconhecimento oficial (em troféus) que merecia, mas deixou-a para sempre no coração dos adeptos mais românticos.

Avançado argentino
1960 -
Troféus e proezas
1 título de campeão mundial pela Argentina (1986), melhor jogador do Mundial de 1986, 1 título mundial de sub-20 (1979), melhor jogador do mundial de sub-20, 2 títulos de campeão italiano com o Nápoles, Jogador do Século XX para a FIFA [voto dos internautas], melhor golo do século XX para a FIFA (voto dos internautas), fez 680 jogos e 346 golos oficiais, entre 1976 e 1998.

Se Pelé foi o rei, Maradona foi deus para os seus fiéis seguidores. Na realidade, foi "D10"s" (uma fusão de deus com o dez que sempre usou na camisola) e diabo do futebol mundial nas décadas de 1980 e 1990, génio tão excessivo no relvado como fora dele.

Com a bola colada ao seu pé esquerdo, Diego Armando Maradona (também ele ganhou este direito a ver o nome completo nos jornais) era capaz de conquistar o mundo. E conquistou-o, carregando na sua canhota (e, vá, numa mão que ele tornou divina) todos os sonhos argentinos até à vitória no Mundial de 1986, tal como carregou também todos os sonhos napolitanos contra os ricos do norte de Itália nos dois scudetti improváveis que venceu com a camisola do Nápoles.

Maradona caiu apenas perante si próprio e os seus demónios. Tudo nele foi (é) excessivo. As drogas acabaram por cortar uma das mais belas histórias que os relvados do futebol conheceram, com um par de controlos antidoping positivos (um deles em pleno Mundial 1994) a precipitarem o final de carreira de "El Pibe", o génio puro capaz de driblar meia seleção inglesa para marcar o "golo do século", nesse Mundial de 86, com a mesma facilidade com que encantava as bancadas simplesmente a dar infindáveis toques sucessivos numa pastilha elástica no aquecimento para um jogo.

O craque que escolheu viver sempre no fio da navalha.

Médio francês
1972-
Troféus e proezas
1 título de campeão mundial pela França (1998), 1 título de campeão europeu de seleções (2000), melhor jogador do Mundial de 2006, 1 Liga dos Campeões com o Real Madrid, 2 Taças Intercontinentais, 2 títulos de campeão italiano com a Juventus, 1 título de campeão espanhol com o Real Madrid, 3 Bolas de Ouro da FIFA, fez 797 jogos e 156 golos oficiais, entre 1988 e 2006.

O Salgueiros teve o "privilégio" de lhe apadrinhar a estreia europeia, numa eliminatória da Taça UEFA em 1991. Quem viu um então menino e moço Zinedine a jogar no Estádio do Bessa pela equipa do Cannes pode até ter detetado ali algum talento, mas certamente não adivinharia estar perante um dos nomes que iriam marcar o futebol mundial.

Zidane, que se despediu do palco internacional com essa cabeçada icónica em cheio no peito do italiano Materazzi, em plena final do Mundial 2006, foi tudo o contrário dessa sua última imagem em campo. Símbolo da elegância e do bom gosto com a bola nos pés, um maestro capaz de amansar a bola como quem acaricia um filho (as suas receções ficaram lendárias) ou de girar sobre o adversário com a leveza de um passo de ballet.

Tudo isso sem lhe retirar o instinto fatal para decidir, como naquele volei de pé esquerdo na final da Champions que ganhou com o Real Madrid, em 2002, ou nos cabeceamentos imparáveis com que derrotou o Brasil na final do Mundial de 1998, pela França.

Avançado argentino
1987-
Troféus e proezas
1 título mundial sub-20 pela Argentina (2005), 1 título olímpico pela Argentina (2008), 4 Ligas dos Campeões pelo Barcelona, 3 títulos mundiais de clubes, 10 Ligas espanholas, 6 troféus The Best da FIFA, 6 Botas de Ouro Europeias, fez 869 jogos e 704 golos oficiais, desde 2004.

O final desta história ainda não está contado, é uma obra em aberto. Mas nada do que possa ainda suceder na carreira de Lionel Messi vai mudar este dado adquirido: tal como acontece com Cristiano Ronaldo, o argentino é já, de pleno direito, um dos nomes maiores da história do futebol.

E isso, ao contrário das estéreis discussões sobre quem é o melhor da atualidade ou o maior de sempre, nem sequer é subjetivo. Os números (de Messi, como de CR7) fazem o favor de ser objetivamente esclarecedores: seis prémios The Best, seis Botas de Ouro, mais de 700 golos, quatro Ligas dos Campeões, enfim... feitos incríveis que se tornaram banais aos pés dos dois gigantes deste futebol de início de século XXI.

Messi e Ronaldo (e é quase impossível "separá-los") transferiram para um mesmo tempo a discussão que Maradona e Pelé tiveram em tempos diferentes. E Messi representa naturalmente a evolução do seu compatriota. Tal como em Maradona, é a genialidade pura com uma bola colada ao pé esquerdo que impressiona no craque formado na Catalunha. Mais do que qualquer dos seus números arrebatadores. Em duas épocas como profissional, de resto, Messi já parecia ter plasmado todas as grandes obras de arte de Diego num relvado.

Ao contrário de "El Pibe", no entanto, os excessos de Messi parecem limitar-se à relação com a bola no relvado. Ao contrário de Maradona, também, falta-lhe carregar a Argentina para um título mundial. E sobram-lhe agora problemas para resolver em Barcelona. Independentemente dos capítulos finais, no entanto, Messi já não será nunca apagado desta história.

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