As três principais bolsas de valores chinesas começaram a sessão de hoje a subir, apesar dos Estados Unidos terem elevado para 125% as tarifas sobre os produtos importados da China.
O índice de referência da bolsa de Hong Kong, o Hang Seng, chegou a ganhar 4,38% nos primeiros minutos de negociação e estava ainda a subir 3,45% às 10:35 (03:35 em Lisboa).
O Hang Seng sofreu uma queda de 13,2% na segunda-feira, por receio de uma recessão global provocada pelas tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo, embora tenha fechado em alta nos últimos dois dias.
Na bolsa da cidade vizinha, Shenzhen, o índice de referência chegou hoje a subir 3,43%, enquanto o índice da bolsa da capital financeira da China, Xangai, atingiu uma alta de 1,64%.
Os índices das bolsas de Shenzhen e Xangai tinham caído 9,66% e 7,34% respetivamente, na segunda-feira.
Desde então, conseguiram recuperar parcialmente, graças ao apoio ao mercado anunciado por investidores estatais e aos planos de compra de ações levados a cabo por grandes empresas chinesas.
Mas a recuperação mais acentuada aconteceu no índice de referência da bolsa de Taipé, o Taiex. O índice, que tem uma forte componente tecnológica, abriu com ganhos recorde de 9,27%.
As principais empresas tecnológicas da ilha tiveram fortes ganhos durante as fases iniciais da sessão, com a TSMC, a MediaTek, a Delta Electronics e a Foxconn a atingirem o limite diário de subida, 10%.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump anunciou na quarta-feira uma suspensão de 90 dias daquilo a que chamou de "tarifas recíprocas", exceto para a China, país a que impôs tarifas totais de 125%.
Isto horas depois de Pequim ter anunciado uma taxa adicional de retaliação de 50% sobre as importações oriundas dos Estados Unidos, a juntar às tarifas de 34% anteriormente anunciadas, atingindo um total de 84%.
Além deste aumento das taxas, que entram em vigor hoje, a China acrescentou várias empresas norte-americanas às listas de controlo de exportações.
A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo aumentou rapidamente, no meio da elevada volatilidade do mercado e dos crescentes apelos internacionais à moderação.
A China insistiu que não quer uma guerra comercial, mas que "não tem medo de a enfrentar, se for necessário".
Lusa
As autoridades de Hong Kong acusaram os Estados Unidos de 'bullying' após Washington ter elevado para 125% as tarifas sobre os produtos importados tanto da região semiautónoma chinesa como da China continental.
Num comunicado divulgado na quarta-feira à noite, um porta-voz do Governo de Hong Kong disse que as medidas anunciadas horas antes pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, "são 'bullying' e irracionais".
As autoridades manifestaram "forte desaprovação e descontentamento" não só com a subida das tarifas, mas também com o fim da isenção de taxas alfandegárias para pequenos pacotes enviados por correio, que entrará em vigor em 2 de maio.
"Para enviar artigos para os Estados Unidos, o público em Hong Kong deve estar preparado para pagar taxas exorbitantes devido aos atos irracionais e intimidantes" de Washington, lamentou o Governo da cidade.
Lusa
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan disse hoje que a suspensão temporária das chamadas “tarifas recíprocas” anunciada pelo Presidente dos Estados Unidos vai permitir conversações “detalhadas e aprofundadas” sobre as relações comerciais entre Taipé e Washington.
“Com os 90 dias adicionais, temos agora mais tempo para conduzir discussões detalhadas e aprofundadas sobre a cooperação económica e comercial entre Taiwan e os Estados Unidos”, disse Lin Chia-lung, citado pela agência de notícias taiwanesa CNA.
O responsável sublinhou ainda a importância de as negociações se basearem nos princípios da “reciprocidade e da justiça” e salientou que, com a nova política comercial de Trump, as relações entre Taipé e Washington “poderão aprofundar-se ainda mais”.
“Os EUA tomaram nota da mensagem de Taiwan e responderam, e os pormenores e métodos das negociações serão desenvolvidos através dos mecanismos bilaterais existentes”, disse Lin.
O ministro dos Assuntos Económicos de Taiwan, Kuo Jyh-huei, confirmou que o apoio às pequenas e médias empresas da ilha vai continuar, apesar da suspensão temporária das “tarifas recíprocas”.
Lusa
A moeda chinesa, o yuan, desvalorizou para os níveis mais baixos desde 2007, face ao dólar norte-americano, numa altura de agravamento das tensões comerciais entre Pequim e Washington.
O yuan negociado no mercado chinês (‘onshore’) enfraqueceu no início da sessão de hoje para 7,351 por cada unidade de dólar, o valor mais baixo em quase 18 anos.
O Banco Popular da China, que gere a moeda através da fixação da taxa diária em torno da qual esta pode ser transacionada, estabeleceu essa taxa em 7,209 yuan por dólar.
O yuan negociado nos mercados internacionais (‘offshore’), que é transacionado livremente, caiu para 7,429 por cada dólar norte-americano, durante as negociações de quarta-feira.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, advertiu no mesmo dia a China contra uma desvalorização da moeda.
Lusa
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, saudou esta quinta-feira o anúncio do presidente norte-americano, Donald Trump, de suspender temporariamente as novas tarifas recíprocas como as aplicadas à União Europeia (UE), esperando a estabilização da economia mundial.
“Congratulo-me com o anúncio do Presidente Trump de suspender as tarifas recíprocas. Trata-se de um passo importante para estabilizar a economia mundial. Condições claras e previsíveis são essenciais para o funcionamento do comércio e das cadeias de abastecimento”, reagiu a líder do executivo comunitário numa declaração hoje publicada.
Para a presidente da instituição que detém a competência da política comercial da UE, “as tarifas são impostos que só prejudicam as empresas e os consumidores”, pelo que Bruxelas “continua empenhada em negociações construtivas” com Washington, tendo já proposto, sem sucesso, um acordo pautal zero entre a União Europeia e os Estados Unidos.
A ambição é, de acordo com Ursula von der Leyen, conseguir trocas comerciais “sem atritos e mutuamente benéficas”.
A reação surge depois de, na quarta-feira, Donald Trump ter anunciado a suspensão por 90 dias da aplicação das novas taxas aduaneiras a mais de 75 países, enquanto decorrem negociações comerciais, nomeadamente à UE.
Lusa
I welcome President Trump’s announcement to pause reciprocal tariffs. It’s an important step towards stabilizing the global economy.
— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) April 10, 2025
Clear, predictable conditions are essential for trade and supply chains to function.
Tariffs are taxes that only hurt businesses and consumers.…
A bolsa de Lisboa abriu hoje em terreno positivo, com o índice PSI (Portuguese Stock Index) a subir 5,31%, para os 6.586,07 pontos.
Na quarta-feira, a bolsa de Lisboa tinha encerrado em queda, com o índice PSI a perder 2,85% para 6.253,96 pontos.
Catorze cotadas fecharam no ‘vermelho’, destacando-se a Galp a baixar 5,98%.
Lusa
Friedrich Merz, chanceler eleito da Alemanha, afirmou que o anúncio do presidente norte-americano, Donald Trump, de suspender temporariamente as novas tarifas recíprocas, mostra que uma resposta unida da União Europeia tem efeito positivo.
“Os europeus estão determinados a defender-se e este exemplo mostra que a unidade ajuda acima de tudo”, afirmou Merz, citado pela imprensa internacional.
Trump anunciou a suspensão por 90 dias da imposição de novas taxas aduaneiras a mais de 75 países, enquanto decorrem negociações comerciais, nomeadamente à UE.
“Pressionar, ameaçar e extorquir a China não é a forma correta de lidar connosco”, afirmou, esta quinta-feira, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.
Lian Jian, em conferência de imprensa, foi questionado sobre o facto de o presidente dos EUA ter afirmado que estava à espera de uma chamada da China para iniciar conversações comerciais. “Se os EUA querem dialogar, devem mostrar uma atitude de igualdade, respeito e benefício mútuo", reagiu o responsável chinês.
Os EUA estão a utilizar as tarifas como uma “arma para exercer a máxima pressão” e “procurar ganhos egoístas", defendeu Lian Jian.
Sobre a retaliação de 84% de taxas aduaneiras impostas por Pequim, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China disse que o objetivo é proteger a soberania chinesa, a justiça internacional e os interesses comuns da comunidade internacional, segundo a Sky News.
A China garantiu que vai continuar a responder aos EUA "até ao fim", caso a administração norte-americana mantenha a guerra comercial.
Um dia depois de subir as tarifas da China para 125% e de suspender taxas aduaneiras a mais de 75 países, o presidente dos EUA fez esta quinta-feira um curto comentário nas redes sociais.
"Que dia! Mas vêm aí mais dias fantásticos!!!", escreveu Donald Trump na Truth Social.
As principais bolsas europeias abriram esta quinta-feira em alta, contagiadas pelos ganhos de Wall Street, depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter anunciado que suspende a maior parte das tarifas durante noventa dias.
Pelas 08:45 em Lisboa, o EuroStoxx 600 estava a subir 6,65% para 501,16 pontos.
As bolsas de Londres, Paris e Frankfurt avançavam 5,22%, 5,99% e 7,21%, respetivamente, enquanto as de Madrid e Milão se valorizavam 6,48% e 7,42%.
A bolsa de Lisboa mantinha a tendência da abertura e às 08:45 o principal índice, o PSI, subia 3,24% para 6.456,69 pontos.
Os mercados europeus foram contagiados hoje pela euforia registada na véspera em Wall Street, onde, depois de se saber que Trump estava a recuar na sua guerra comercial, os principais indicadores dispararam.
O Dow Jones terminou a subir 7,87% para 40.608,45 pontos, que compara com o máximo desde que o índice foi criado em 1896, de 45.014,04 pontos, em 4 de dezembro de 2024.
O Nasdaq, índice de cotadas de alta tecnologia, fechou a avançar 12,16% para 17.124,97 pontos, contra o máximo de sempre, de 20.173,89 pontos, verificado em 16 de dezembro de 2024.
A subida do Nasdaq foi a maior desde 2001, no caso do S&P 500, desde 2008, e no caso do Dow Jones, desde 2020, após a pandemia de covid-19.
No entanto, os futuros dos principais indicadores de Wall Street antecipam, a esta hora, uma abertura com quedas entre 0,2%, no caso do Dow Jones, e 1%, no Nasdaq, o que, segundo analistas citados pela Efe, demonstra a forte volatilidade do mercado.
Lusa
Os índices de referência das bolsas de Xangai e Shenzhen avançaram hoje 1,16% e 2,25%, respetivamente, apesar do agravamento da guerra comercial entre Pequim e Washington.
O índice de referência da Bolsa de Valores Xangai subiu 36,83 pontos, para 3.223,64, enquanto o de Shenzhen registou uma subida de 214,75 pontos, para 9.754,6.
Estes mercados mantiveram assim a tendência com que abriram a sessão, ao subirem 1,29% e 2,29%, respetivamente.
O novo aumento das taxas de 34% para 84% sobre os produtos provenientes dos Estados Unidos que chegam à China entrou em vigor hoje ao meio-dia na hora local (05:00, em Lisboa).
Lusa
A bolsa de Lisboa negociava hoje em alta com 14 dos 15 'papeis' do PSI a subirem, liderados pelos da Galp, que avançavam 7,85% para 13,39 euros.
Cerca das 09:00 em Lisboa, o PSI mantinha a tendência da abertura e avançava 3,42% para 6.465,71 pontos, com 14 'papéis' a subir e um a descer de cotação (Jerónimo Martins, -0,96% para 19,54 euros).
Às ações da Galp seguiam-se as da Mota-Engil e do BCP, que subiam ambas mais de 6%, designadamente 6,72% para 3,21 euros e 6,38% para 0,52 euros.
As ações da EDP Renováveis e dos CTT subiam 4,61% para 7,26 euros e para 4,45% para 6,80 euros, enquanto as da Semapa e da Altri se valorizavam 3,92% para 15,41 euros e 3,07% para 6,04 euros.
Mais moderadamente, mas a subirem mais de 2% estavam os 'papéis' da Navigator (+2,99% para 3,20 euros), da Corticeira Amorim (+2,80% para 7,35 euros), da EDP (+2,77% para 2,96 euros) e os da Sonae (+2,20% para 1,02 euros).
As outras três ações que subiam de cotação eram as da NOS, Ibersol e REN, designadamente 1,86% para 4,11 euros, 1,64% para 8,68 euros e 0,37% para 2,68 euros.
Lusa
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, aplaude a pausa de 90 dias na aplicação de tarifas aduaneiras, anunciada pelo presidente norte-americano, Donald Trump.
O chefe do Governo de Espanha classificou esta suspensão como “uma porta para negociações e acordos entre países”.
Sánchez criticou a imposição por parte dos EUA de tarifas “a toda a gente”, referindo-se a esta medida como “uma decisão injustificada e injusta”.
Espanha sempre defendeu e defenderá “um mundo de portas abertas”, assegurando que Madrid vai proteger as empresas e os trabalhadores espanhóis, disse.
“A resposta de Espanha está a ser coordenada com a UE para proteger os nossos exportadores. Nenhuma empresa será prejudicada por esta medida”, garantiu o primeiro-ministro espanhol, citado pelo El País.
A Índia quer aproveitar a decisão do presidente norte-americano de suspender por 90 dias as tarifas recíprocas em mais de 75 países para alcançar rapidamente um acordo comercial com os EUA, avança esta quinta-feira a Reuters, que cita uma fonte.
“A Índia é uma das primeiras nações a iniciar conversações sobre um acordo com os Estados Unidos e a concordar conjuntamente com um prazo para o concluir”, disse a mesma fonte.
De acordo com a Reuters, a Índia e os EUA concordaram em fevereiro trabalhar numa primeira fase de um acordo comercial, que deverá ser concluído no final deste ano
A informação foi avançada por uma fonte da Casa Branca, citada pela agência Efe. Donald Trump anunciou ontem que a sua administração iria negociar com 75 países, sem especificar quais.
A informação chegou ao final do dia, na hora de Lisboa, e ainda a tempo de causar um rally nas bolsas norte-americanas – o S&P 500, o principal índice acionista dos EUA, disparou mais de 9% na reação ao anúncio do presidente Trump: uma trégua de 90 dias nas tarifas impostas aos produtos importados para os EUA, para os países que não retaliaram. A China não estará abrangida mas a UE, que ainda não tinha aplicado as taxas aduaneiras de 25% aprovadas ontem por maiora dos Estados-membros, estará.
Ontem à tarde, Bruxelas anunciou a aprovação de contra-tarifas a vários produtos americanos, como resposta às taxas impostas por Donald Trump ao aço e ao alumínio europeu. Mas a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou desde o início da Guerra Comerical que quaisquer medidas aprovadas pela UE seriam suspensas, mostrasse a Casa Branca vontade para negociar uma “solução justa e equilibrada”.
A UE ainda propôs tarifas zero aos EUA, mas Trump recusou. Agora, com um cenário de maior equilíbrio em cima da mesa, o presidente parece estar disposto a negociar. Ou seja, uma vez que não retaliação ativa, por assim dizer, a pausa de 90 dias aplicar-se-á também à Europa.
A nova informação vem baralhar novamente as contas, em termos europeus e nacionais. Hoje, o Conselho de Ministros reúne com o impacto das taxas aduaneiras na agenda, e antecipavam-se, nos últimos dois dias, que os apoios aos vários setores da economia podiam refletir-se num programa governamental de 2,5 mil milhões, como o DN explicou. Com um cenário de moratória nas taxas, é preciso esperar para ver que decisão vai sair da reunião, e que deve ser comunicada por Luís Montenegro e Pedro Reis durante o dia de hoje.
A UE anunciou esta quinta-feira que vai suspender as suas tarifas de retaliação sobre os EUA durante 90 dias, depois do presidente norte-americano anunciar uma pausa na aplicação das taxas aduaneiras a mais de 75 países.
"Enquanto finalizamos a adoção das contramedidas da UE que receberam um forte apoio dos nossos Estados-membros, vamos colocá-las em espera durante 90 dias", disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
A líder do bloco comunitário avisou: "se as negociações não forem satisfatórias, as nossas contramedidas entrarão em ação".
Von der Leyen disse ainda que vão continuar "os trabalhos preparatórios sobre novas contramedidas". "Como já referi anteriormente, todas as opções permanecem em cima da mesa", reiterou.
We took note of the announcement by President Trump.
— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) April 10, 2025
We want to give negotiations a chance.
While finalising the adoption of the EU countermeasures that saw strong support from our Member States, we will put them on hold for 90 days.
If negotiations are not satisfactory, our…
"Queremos negociar", afirmou, esta quinta-feira, o porta-voz da Comissão Europeia para o Comércio, Olof Gill, referindo-se aos Estados Unidos e às tarifas que a administração de Donald Trump quer implementar e que foram, entretanto, suspensas para dezenas de países, incluindo a UE.
Sem querer revelar, "nesta altura", mais pormenores sobre as negociações com os EUA, Olof Gill afirmou: "Estamos prontos para fazer acordos".
Estas declarações foram proferidas em conferência de imprensa, após ser conhecido que o presidente norte-americano vai suspender por 90 dias a imposição de tarifas a dezenas de países.
"Apreciamos o facto de terem feito esta pausa nas chamadas tarifas recíprocas e nós, por nossa vez, estamos agora a fazer uma pausa nas nossas contramedidas propostas, a fim de termos o máximo de espaço para consultar os nossos Estados-membros, consultar a nossa indústria e negociar com os EUA", disse o porta-voz da Comissão Europeia.
Governador do Banco de Portugal, Mário Centeno considerou esta quarta-feira que as tarifas anunciadas pelos EUA podem ter um "impacto ambíguo nos preços” e falou na possibilidade a uma contração da economia devido à guerra comercial.
"As tarifas são um imposto e são uma barreira à economia que põe de lado desenvolvimento económico global. Nós vamos assistir a uma contração da economia, vamos assistir a uma resposta inicial que é pautada pela ineficiência porque vamos tentar fazer as mesmas coisas com novas restrições e pode ter um impacto ambíguo nos preços”, disse o Centeno em declarações transmitidas pela RTP.
"O mundo que várias gerações de portugueses conhecia mudou", começou por dizer o primeiro-ministro, após reunião do Conselho de Ministros, referindo que "tivemos paz" e crescimento económico" nas últimas décadas.
A crescente instabilidade internacional afetam a economia e a segurança, disse Luís Montenegro,
"O crescimento económico, o emprego e a segurança estão colocados em causa", considerou.
Montenegro diz que não se pode adiar mais o investimento em Defesa e anunciou que Portugal vai antecipar a meta de 2% prevista até 2029, sem colocar em causa o estado social e a estabilidade das contas públicas.
Primeiro-ministro quer transformar esta necessidade de investir em Defesa em "oportunidade".
Luís Montenegro afirmou que "Portugal saúda a pausa de 90 dias". "Este não é um tempo para declarações precipitadas e irrefletidas", disse.
O Governo aprovou um pacote de medidas no valor de 10 mil milhões de euros, anunciou o primeiro-ministro, após reunião do Conselho de Ministros.
O ministro da Economia, Pedro Reis, explicou depois que algumas medidas do Programa Reforçar arrancam já em maio e junho e que “quase todas” estarão no terreno no próximo trimestre.
Em conferência de imprensa, a seguir ao Conselho de Ministros de hoje, o governante apresentou este programa, de mais de 10 mil milhões de euros, destinado às empresas de base exportadora em Portugal.
“Há medidas que irão ser colocadas no terreno entre maio e junho, mas quase todas elas no próximo trimestre”, indicou.
O Governo lançou quatro medidas para o apoio rápido às empresas exportadoras, face às tarifas lançadas pelos EUA, que passam por linhas de crédito, seguros de crédito e a expansão de apoios à internacionalização.
Pedro Reis, ministro da Economia, apresentou alguns detalhes do Programa Reforçar, "que vai colocar na economia portuguesa 10 mil milhões de euros" em linhas de "apoio ao investimento, à competitividade, à exportação e à internacionalização".
Ministro disse que Programa Reforçar vai "acelerar todo o programa desenhado de cerca dois mil milhões de euros" que o Governo vai "compactar nos próximos meses".
Verbas - 2,6 mil milhões de euros - para as áreas da inovação produtiva, na formação de trabalhadores, na abertura de novos mercados, da reindustrialização, entre outros, vão ser antecipados, de modo a que as empresas possam beneficiar delas nos próximos meses, disse Pedro Reis, tendo em conta a conjuntura internacional.
Estes apoios não fazem parte do programa novo mas tem a novidade do calendário, disse o governante.
Ministro da Economia falou em dois eixos na conceção deste novo Programa Reforçar, pensado pelo Governo: "responder e mitigar, de certa maneira, a competitividade que se perde devido as taxas alfandegarias", anunciadas pelos EUA, "e que podem ter repercussão noutros mercados".
"É fundamental reforçar alguma dessa competividade através de custos de financiamento mais baixos para as empresas para que se possam capacitar e investir tecnologicamente para proteger as usar margens, protegendo trabalhadores e carteiras de clientes", argumentou.
Ministro da Economia falou depois de apoio a internacionalização para "compensar parte dos mercados que podem perder com os EUA".
Pedro Reis falou em quatro linhas mestras num "programa que tem a dimensão global de 10 mil milhões de euros".
O primeiro eixo tem a ver com uma linha do Banco Português do Fomento, "que vai reforçar o que funcionou bem" – 2600 milhões em termos de garantias, que "permite as empresas financiarem-se de forma competitiva para que possam investir ou reforçar o fundo de maneio".
Esta linha de cerca 5 mil milhões euros vai ser colocada de forma "dinâmica e fácil" para as empresas se candidatarem, "porque foi construída em cima de programas automáticos"
Pedro Reis referiu ainda um "nova linha de 3500 milhões de euros" para investimento a 4 e a 12 anos, com período de carência, e que tem a novidade de parte dela poder ser convertida em fundo perdido e subvenções".
Disse que uma parte deste financiamento "pode ser convertido em fundo perdido, ou seja balanço da empresa".
Num terceiro eixo, referente a seguros de crédito, o ministro disse que durante muitos anos as empresas e associações apelaram a que algum governo reforçasse os seguros de crédito, para avançarem na internacionalização sem medo. "E é isso que queremos fazer". "O BPF e o Ministério da Economia vai reforçar o plafond na ordem dos 1200 milhões de euros".
Afirmou que esses seguros de crédito não abrangem só os mercados emergentes, mas também mercados mais tradicionais. "O que ouvimos nas empresas e associações é que muita da compensação da perda do mercado EUA pode passar por mercados europeus ou asiáticos" e outros mais tradicionais, disse.
"Outro aspeto é o facto de irmos bonificar as apólices e prémios destes seguros. Estamos, no fundo, a democratizar acessos a estes seguros", considerou. São "soluções dirigidas, acima de tudo, às nossas PME exportadoras".
Por fim, o quarto vetor do Programa Reforçar é o aumento dos projetos de apoio à internacionalização. "Reforços nos programas de ações individuais e coletivas, que permitem às empresas irem a mais feiras rapidamente. Irem a canais digitais eletrônicos. As nossas empresas sabem que é o que pode fazer a diferença", conclui o ministro.
"Este programa pode ter a vantagem de proteger o investimento e blindar a nossa competitividade. A beleza deste modelo é que é suportado em cima de garantias do Banco de Fomento, que ativa reforços em cima de capital já disponível;", disse.
Referiu que "as bonificações dos seguros de crédito são feitas num seguro onde a sinistralidade é relativamente reduzida" e "as subvenções a fundo perdido estão circunscritas a um limite de 400 milhões".
"Num tempo em que o mundo precisa é de pontes, de investimento e não de tarifas, com certeza" que não vamos "colaborar num registo que só nos afasta". "As nossas empresas precisam de reatar relações e não encontrar pontos de discórdia", defendeu.
"Claro que esta decisão da administração americana não é boa para a economia. Mas não é claro ainda o que vai ficar quando isto estabilizar. E daí também alguma ponderação que fizemos na calibração desta resposta e na intensidade deste programa", afirmou o ministro da Economia.
Defendeu a necessidade de "uma linha de negociação" e de "abrir mais mercados". "Estamos completamente de acordo com aquilo que é a politica europeia", indicou.
Os presidentes da Confederação dos Agricultores de Portugal e da Confederação Empresarial de Portugal avisam que a Europa não deve estar "a reboque dos humores de Washington" relativamente às políticas de diversidade nem devem ser os EUA a definirem "regras".
"Não devem ser os Estados Unidos a determinar as regras na Europa", afirmou o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), lembrando que a "Europa tem, na sua história, civilizações milenares".
"Já existíamos quando outros ainda não o eram. E, por isso, não faz sentido que alinhemos sempre pelo diapasão daquilo que impõe a administração norte-americana", acrescentou Armindo Monteiro, quando questionado sobre as cartas que têm sido enviadas a empresas em Portugal a indicar para abandonarem as políticas de diversidade.
A confirmação sobre a existência destas cartas foi dada pela Embaixada dos Estados Unidos, em Lisboa, ao ECO.
Também o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) quis "reforçar" esta posição, referindo que "tem que ser a Europa a definir a sua política" e a não ir "a reboque dos humores de Washington".
Não obstante, Álvaro Mendonça e Moura sublinha que isso pressupõe que "a Europa aumente a sua autonomia estratégica", nomeadamente no que toca à "soberania alimentar".
"Há aqui uma importância acrescida de se olhar para tudo o que é o agroalimentar", indicou, sublinhando que o objetivo é que "sejam quais forem os humores de outras partes do mundo ou as guerras que existam" seja possível assegurar os "alimentos necessários".
Lusa
Os Estados Unidos voltaram a subir as tarifas sobre os produtos chineses, agora para 145%, confirmou um funcionário da Casa Branca à CNBC.
Na véspera, Donald Trump já havia anunciado uma subida de 84% para 125%.
A esta tarifa se soma uma outra tarifa de 20% relacionada ao fentanil, que o presidente norte-americano havia imposto anteriormente à China.
O Presidente da República considerou hoje que as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, para responder às tarifas aduaneiras aplicadas pelos Estados Unidos são “prudentes e cuidadosas” e permitem-lhe “marcar alguns pontinhos” em período eleitoral.
“As medidas que foram anunciadas, concertadas com as confederações patronais, são prudentes, não foram rápidas, são cuidadosas porque estão a lidar com um homem que é imprevisível, não é um país que é imprevisível, é um homem que é imprevisível”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa à entrada para a Universidade Fernando Pessoa, no Porto, onde está a dar uma aula.
Na sua opinião, a reação de Portugal, nomeadamente de Luís Montenegro, foi certeira.
“É evidente que ele está a marcar alguns pontinhos e a aproveitar para isso porque é Governo, mas teria sempre de o fazer”, sustentou.
Apesar de insistir que as medidas anunciadas hoje “objetivamente favorecem o Governo”, Marcelo Rebelo de Sousa salientou, contudo, que o executivo tinha “de dar a sua palavra” como fez a União Europeia.
Lusa
A bolsa de Lisboa encerrou hoje em alta, com o índice PSI a subir 2,41% para 6.404,71 pontos e todas as cotadas no ‘verde’, em linha com a restante Europa.
As 15 cotadas que integram o PSI fecharam a subir.
A liderar as subidas ficou o BCP, que ascendeu 5,52% para 0,51 euros.
No resto da Europa, Frankfurt progrediu 4,53%, Madrid 4,32%, Paris 3,83% e Londres 3,04%.