Estados Unidos aplicam tarifas de 104% à China a partir desta quarta-feira
EPA/YURI GRIPAS / POOL

Estados Unidos aplicam tarifas de 104% à China a partir desta quarta-feira

"As guerras comerciais não têm vencedores”, alertou a China, que acusou os EUA de "desestabilizar" as economias mundiais depois de Trump ameaçar aplicar tarifas adicionais de 50% contra Pequim.
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AEP pede redução da carga fiscal e espera celeridade nas medidas do Governo

O presidente da AEP – Associação Empresarial de Portugal pediu ao Governo uma redução da carga fiscal, para melhorar a competitividade das empresas portuguesas face à implementação das tarifas dos EUA e disse que espera celeridade nas medidas de apoio.

Em declarações à Lusa, Luís Miguel Ribeiro disse que a AEP, que hoje se reuniu com o ministro da Economia, Pedro Reis, “apresentou um conjunto de preocupações que foram manifestadas num inquérito” que fez às suas associadas e que “colocam em primeiro lugar” a necessidade de “uma linha reforçada de apoio à internacionalização e às exportações”.

Em segundo, querem um “apoio e um reforço de instrumentos de apoio ao seguro de crédito e ao financiamento, uma linha de financiamento para as exportações” e, em terceiro, “colocam a questão dos recursos humanos, nomeadamente a requalificação e apoio à contratação”.

“Em quarto lugar, que é transversal a tudo isto, uma redução da carga fiscal para que o desafio da competitividade não seja ainda maior, porque de facto Portugal tendo uma carga fiscal superior a outros países tem sempre esta dificuldade acrescida”, destacou.

Segundo o dirigente associativo, o ministro deu nota de que “a estratégia da União Europeia vai ser em primeiro lugar e sempre negociar, não retaliar”.

Além disso, indicou, o governante referiu que “o compromisso é acelerar as medidas que já estavam no programa ‘Acelerar a Economia’ e que um novo pacote que irá ser colocado à disposição das empresas”, disse, esperando que seja “com muita celeridade”.

O presidente da AEP indicou medidas como garantias do Banco de Fomento e o reforço e uma bonificação do 'plafond' de seguros de crédito, para “exportar, procurar novos mercados, diversificar mercados”, bem como um “reforço da intensificação e da agilização da utilização das linhas do Portugal 2030 para apoio à internacionalização”.

Para Luís Miguel Ribeiro há um alinhamento das preocupações das empresas com o Governo, indicando que o ministro garantiu que “isto seria uma prioridade e que seria tratado como tal, e que a palavra-chave naquilo que ia ser a atuação do Ministério da Economia seria ‘acelerar’”.

EUA consideram restrição de Angola a importações de carne "prática comercial desleal"

O Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR) classificou como "práticas comerciais desleais" as restrições anunciadas por Angola a importações de carne bovina, suína e de aves, justificando a imposição de tarifas ao país africano.

Numa publicação feita na segunda-feira na plataforma X, a agência norte-americana responsável por desenvolver e promover as políticas de comércio exterior dos Estados Unidos (EUA) destacou "10 práticas comerciais desleais" de vários países e que estão a ser enfrentadas pelos exportadores norte-americanos, incluindo o caso de Angola.

"Angola anunciou recentemente que restringirá as licenças de importação de produtos de carne bovina, suína e de aves a partir de 31 de julho de 2025. Em 2024, as exportações de aves dos EUA para Angola foram avaliadas em 136 milhões de dólares (124,17 milhões de euros)", enquadrou o USTR.

"Angola é o 9.º maior mercado para exportações de aves dos EUA no mundo e o maior mercado para aves dos EUA no continente africano. Estas novas restrições comerciais terão um impacto significativo nos agricultores e criadores de gado americanos", avaliou a agência federal.

EUA aplicam tarifas de 104% à China a partir desta quarta-feira

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou esta terça-feira à Fox Business que as tarifas de 104% dos Estados Unidos contra a China começarão a ser cobradas a partir desta quarta-feira.

A medida vai entrar em vigor após Pequim não desistir da retaliação aos Estados Unidos dentro do prazo estabelecido por Donald Trump, que era até às 13h desta terça-feira.

Maioria das associadas da AIP espera redução da faturação até 35%

A maioria das empresas associadas da Associação Industrial Portuguesa (AIP) com relações comerciais com os EUA espera uma descida da faturação entre os 20% e 35% nos próximos meses e já está a sentir uma redução das encomendas, adiantou.

De acordo com os resultados de um inquérito, levado a cabo pela AIP e enviado ao Ministério da Economia, a que a Lusa teve acesso, “já se assiste a uma redução da procura com cancelamento e suspensão de encomendas” devido às tarifas do Presidente Donald Trump.

Assim, para 14% das inquiridas, a previsão de redução da faturação nos próximos meses oscila entre os 10% e 20%. Já 58% das sociedades apontam para uma diminuição entre 20% e 35%, com 28% das empresas a acreditarem que a queda poderá ser superior a 50%.

As empresas estão preocupadas com as “implicações geopolíticas decorrentes das guerras comerciais”, e acreditam que um “plano de resposta governamental deve centrar-se nas empresas cujos produtos serão mais afetados pela política aduaneira dos EUA e não generalizado a todo o setor”.

As empresas querem “alinhar e concertar as posições de Portugal com as decisões dos Estados-membros da UE, no âmbito das políticas comercial comum, as negociações bilaterais com os EUA”, defendendo que “devem ser adotadas medidas de negociação, deixando para segunda fase e, caso necessário, as de retaliação, evitando a fragmentação dos mercados, ou se existirem, devem centrar-se no setor dos serviços tecnológicos”.

Segundo a AIP, responderam ao inquérito os setores têxtil e vestuário (27%), cerâmica e vidro (26%), metalomecânica (14%), máquinas e equipamentos (14%), bebidas (14%) e outros (5%).

A AIP indicou que os setores mais afetados serão a indústria química, produtos minerais, máquinas, têxteis, plásticos e agroalimentar.

“É de realçar que dentro destes setores há produtos mais diretamente atingidos que outros”, indicou.

Segundo a AIP, “a estrutura das exportações de bens para os EUA em 2024” foi liderada pela indústria química (inclui farmacêutica), com 24,9%, seguida dos produtos minerais (20,4%), máquinas e aparelhos elétricos (10%), têxteis (8,2%), plástico e borracha (8%), metalúrgica e metalomecânica (5,8%) e madeira (3,9%).

“Os produtos minerais (inclui produtos petrolíferos) tiveram uma quebra homóloga na exportação de 57,6% e a metalomecânica (máquinas e aparelhos) 43,7%”, indicou.

Comissário europeu da Energia coloca hipótese de comprar mais gás aos EUA

O comissário europeu de Energia, Dan Jørgensen, colocou a hipótese de a União Europeia importar mais gás dos EUA, como sugeriu Donald Trump para reduzir as tarifas.

Questionado sobre se a UE irá comprar mais gás aos EUA no futuro, depois de Trump ter dito que poderia baixar as tarifas se a UE comprasse 350 mil milhões de dólares (cerca de 319,5 mil milhões de euros) em energia aos EUA, Jørgensen disse que “é claramente uma possibilidade”.

O comissário ressalvou, porém, que a UE não quer criar novas dependências e favoreceu a autossuficiência e a diversificação.

“Não queremos estar nas mãos de ninguém que nos possa fechar o acesso à energia (...), não queremos continuar a estar numa situação de dependência como essa”, disse Jørgensen em relação às importações de gás russo pela UE antes da invasão da Ucrânia, durante o fórum Energy Summit 2025, realizado em Bruxelas.

O social-democrata dinamarquês acrescentou que a primeira coisa que a UE deve fazer é reduzir a dependência dos combustíveis fósseis através de um sistema de produção baseado na eletrificação e nas energias renováveis, bem como na melhoria da eficiência energética e das redes, o que poderia poupar à UE até 50 mil milhões de euros por ano.

“Mas, nos próximos anos, continuaremos a precisar de combustíveis fósseis e de gás, pelo que temos de diversificar”, acrescentou.

Jørgensen sublinhou que a UE deve estar “grata, especialmente à Noruega, aos EUA e ao Qatar, pelo fornecimento de gás à UE desde que a Rússia invadiu a Ucrânia”.

“Se não o tivessem feito nos últimos dois anos, não teríamos conseguido reduzir tanto a dependência”, disse o comissário, que recordou que as importações de gás russo pela UE caíram de 45% para cerca de 13%, embora tenha sublinhado que é preciso fazer mais.

Elon Musk chama "idiota" a conselheiro sénior de Trump

Elon Musk apelidou de "idiota" o conselheiro sénior de Donald Trump, Peter Navarro, em mais um sinal de divisões no governo dos Estados Unidos.

Navarro havia afirmado, em entrevista à CNBC, que, quando se trata de tarifas e comércio, Musk é um "montador de automóveis", não um "fabricante". "Musk quer peças estrangeiras baratas, mas nós queremo-las em casa", frisou.

Estes comentário irritaram o dono da Tesla, Space X e X, que reagiu através da sua rede social.

BCE admite que Europa está numa encruzilhada e deve responder com prudência e sensatez

O vice-presidente do Banco Central Europeu, Luis de Guindos, disse hoje que a Europa está numa encruzilhada e deve responder às tarifas dos EUA de forma “lógica, prudente e sensata” porque é preciso evitar uma escalada na ofensiva comercial.

Apesar da incerteza atual e da reação dos mercados com quedas acentuadas, De Guindos mostra-se otimista e defende que esta é uma chamada de atenção para que a Europa seja “mais autónoma e independente” nos domínios da energia, da defesa e da economia.

Na sua opinião, é necessário tentar negociar com os Estados Unidos, “com a cabeça fria" e sem que a Europa se deixe "abater”, mas mostrando a sua força e a vontade de negociar, explicou durante o seu discurso na assembleia da Associação Espanhola de Bancos (AEB).

Defendeu também que a Europa deve concluir a integração dos mercados de bens e serviços, que limita a produtividade, bem como a união dos mercados de capitais e a união bancária.

E “o mais importante”, insistiu, é atuar em conjunto. “Se a Europa estiver dividida, será mais complicado”, avisou.

Para já, refletiu, a resposta da Europa às medidas do Presidente dos EUA, Donald Trump, tem sido “prudente, cautelosa” e, na sua opinião, “inteligente”, mas avisou que a não integração dos mercados de bens e serviços coloca a Europa em desvantagem.

Guindos lamentou que não tenha havido uma discussão sobre o mercado de trabalho e sobre uma regulamentação laboral comum, algo que considera útil.

O vice-presidente do BCE recordou que é em tempos de incerteza que a Europa costuma tomar as decisões corretas e espera que nesta ocasião aconteça o mesmo. Caso contrário, “perderemos a oportunidade”, alertou.

O responsável do BCE destacou os elevados níveis de capital e de liquidez dos bancos espanhóis e europeus, para que o financiamento continue a chegar à economia produtiva.

“Não há nada como ter um banco solvente e líquido em momentos de preocupação”, elogiou, embora isso não tenha evitado grandes quedas no mercado bolsista.

"Não houve uma situação de pânico", enfatizou Guindos, que afirmou que, daqui para frente, o que parece preocupar os mercados é a possibilidade de uma segunda rodada de tarifas que levaria a uma guerra comercial.

O vice-presidente do Banco Central Europeu, Luis de Guindos, disse hoje que a Europa está numa encruzilhada e deve responder às tarifas dos EUA de forma “lógica, prudente e sensata” porque é preciso evitar uma escalada na ofensiva comercial.

Apesar da incerteza atual e da reação dos mercados com quedas acentuadas, De Guindos mostra-se otimista e defende que esta é uma chamada de atenção para que a Europa seja “mais autónoma e independente” nos domínios da energia, da defesa e da economia.

Na sua opinião, é necessário tentar negociar com os Estados Unidos, “com a cabeça fria" e sem que a Europa se deixe "abater”, mas mostrando a sua força e a vontade de negociar, explicou durante o seu discurso na assembleia da Associação Espanhola de Bancos (AEB).

Defendeu também que a Europa deve concluir a integração dos mercados de bens e serviços, que limita a produtividade, bem como a união dos mercados de capitais e a união bancária.

E “o mais importante”, insistiu, é atuar em conjunto. “Se a Europa estiver dividida, será mais complicado”, avisou.

Para já, refletiu, a resposta da Europa às medidas do Presidente dos EUA, Donald Trump, tem sido “prudente, cautelosa” e, na sua opinião, “inteligente”, mas avisou que a não integração dos mercados de bens e serviços coloca a Europa em desvantagem.

Guindos lamentou que não tenha havido uma discussão sobre o mercado de trabalho e sobre uma regulamentação laboral comum, algo que considera útil.

O vice-presidente do BCE recordou que é em tempos de incerteza que a Europa costuma tomar as decisões corretas e espera que nesta ocasião aconteça o mesmo. Caso contrário, “perderemos a oportunidade”, alertou.

O responsável do BCE destacou os elevados níveis de capital e de liquidez dos bancos espanhóis e europeus, para que o financiamento continue a chegar à economia produtiva.

“Não há nada como ter um banco solvente e líquido em momentos de preocupação”, elogiou, embora isso não tenha evitado grandes quedas no mercado bolsista.

"Não houve uma situação de pânico", enfatizou Guindos, que afirmou que, daqui para frente, o que parece preocupar os mercados é a possibilidade de uma segunda rodada de tarifas que levaria a uma guerra comercial.

LUSA

UE pode apresentar resposta aos EUA no início da próxima semana

A União Europeia (UE) espera apresentar a resposta às tarifas de 20% impostas pelos Estados Unidos da América (EUA) “no início da próxima semana”, anunciou hoje a Comissão Europeia.

“A minha expectativa é de que seja no início da próxima semana”, disse o porta-voz do executivo comunitário para a Segurança Económica e o Comércio, Olof Gill, em conferência de imprensa, em Bruxelas, onde está sediada a Comissão Europeia.

Setor automóvel da União Europeia defende solução negociada com EUA

Representantes da indústria automóvel na União Europeia (UE) defenderam hoje junto da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, uma solução negociada com os Estados Unidos para a redução das taxas alfandegárias às importações de produtos europeus.

Segundo informação divulgada pelo executivo comunitário sobre o encontro de alto nível, em que participaram, entre outros, representantes dos grupos BMW, Volvo e Volkswagen, os empresários defenderam a redução dos direitos aduaneiros de ambos os lados como parte de uma solução negociada.

A indústria automóvel da UE manifestou também uma "grande preocupação com as implicações mais amplas das tarifas dos EUA, em particular com o risco de desvio de comércio”.

O setor salientou ainda que a incerteza causada por estas medidas anunciadas pela Casa Branca - e que atingem os 25% para o setor automóvel – inclui as cadeias de abastecimento integradas em ambos os lados do Atlântico, que são fundamentais para os atuais modelos empresariais.

Lusa

Ministro húngaro culpa UE por não se ter preparado para negociar com Trump

Péter Szijjártó, ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria, deu hoje uma entrevista à Bloomberg TV durante a qual culpou a Comissão Europeia por não se ter preparado para negociar as medidas de Trump e por pretender retaliar.

Nesse sentido, disse que a Hungria tinha uma "proposta concreta" para as negociações com os EUA com foco na indústria automóvel para diminuir as tarifas da UE sobre as importações de automóveis para conseguir alguma boa vontade por parte de Trump. "Estes tempos desafiantes mostram muito claramente que as instituições em Bruxelas não são capazes de liderar", disse Szijjártó.

Presidente da Comissão Europeia fala com a China sobre a necessidade de evitar "nova escalada"

Numa conversa telefónica, revelada esta terça-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, falou com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, sobre “a responsabilidade da Europa e da China (...) de apoiar um sistema comercial reformado e forte” e de promover “uma solução negociada” perante a instabilidade que se verifica no comércio internacional, na sequência da imposição de tarifas pelos EUA.

Em comunicado, a Comissão Europeia falou numa conversa “construtiva”. “Em resposta à perturbação generalizada causada pelos direitos aduaneiros dos EUA, a Presidente von der Leyen sublinhou a responsabilidade da Europa e da China, enquanto dois dos maiores mercados do mundo, em apoiar um sistema comercial reformado, livre, justo e baseado em condições equitativas”, lê-se na nota.

A presidente do executivo comunitário "apelou a uma resolução negociada da situação atual, sublinhando a necessidade de evitar uma nova escalada”.

Na conversa telefónica, foi ainda abordado o "papel fundamental da China na resolução de eventuais desvios comerciais causados pelos direitos aduaneiros, especialmente em sectores ‘já afetados pelo excesso de capacidade global’.

“Os líderes discutiram a criação de um mecanismo para acompanhar possíveis desvios de comércio e garantir que quaisquer desenvolvimentos sejam devidamente abordados”, segundo o comunicado da Comissão Europeia.

Bolsas europeias em alta esperançadas nas negociações das tarifas

As principais bolsas europeias abriram hoje em alta, após três sessões consecutivas de quedas, um fôlego frágil suportado pela esperança de negociações sobre as tarifas de Donald Trump.

Às 08h35 em Lisboa, o EuroStoxx 600 estava a avançar 1,02% para 478,85 pontos.

As bolsas de Londres, Paris e Frankfurt subiam 1,32%, 1,87% e 0,90%, respetivamente, enquanto as de Madrid e Milão se valorizavam 0,51% e 1,57%.

A bolsa de Lisboa mantinha a tendência da abertura e às 08h35 o principal índice, o PSI, avançava 0,70% para 6.306,42 pontos.

Depois de três quedas consecutivas nas bolsas europeias desde quinta-feira, “na manhã de hoje, os futuros estão melhor, mas a volatilidade continua demasiado elevada para inspirar muito otimismo”, observou Ipek Ozkardeskaya, analista do Swissquote Bank, citado pela AFP.

O índice VIX (Volatility Index da Chicago Board Options Exchange), que reflete o nervosismo e a aversão ao risco dos participantes no mercado, atingiu no dia anterior os mesmos níveis que durante a pandemia de março de 2020.

“Uma avalanche de manchetes atingiu os mercados: quem está pronto para negociar, quem não está, o que é que Trump disse, o que é que ele quis dizer... é quase impossível prever o que vai acontecer a seguir”, continuou.

Foi da Ásia, na noite de segunda-feira, que os índices voltaram ao verde depois de três sessões tumultuosas: o principal índice Nikkei fechou em alta de 6,02% na Bolsa de Tóquio, depois de o Primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, ter anunciado que acordou por telefone com Donald Trump a continuação das conversações sobre as tarifas norte-americanas, que espera ver modificadas.

O secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, disse à Fox News que “o Japão teria prioridade” em futuras conversações com os parceiros comerciais dos EUA.

“Donald Trump anunciou que não quer fazer uma pausa nas tarifas, mas também disse que está aberto a negociações, o que é paradoxal”, salienta John Plassard, especialista em investimentos da Mirabaud, também citado pela Afp.

Num mercado “sobrevendido” e “na esperança de que ainda haja uma pequena hipótese de negociar com Donald Trump sobre as tarifas”, as bolsas aproveitaram a situação para fazer uma pausa.

No entanto, a recuperação esteve longe de ser uniforme em toda a Ásia. A bolsa de Taiwan continuou a deslizar, tendo caído 3,89% por volta das 8:20, depois de já ter caído 9,7% na segunda-feira - a pior queda desde a sua criação em 1967.

O índice da bolsa vietnamita da cidade de Ho Chi Minh caiu 5,97%.

Na segunda-feira, Wall Street terminou em terreno misto.

O Dow Jones terminou a recuar 0,91% para 37.965,60 pontos, que compara com o máximo desde que o índice foi criado em 1896, de 45.014,04 pontos, em 04 de dezembro de 2024.

O Nasdaq, índice de cotadas de alta tecnologia, fechou a subir 0,10% para 15.603,26 pontos, contra o máximo de sempre, de 20.173,89 pontos, verificado em 16 de dezembro de 2024.

O preço da onça de ouro, um ativo de refúgio, estava a subir para 3.009,10 dólares, contra 2.970,62 dólares na segunda-feira e o atual máximo histórico, de 3.131,52 dólares, atingido em 2 de abril.

Os juros da obrigação a 10 anos da Alemanha, considerada a mais segura da Europa, subiam para 2,612%, contra 2,610% na sessão anterior.

O preço do petróleo Brent para entrega em junho, a referência na Europa, avançava para 64,62 dólares, contra 64,21 dólares na segunda-feira.

O euro estava a avançar, a cotar-se a 1,0959 dólares no mercado de câmbios de Frankfurt, contra 1,0932 dólares na segunda-feira e 1,0218 dólares em 13 de janeiro, um mínimo desde 10 de novembro de 2022.

Lusa

China acusa EUA de não estarem dispostos a dialogar

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China afirmou hoje que as ações dos Estados Unidos “não refletem uma vontade genuína de encetar um diálogo sério”, no meio de uma escalada de ameaças tarifárias e contramedidas entre as duas maiores economias do mundo.

“Se os EUA querem realmente dialogar, devem demonstrar uma atitude de igualdade, respeito e benefício mútuo”, disse Lin Jian, sublinhando que se Washington “insistir numa guerra tarifária ou comercial” sem ter em conta “os interesses de ambos os países e da comunidade internacional”, a China “está preparada para ir até ao fim”.

O porta-voz sublinhou que os interesses de soberania, segurança e desenvolvimento da China são inegociáveis e avisou que o seu país “continuará a tomar medidas firmes e enérgicas” para proteger os seus direitos legítimos.

“Não há vencedores numa guerra comercial”, insistiu Lin, denunciando que os EUA “têm vindo a impor tarifas de forma imprudente”, uma política que “viola gravemente as regras da Organização Mundial do Comércio, mina o sistema multilateral baseado em regras e desestabiliza a ordem económica global”.

“Trata-se de unilateralismo, protecionismo e intimidação económica no seu estado mais puro”, afirmou, acrescentando que “o povo chinês não está à procura de problemas, mas também não tem medo deles” e que “a pressão, as ameaças e a chantagem não são a forma correta de interagir com a China”.

Lusa

China avisa que irá tomar medidas após Trump ameaçar Pequim com tarifas de 50%

O presidente dos EUA ameaçou aplicar uma taxa adicional de 50% sobre os produtos chineses e Pequim respondeu esta terça-feira ao anunciar que vai “tomar resolutamente contramedidas para salvaguardar os seus próprios direitos e interesses”.

A aplicação das “chamadas ‘tarifas recíprocas’” à China é “completamente infundada e é uma prática típica de ‘bullying’ unilateral”, declarou, em comunicado, o Ministério do Comércio, dando a entender que tomará mais medidas de retaliação, caso seja necessário.

“As contramedidas tomadas pela China têm como objetivo salvaguardar a sua soberania, segurança e interesses de desenvolvimento e manter a ordem normal do comércio internacional. São completamente legítimas”, indica o Ministério do Comércio chinês, de acordo com o documento citado pela Lusa.

“A ameaça dos EUA de aumentar as taxas sobre a China é um erro em cima de um erro e mais uma vez expõe a natureza chantagista dos EUA. A China nunca aceitará isso. Se os EUA insistirem nesse caminho, a China lutará até ao fim”, indica a nota.

Bolsa de Lisboa abre a subir 1,49%

A bolsa de Lisboa abriu esta terça-feira em terreno positivo, com o índice PSI (Portuguese Stock Index) a subir 1,49 %, para os 6.355,77 pontos.

Na segunda-feira, a bolsa de Lisboa encerrou em queda, com o índice PSI a cair 5,63% para 6.262,28 pontos e todas as cotadas no 'vermelho', num dia negativo também para as principais praças europeias devido ao impacto das tarifas impostas pelos EUA.

Lusa

Brent subiu 0,98% após ter perdido mais de 14% nas últimas sessões

O preço do barril de petróleo Brent para entrega em junho recuperou esta terça-feira ligeiramente no mercado de futuros de Londres, subindo 0,98%, depois de ter perdido mais de 14% nas últimas sessões devido ao impacto das tarifas.

O crude do Mar do Norte, de referência na Europa, negociava a 64,84 dólares na Bolsa Internacional (ICE) por volta das 06:10, uma subida de 0,98% face ao fecho de segunda-feira, de 64,21 dólares.

O ouro negro estava acima da marca dos 70 dólares em março, antes de o presidente norte-americano, Donald Trump, impor tarifas para proteger as indústrias do seu país.

Os países do sudeste asiático foram os mais afetados pelas tarifas, o que levou a China a impor uma tarifa de retaliação de 34% sobre os produtos importados dos EUA.

A medida dos EUA desencadeou uma queda nos mercados bolsistas de todo o mundo, em meio a receios de uma recessão global.

Lusa

Musk já terá pedido a Trump para recuar na imposição de tarifas

EPA/KENNY HOLSTON

O The Washington Post avança esta terça-feira que o multimilionário Elon Musk pediu ao presidente dos EUA Donald Trump para reverter a sua política de tarifas aduaneiras.

O pedido do proprietário da Tesla e da SpaceX terá sido feito durante o fim de semana. O jornal, que cita duas fontes, escreve que este terá sido o maior desentendimento entre o presidente dos EUA e aquele que é considerado o seu conselheiro.

Musk, recorde-se, está à frente do Departamento de Eficiência Governamental dos EUA, e já tinha afirmado que o impacto das tarifas sobre os automóveis da Tesla era “significativo”.

China acusa os EUA de "bullying económico" e de "desestabilizar" as economias mundiais

"As guerras comerciais não têm vencedores”, afirmou esta terça-feira o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China. Em conferência de imprensa, acusou os EUA de "bullying económico" e de “desestabilizar” as economias mundiais com a imposição de tarifas aduaneiras.

O “abuso” dos direitos aduaneiros por parte dos Estados Unidos “infringe gravemente” os interesses dos países de todo o mundo, referiu Lin Jian. “A China lamenta profundamente e opõe-se firmemente a esta situação", vincou.

“O povo chinês nunca cria problemas nem teme problemas. Extorquir a China não é a forma correta de se relacionarem connosco”, explicou Lin Jian, referindo que a China fará o que for “necessário para salvaguardar firmemente os seus direitos e interesses legítimos e legais”.

Líder de Hong Kong acusa "imposição irresponsável" de taxas pelos EUA

O chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, afirmou esta terça-feira que a "imposição irresponsável" de tarifas aduaneiras pela Administração Trump está a prejudicar o comércio internacional, acusando os Estados Unidos de se descomprometerem com o comércio livre.

"A imposição irresponsável de tarifas aduaneiras está a afetar muitos países e regiões em todo o mundo, com enormes aumentos nas taxas de importações e numa vasta gama de bens, perturbando a ordem económica e comercial mundial e criando riscos e incertezas significativos", afirmou o chefe do Executivo da região administrativa especial chinesa.

Os Estados Unidos “deixaram de estar comprometidos com o comércio livre” e “o seu comportamento implacável está a prejudicar o comércio mundial e multilateral”, afirmou Lee.

Lusa

Bolsas chinesas abrem em alta apesar das ameaças de Trump

As praças financeiras da China continental subiram na sessão de abertura, apesar da ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor taxas adicionais de 50%, se Pequim não levantar as taxas sobre produtos norte-americanos.

Os índices de referência das bolsas de Xangai e Shenzhen subiram 0,21% e 0,97%, respetivamente, no início das negociações.

A Bolsa de Valores de Xangai subiu cerca de 20 pontos, enquanto a Bolsa de Valores de Shenzhen subiu cerca de 150 pontos.

As bolsas de Xangai e Shenzhen caíram 7,34% e 9,66%, respetivamente, na segunda-feira, na sequência do pacote de contramedidas anunciado na passada sexta-feira pelas autoridades chinesas, que inclui taxas adicionais de 34% sobre os produtos norte-americanos.

O principal índice da Bolsa de Hong Kong, o Hang Seng, subiu cerca de 2,46%, somando mais de 500 pontos após os primeiros minutos da sessão de hoje, para cerca de 20.350.

O Hang Seng caiu 13,2% na segunda-feira, a maior queda desde a crise de 2008, perante os receios de uma recessão global provocada pelas tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.

Lusa

Empresas de investimento estatais chinesas compram ações para estabilizar mercado

As plataformas de investimento estatais chinesas anunciaram um aumento das suas participações em fundos negociados em bolsa (ETFs) e em ações de empresas estatais, no âmbito dos esforços para estabilizar as praças financeiras chinesas.

O China Chengtong Holdings Group, sob a alçada da Comissão de Supervisão e Administração de Ativos Estatais do Conselho de Estado, disse hoje que as suas filiais financeiras expandiram as posições nestes ativos. De acordo com um comunicado publicado na sua conta oficial na rede social Wechat, a empresa vai continuar a fazer aquisições em grande escala em empresas estatais e empresas “empenhadas na inovação tecnológica”.

A entidade expressou vontade de desempenhar um papel de investidor a longo prazo e de contribuir para o desenvolvimento das empresas cotadas.

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Também a China Reform Holdings, outra empresa de investimento estatal, emitiu uma mensagem a expressar confiança nas perspetivas do mercado e a intenção de atuar como capital estratégico com “uma abordagem de longo prazo”.

A estas ações juntou-se uma iniciativa anunciada na segunda-feira pelo fundo de investimento estatal Central Huijin, que afirmou ter aumentado recentemente as suas participações em ETF e que iria continuar a fazê-lo.

A empresa reiterou, numa declaração, o empenho no “funcionamento estável” do mercado de capitais.

Os anúncios foram feitos numa altura de quedas generalizadas nos mercados bolsistas asiáticos e num dia em que as bolsas de Xangai e Shenzhen, na China continental, caíram 7,34% e 9,66%, respetivamente.

No mesmo dia, o principal índice bolsista de Hong Kong caiu 13,2%, a maior queda desde a crise de 2008, devido aos receios de uma recessão global, depois de os Estados Unidos terem imposto taxas “recíprocas” e de a China ter respondido com uma taxa de 34% sobre todos os produtos norte-americanos.

Lusa

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