Preços das casas de luxo no Porto crescem acima de Madrid e Zurique
Amin Chaar/Global Imagens

Preços das casas de luxo no Porto crescem acima de Madrid e Zurique

Crescimento dos preços na Invicta superou os de Madrid, Lago de Como e Paris, diz estudo que avaliou 100 mercados internacionais. Lisboa e Algarve também se evidenciaram no segmento luxo.
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O preço das casas de luxo no Porto registou um aumento de 6,8% no ano passado quando comparado com 2023. Foi a cidade portuguesa que apresentou a maior valorização neste segmento, revela o estudo da consultora internacional Knight Frank, que tem por base a análise de 100 mercados internacionais. A subida é superior à verificada em localizações consolidadas como Madrid (5,5%), Zurique (4,4%), Lago de Como (1,8%) ou Paris (0,8%). O Porto ascendeu, assim, à 17ª posição no ranking Prime International Residential Index, quando em 2023 ocupava o 29º lugar.

No Algarve, região que tradicionalmente atrai um forte volume de investimento internacional, a habitação de luxo observou uma valorização de 5,6%, o que lhe garantiu a 25º posição no ranking. Em Lisboa, o preço dos imóveis premium subiu 5,3%, o menor aumento entre os territórios portugueses avaliados, mas permitiu escalar do 60º lugar para o 28º. O top 30 integra assim os três territórios nacionais avaliados neste relatório internacional, cujas valorizações estão muito acima da média registada no total do continente europeu.

No ano passado, o preço das residências de luxo na Europa apresentou um crescimento médio de apenas 2,5%, o que é explicado pelas elevadas taxas de juro, o abrandamento das economias e a fraca confiança dos consumidores. Segundo o estudo, foi um ano de normalização após o movimento favorável provocado pela pandemia. O valor dos imóveis de luxo nas cidades europeias registou um aumento de 2,7%, superando as regiões balneares e de esqui pela primeira vez desde a crise pandémica.

Já nos imóveis com preços superiores a 10 milhões de dólares (cerca de 9,2 milhões de euros) verificou-se uma desaceleração nas vendas nas localizações mais exclusivas. Potenciais compradores optaram por arrendar, refletindo um sentimento de maior cautela, diz o estudo.

Ainda assim, o Sul da Europa evidenciou-se na valorização destes ativos, com Corfu (aumento de 8,9%), Porto (como já referido, 6,8%) e Lucca (6,2%) a lideram os mercados com melhor desempenho. Segundo o relatório, oito dos 10 mercados europeus que registaram maiores subidas estão em Espanha, Portugal, Itália e Grécia. O Porto marca presença no top 3. A performance nacional justifica-se pelo “contínuo interesse da procura, fomentada por mais-valias como o estilo de vida, segurança e cultura”, que colocam o país na mira dos investidores, diz Francisco Quintela, sócio fundador da Quintela + Penalva, imobiliária que em 2021 firmou uma parceria com a britânica Knight Frank.

No geral, os preços do imobiliário residencial de luxo mantiveram a trajetória ascendente em 2024, apresentando um aumento de 3,6%, ligeiramente superior aos 3,3% observados em 2023. Entre os 100 mercados analisados, 77 registaram uma subida positiva e 20 viram os preços caírem. As cidades asiáticas e do Médio Oriente ocupam os primeiros seis lugares do ranking. A liderarem a lista estão Seul, com uma valorização de 18,4%, Manila, de 17,9%, e o Dubai, de 16,9%. O relatório mostra também que os mercados da Arábia Saudita evidenciaram um forte desempenho, como são exemplo Riade (aumento de 16%) e Jeddah (9,6%).

A melhoria da taxa de crescimento anual foi impulsionada pelo forte desempenho regional no Médio Oriente (7,2%) e na América Latina e Caraíbas (6,3%). A valorização na América do Norte, que atingiu os 2,4%, foi travada por um crescimento mais fraco nos mercados residenciais de luxo do Canadá e em alguns dos EUA, como é o caso de Miami. As estâncias balneares mantiveram a tendência observada desde a pandemia, apresentando um crescimento de quase 30%, contra 25% nos mercados de esqui e 19% nas cidades.

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