Sede do BCE, em Frankfurt.
Sede do BCE, em Frankfurt.Dirk Claus/ECB

BCE deve manter juros esta semana e mais cortes só depois do verão, preveem analistas

Reunião de julho do Banco Central Europeu deverá ser a primeira do ano em que não são anunciados cortes de juros.
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O Conselho de Governadores do BCE vai voltar a reunir-se esta semana para decidir o futuro da política monetária europeia, com os analistas a preverem que as taxas de juro diretoras se mantenham até ao fim do verão.

“É praticamente certo que o BCE [Banco Central Europeu] irá manter as taxas de juro inalteradas, o que tornará a reunião de julho a primeira do ano em que não são anunciados cortes de juros. Os mercados têm a expectativa de que a ‘depose’ irá manter nos 2%, com uma probabilidade próxima de 100%”, refere o BPI Research, na antecipação da reunião de dia 24.

No entender do BPI Research, a pausa está alinhada com a nova estratégia de política monetária apresentada pelo BCE no início do mês, em que “reconhece a existência de um ambiente estruturalmente mais incerto e volátil, defendendo a necessidade de ter uma capacidade de atuação flexível”.

Sede do BCE, em Frankfurt.
BCE quer mexidas nos juros com impactos menos exagerados nas empresas e famílias

A haver novas mexidas, serão deixadas para depois do verão, com vários analistas a preverem um último corte de 25 pontos base que deixe a taxa de depósitos nos 1,75% antes do fim do ano.

Para o BPI Research, uma redução depois desta pausa prevista seria “preventiva e em resposta à alta incerteza geopolítica e aos riscos de queda sobre a atividade económica”.

A expectativa é partilhada pelo economista sénior da Generali Investments Martin Wolburg, que apontou que o BCE deverá manter as taxas de juro, “mas manter uma postura de política aberta”.

Sede do BCE, em Frankfurt.
BCE só deve voltar a cortar taxas de juro depois das férias de verão

O analista acrescentou que as projeções atualizadas em setembro poderão representar um novo corte de 25 pontos base, para 1,75%, e que mais que isso só se os riscos de desaceleração da atividade se concretizarem.

Martin Wolburg afirmou ainda que a recente valorização do euro poderá ter um efeito de desinflação, isto num cenário em que “o crescimento é fraco e está rodeado de riscos geopolíticos e relacionados com as tarifas”.

O diretor de Investimento Global (CIO) de Mercados Públicos da Allianz Global Investors (Allianz GI), Michael Krautzberger, também partilhou a expectativa de que o BCE interrompa os cortes nas taxas de juro na reunião de dia 24 de julho.

Krautzberger também considerou as tensões comerciais entre Estados Unidos da América e UE como o maior risco a curto prazo para a economia do euro, mas destacou que os dados dos inquéritos na zona euro “recuperaram de mínimos em abril, impulsionados pelas tarifas, enquanto a inflação está de novo próxima da meta de inflação do BCE”.

Na última reunião de política monetária em 04 e 05 de junho, em Frankfurt, o Banco Central Europeu (BCE) desceu as taxas de juro em 0,25 pontos base, tendo a principal taxa diretora caído para 2%.

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BCE corta taxa de juro para 2%, o nível mais baixo desde 2022

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