Apagão da Amazon Web Services deixa centenas de sites em baixo

Apagão da Amazon Web Services deixa centenas de sites em baixo

Falha no centro de dados da Virgínia, EUA, provocou dificuldades a empresas como Microsoft, Netflix, YouTube, e a própria Amazon. Problema foi identificado e já foi reposta quase toda a normalidade.
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A Amazon Web Services (AWS), a maior rede mundial de servidores na ‘cloud’, sofreu um apagão no início da manhã de ontem, segunda-feira, que afectou centenas de sites e serviços digitais um pouco por todo o mundo. Redes sociais como o Facebook, YouTube ou o Snapchat, serviços de streaming como o Netflix, os videojogos Roblox e Fortnite, e a Microsoft e a própria Amazon registaram dezenas de falhas nas operações. Os problemas tiveram origem nas instalações da AWS no estado norte-americano da Virgínia, um dos maiores e mais antigos centros de dados da empresa. A AWS anunciou entretanto que o problema estava em resolução, com a maioria dos pedidos aos serviços a ser processada "corretamente".

Certo é que não é a primeira vez que estes sofisticados sistemas tecnológicos falham e instauram uma espécie de caos no mundo. Ontem, foi um desses dias. O fornecimento de tecnologia para as empresas operarem online da AWS falhou. A Microsoft foi uma das plataformas mais afetadas, tendo sido reportadas até 12h15 de Portugal 78 falhas no Microsoft Outlook, avançou o portal Downdetector, um rastreador de problemas online. A Microsoft 365, responsável por serviços como o Word, Excel ou Powerpoint, também registou várias dificuldades. Os utilizadores avançaram ao Downdetector que estas falhas estariam relacionadas com a ligação do servidor, o serviço de armazenamento OneDrive e o programa de documentos Word. O Microsoft Teams também não escapou às disrupções provocadas pelo apagão da AWS.

A manhã ficou marcada por diversas dificuldades em aceder aos serviços de séries e filmes da Netflix. No que toca ao entretenimento, foram apresentadas mais de cinco mil ocorrências no videojogo Fortnite e mais de 800 na Playstation Network, somando-se ainda entraves no funcionamento de jogos como Roblox, Pokemon ou Clash Royale. As redes sociais também estiveram em baixo. O Downdetector registou 149 falhas no YouTube, nomeadamente erros no funcionamento da página eletrónica e da aplicação, e dificuldades na reprodução dos vídeos. O Facebook e Snapchat também verificaram problemas nas aplicações. A Google foi alvo de 140 ocorrências.

Os serviços da Amazon não ficaram imunes a este apagão. Os utilizadores das câmaras de segurança Ring e dos altifalantes inteligentes Alexa revelaram no Downdetector que estes equipamentos não estavam a funcionar. Clientes do gigante tecnológico disseram que não conseguiam aceder ao site da Amazon nem descarregar livros para os kindles.

A Comissão Europeia optou mesmo pela utilização de “métodos tradicionais” como e-mails, devido aos problemas técnicos verificados na AWS e afirmou ir avaliar “medidas adicionais” no que toca às suas redes de comunicação, disse a porta-voz principal da instituição, Paula Pinho, na conferência de imprensa diária, em Bruxelas. “Assim que tivermos esclarecimentos da empresa sobre o que levou a esta interrupção, veremos se precisamos de tomar medidas adicionais, também em termos de resiliência das nossas próprias redes de comunicação”, adiantou a responsável.

Na página electrónica, a AWS confirmou ter detetado os problemas por volta das 8h11 (hora em Portugal). “Os engenheiros responderam imediatamente e estão a trabalhar ativamente para mitigar o problema e compreender completamente a sua causa raiz”, adiantou posteriormente. A base de dados Amazon DynamoDB e o processo que utiliza para comunicar com o referido centro de dados terão sido a causa deste apagão.

Os serviços da AWS já tinham gerado constrangimentos noutras ocasiões. Em 2021, sucedeu a interrupção mais longa da história da empresa. Ao longo de mais de cinco horas, reservas de companhias aéreas, concessionários de automóveis, aplicações de pagamento, serviços de streaming, entre outros, estiveram offline. Também em 2017, 2020 e 2023 foram registados constrangimentos nos serviços da empresa, embora com menor impacto.

No ano passado, a CrowdStrike foi protagonista de uma das mais graves crises tecnológicas, quando a atualização do seu software Falcon provocou uma falha informática que afetou a operação de companhias aéreas, aeroportos, bancos e hospitais.

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