A Superliga (já rebatizada de A22) continua a dar que falar e assume agora contornos milionários. Segundo o jornal espanhol AS, o valor da indemnização pedida pelo Real Madrid e a organização da A22 Sports Management é de 4500 milhões de euros. A ação resulta da decisão do Tribunal de Madrid, conhecida na quarta-feira, que rejeitou os recursos interpostos pela UEFA, pela LaLiga e pela Federação Espanhola de Futebol contra a decisão do Juízo do Comércio n.º 17 de Madrid, que concluiu que a FIFA e a UEFA abusaram da sua posição dominante e, por isso, devem "cessar as suas condutas anticoncorrenciais". O processo inicial começou com uma denúncia da Superliga, apoiada pelo Real Madrid, que garante ter tentado, durante este ano, marcar várias reuniões com a UEFA por forma a encontrar uma solução, mas sem sucesso, tendo agora decidido agir judicialmente. "Vamos continuar a trabalhar pelo bem do futebol mundial e dos seus adeptos. Ao mesmo tempo iremos pedir à UEFA os valores dos danos sofridos", pode ler-se na missiva dos merengues.Esta já não é a primeira vez que a UEFA é derrotada em tribunal, que continua sem cumprir a sentença do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE), que, em dezembro de 2021, determinou que “as regras da FIFA e da UEFA sobre a autorização prévia das competições de futebol de clubes, como a Superliga, violam o Direito da União por abuso de posição dominante e impedimento da livre concorrência no mercado”.Mas o organismo liderado por Aleksander Čeferin continua a desvalorizar as decisões judiciais, defendendo que a decisão do tribunal espanhol, passível de recurso, "não valida o projeto abandonado da Superliga anunciado em 2021, nem enfraquece as atuais regras de autorização da UEFA, adotadas em 2022 e atualizadas em 2024, que continuam plenamente em vigor".O anúncio da criação de uma Superliga Europeia para fazer concorrência (ou substituir a Liga dos Campeões) caiu que nem uma bomba no futebol europeu em 2021. Na altura, um total de 12 clubes aliaram-se ao projeto, como o Real Madrid, Barcelona, Atlético de Madrid, AC Milan, Arsenal, Chelsea, Inter de Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Tottenham. Para o projeto ser viável eram precisos 20 clubes, mas, perante as ameaças de exclusão das provas europeias da UEFA, os clubes foram saindo do projeto, com exceção de Real Madrid e Barcelona.Mesmo assim, a ideia da Superliga voltou em força em 2024, sob o nome de Unify League, organizada pela empresa criada para esse efeito, a A22 Sports Management, que tem Bernd Reichart como CEO, tendo sido pedido a FIFA e UEFA que fosse oficialmente reconhecida como um torneio oficial, mas sem sucesso..Jogadores desafiam leis da FIFA com ação legal de milhares de milhões de euros