O basquetebol feminino português está a horas de fazer história com a primeira participação em campeonatos da Europa. A seleção estreia-se no EuroBasket2025, quinta-feira, frente às campeãs europeias, as belgas. Portugal é a 40ª seleção no ranking mundial e a terceira pior classificada (à frente da Lituânia, 45ª, e a Suíça, 49ª) das 16 presentes na prova, mas ambiciona surpreender.A estreia no Grupo C do Eurobasket em 19 de junho é frente à campeã Bélgica, e joga no dia seguinte com a anfitriã República Checa, fechando a primeira fase frente a Montenegro, em 22.A maioria (9) das 12 eleitas por Ricardo Vasconcelos, joga em campeonatos estrangeiros. Há uma mãe campeã, uma fisioterapeuta, uma futura médica dentista, uma apaixonada pela moda, uma amante de fotografia, uma capitã respeitada, uma jogadora com mais de 100 internacionalizações, e algumas jogadores com basquetebol no sangue. E respondem pelo cognome As Linces.Joana Soeiro: a jogadora que promoveu o basket a dançarNascida a 24 de janeiro de 1995, na Gafanha da Nazaré, a experiente base (30 anos) já conta com 60 internacionalizações. O gosto pelo basquetebol começou com apenas 6 anos de idade, por querer seguir os passos do irmão que jogava no Grupo Desportivo da Gafanha. Foi lá que começou a jogar em 2001/02.Em 2009, foi convocada à seleção e em 2012 mudou-se para o Sport Algés e Dafundo, onde conquistou títulos nacionais antes de se mudar para os EUA para estudar gestão e jogar na Universidade de Marian (Indiana). Na última época jogou pelo CD Zamarat de Espanha, e foi uma das jogadoras-chave na equipa que alcançou a Final-4 dos playoffs de subida à Liga Feminina.Joana Soeiro é fotogénica e ficou viral nas redes sociais do FIBA 3x3 por dançar na bancada enquanto via jogos no pavilhão. Veste a camisola número 1.Maianca Umabano: a futura médica do GDESSACom 35 internacionalizações, a atleta que joga a extremo (28 anos) é uma das três jogadoras da liga portuguesa presentes na convocatória. Com uma carreira sólida no GDESSA, clube que representa desde 2014, Maianca formada no NCR Valongo, onde esteve de 2005 a 2013.A luso-guineense nascida em Bissau (01-05-1997) foi protagonista de um dos momentos mais importantes da história do basquetebol português, ao ajudar a seleção a conquistar, pela primeira vez, a tão desejada qualificação para o EuroBasket feminino.É uma pessoa extrovertida e aluna do Mestrado em Medicina Dentária, seguindo assim as pegadas do pai. Veste a camisola 2.Inês Viana: a futura fisioterapeuta bicampeãNatural de São João da Madeira (10-07-1997), Inês Viana era uma "maria-rapaz", nas palavras da própria, que só queria fazer tudo o que o irmão fazia e assim foi para ao basquetebol.Formada na Sanjoanense, com 17 anos mudou-se para Lisboa para jogar no Quinta dos Lombos. Na época 2016/17 mudou-se para o Benfica, depois foi para o CAB Madeira, Olivais, e em 2019 emigrou, primeiro para a Suíça, depois para a Bélgica e para a Bielorrússia, antes de voltar ao Benfica em 2023. Foi um regresso feliz: sagrou-se bicampeã da Liga Betclic esta época.Fã dos pais, de Mery Andrade e Cristiano Ronaldo, a futura fisioterapeuta (30 anos) é jogadora profissional e funciona como se fosse a 4.ª treinadora da seleção devido à sua excelente leitura de jogo. Veste a camisola 4..Carolina Rodrigues: a fisioterapeuta que ergueu a taça da SuíçaA camisola 5 de Portugal tem 26 anos e 49 internacionalizações. Começou a jogar basquetebol com 12/13 anos no CIBA da Amadora, onde nasceu a 25-09-1998. Descobriu que "tinha jeito" e os pais acabaram por o inscrever na equipa da Escola Secundária da Amadora.Vestiu as camisolas da Quinta dos Lombos, do Olivais FC, da SIMECQ e do Benfica, além de ter representado o Belfius Namur-Capitale e Kangoeroes Mechelen na Bélgica. Terminou a época na principal liga suíça em 2º lugar com o Elfic Fribourg, tendo vencida a taça da Suíça e a taça da liga suíça.É bastante sociável e já pode dar uma ajuda à equipa médica da equipa, uma vez que é uma fisioterapeuta formada, além de ser uma das base da seleção.Laura Ferreira: a internacional precoceCom parte da formação feita nos Estados Unidos, na equipa da Universidade da USF (Florida), Laura representa a seleção desde os 16 anos. Aos 8 anos a mãe inscreveu-a no minibasket com a minha irmã, e durante 7 anos consegui conciliar com a natação, depois de ser chamada às seleções distritais optou pelo basket. Desde então, jogou na ESA (Amadora), na ESSA (Barreiro) e nos EUA. Na última época em França, no Basket Club La Tronche Meylan.Nascida em Lisboa (19-06-1995), Laura joga a extremo e conta com 64 internacionalizações. As colegas dizem que está sempre com um sorriso pronto a oferecer, porque, segundo ela a vida é para viver e não para complicar. Para ela o desporto é 80% mental e 20% físico e por isso recorre à piscina quando precisa relaxar e renovar energias.Recuperou de uma lesão no pé esquerdo com "muita força interior e determinação", mas "também com muita paciência e consciência de que precisava de dar tempo ao tempo para recuperar" e poder regressar bem e ir ao EuroBasket. Veste a camisola 9.Maria João Correia: uma apaixonada por moda que é a 2.ª mais internacional É uma das poucas jogadores 'centenárias' das quinas e a segunda mais internacional de sempre, com 102 jogos pela seleção. Começou a jogar basquetebol com oito anos no CAB Madeira, clube onde fez toda a sua formação e se estreou na equipa principal com 15 anos. Conquistou diversos troféus e foi eleita a Melhor Jogadora da época 2013/14. Jogou ainda nos espanhóis do CREF, no Valencia e no Sporting.A futura enfermeira pode jogar como base e extremo. Madeirense de gema (28-02-1991), não perdeu sotaque apesar de jogar além fronteiras há uma década. Na na última época representou o AzulMarino Mallorca Palma, ao lado da capitã Sofia da SilvaTem 34 anos e é apaixonada por moda. Veste a camisola 10.Lavínia Silva: a veterana campeã britânicaCom 37 anos é a veterana da equipa. Nascida em Lisboa, em 01-04-1988, Lavínia começou a jogar tarde, com 16 anos, na escola e conseguiu o primeiro troféu no Boa Viagem. É profissional de basquetebol há 16 anos e há 13 que integra a seleção portuguesa. Conta com 70 internacionalizações.Já passou por Itália, Islândia, Luxemburgo, Reino Unido, onde representou, na última temporada, o Oaklands Wolves, clube campeão da WBBL Women e da WBBL Cup. Veste a camisola 11.Josephine Filipe: a treinadora influencerNada supersticiosa, a extremo/poste (29 anos) veste a camisola número 13. Com 59 jogos internacionalizações ao serviço de Portugal, atuou na última temporada no Al-Qázeres Extremadura, em Espanha. Aos 29 anos faz parte da história da modalidade e acredita que o segredo de um bom desportista é "querer melhorar 1% todos os dias". Josephine Filipe, também conhecida por Jusse é muito sociável e instagramável e está sempre a tentar incluir a equipa nos seus TikToks. Formada em Desporto, tem curso de treinadora de basquetebol. .Sofia da Silva: a respeitável capitãCarinhosa e atenciosa com as colegas, Sofia da Silva é muito respeitada no balneário. A capitã "sem medo de ninguém", é uma “gestora de emoções” do balneário e partilha da ansiedade da seleção por viver o sonho de jogar um europeu. É uma jogadora com 34 anos e 89 internacionalizações. Natural de Coimbra começou a jogar basquetebol aos 13 anos na Associação Académica de Coimbra e iniciou uma carreira que a viu passar pelos Estados Unidos, Espanha, Turquia e Bélgica. Em 2024/25 representou, ao lado de Maria João Correia, o AzulMarino Mallorca Palma, em Espanha, chegando à Final-4 da Liga Challenge. Veste a camisola 14. Mariana Silva: a bicampeã com basquetebol no sangue A extremo (26 anos), que representou o Benfica durante esta época, é bicampeã da Liga Betclic e soma 25 internacionalizações. Tem como ídolo a sua mãe Teresa Barata, jogadora, treinadora, selecionadora e portuguesa. Nascida em 18-05-1999 é também filha de Hélder Silva, ex.jogador de Sporting e Benfica.De tanto ir ver os treinos dos pais no Rio Maior Basket, Mariana começou a jogar e já no ensino secundário foi para o Centro de Alto Rendimento do Jamor para apostar na cae. Passou pelo Clube Desportivo de Torres Novas, Olivais Futebol Clube e Sport Lisboa e Benfica.Não gosta de perder, mas encara a derrota com normalidade. Veste o 18..Márcia Costa: “É altura de deixarem de olhar para nós como um país de pouco basquetebol”.Márcia da Costa: a melhor jogadora da década que é mãe Foi eleita a melhor jogadora da década (2010-2020). Nasceu e cresceu em Setúbal. Chegou ao basquetebol do Clube Naval Setubalense aos 10 anos, aliciada por um gelado e Palmelense e concluiu a formação no Montijo Banda Basket. Destacou-se depois no GDESSA, clube do Barreiro, sendo sempre uma das figuras do campeonato. É jogadora profissional desde o início de 2018, ano em que passou a integrar a seleção, depois de ultrapassar as questões burocráticas sobre a nacionalidade. Hoje tem 50 internacionalizações.Depois de ter sido mãe em 2020 ajudou Portugal a apurar-se para o EuroBasket. Nunca pensou em abandonar e, agora, com 35 anos a extremo, que foi campeã na Bélgica, na sua primeira temporada a representar o Castors Braine, quer fazer "mais do que três jogos" no Europeu.Márcia é "muito supersticiosa" e licenciatura em Educação Física, mas nem quer pensar no fim da carreira. É a maior referência da seleção. Veste a camisola 31.Carolina Cruz: a filha de basquetebolista que adora fotografiaFilha de Artur Cruz, internacional português e atualmente comentador da modalidade, e nascida em Almada em 17-04-2001, Carolina é a mais jovem do grupo.Em 2022 regressou ao Benfica, clube de que saiu ainda juvenil, jogando posteriormente no Queluz, Quinta dos Lombos e na União Sportiva. Jogou ainda na equipa da universidade de Manhattan College. Com 12 internacionalizações, na época passada representou o Polisportiva Galli em ItáliaAmante de fotografia, já chegou a visitar pavilhões só para tirar fotografias. Veste a camisola 99..Portugal apura-se para os quartos-de-final do Europeu e Quenda faz os Sub-21 sonhar .Pedro Proença e a sua equipa receberam da Liga Portugal 346 mil euros por férias não-gozadas