“A Portuguesa é o exemplo mais eloquente, mais típico, do sucesso da nossa emigração”, disse à Lusa António Almeida Silva.
“A Portuguesa é o exemplo mais eloquente, mais típico, do sucesso da nossa emigração”, disse à Lusa António Almeida Silva.Foto: Portuguesa / DR

Clube Portuguesa celebra 105 anos com esperança de alcançar elite do campeonato brasileiro

O clube de futebol, que agora participa na Série D do campeonato brasileiro, conquistou três Campeonatos Paulistas (1935, 1936 e 1973). Em 1996, terminou o campeão da Série A no segundo lugar.
Publicado a
Atualizado a

A Associação Portuguesa de Desportos celebrou na quinta-feira 105 anos, junto à comunidade que fundou um dos clubes mais tradicionais do Brasil e que quer voltar a crescer movido pela "saga, tradição e percurso" dos fundadores. “A Portuguesa é o exemplo mais eloquente, mais típico, do sucesso da nossa emigração”, disse à Lusa António Almeida Silva, histórico líder da comunidade portuguesa de São Paulo e vice-presidente da Casa de Portugal da cidade.

Tal como milhares de portugueses, António Almeida Silva chegou de navio a São Paulo, com apenas dois anos e acompanhado pelos pais, na década de 1950, em busca de uma vida melhor. “Os nossos patrícios entenderam que tinha de haver um clube que reunisse as nossas tradições, os nosso costumes” e “a Portuguesa foi esse clube”, afirmou.

O clube de futebol, que agora participa na Série D do campeonato brasileiro, conquistou três Campeonatos Paulistas (1935, 1936 e 1973), dois Torneios Rio-São Paulo (1952 e 1955), a Série B do Campeonato Brasileiro de 2011 e, em 1996, terminou o campeão da Série A no segundo lugar.

“A nossa saga, a nossa tradição, o nosso percurso”, resumiu assim, referindo-se ao clube que foi fundado a 14 de agosto de 1920, através da fusão de outros cinco clubes luso-brasileiros da capital: Lusíadas, Portugal Marinhense, Cinco de Outubro, Marquês de Pombal e Lusitano.

Além disso, partilha a data do aniversário com a histórica batalha de Aljubarrota de 1385 e utiliza as cores de Portugal e o brasão do país nas camisolas e símbolo. Recentemente, lançaram mesmo uma camisola em homenagem à batalha de Aljubarrota. “Muito nos orgulha ser um clube brasileiro mas honrando as tradições de Portugal”, disse à Lusa o presidente do clube, Antonio Carlos Castanheira.

“Nunca perdi um aniversário da Portuguesa, desde que eu cheguei aqui há 65 anos venho todos os anos”, conta à Lusa com orgulho Teresa Morgado, sócia há mais de 50 anos do clube e dona do restaurante Cais do Porto Taberna, nas imediações do estádio e que todas as terças-feiras alberga a comunidade portuguesa de São Paulo para o almoço tradicional.

“A Portuguesa é o exemplo mais eloquente, mais típico, do sucesso da nossa emigração”, disse à Lusa António Almeida Silva.
Inspirada em clubes europeus, Portuguesa tenta ressurgir no Brasil

Na cerimónia, que agregou junto ao estádio fundado em 1956 (no mesmo ano que António Almeida Silva aportara) dezenas de membros da comunidade portuguesa e lusodescendente de São Paulo, cantou-se o hino dos dois países, falou-se do passado endividado do clube e das esperanças por melhores dias com ambições reforçadas após a chegada de um novo investidor. “Tenho a certeza que vai dar certo e vamos ter muito orgulho”, frisou a adepta do clube que nos últimos anos viveu com ameaças de falência.

Em novembro do ano passado, o consórcio formado pela Tauá Partners, Revee e XP Investimentos adquiriu 80% das ações do clube, transformando-o em Sociedade Anónima Desportiva (SAD), num investimento superior a 1,2 mil milhões de reais (190 milhões de euros ao câmbio atual). Antonio Carlos Castanheira, nascido no Brasil mas com raízes transmontanas, explica que os investidores garantem a injeção de 263 milhões de reais (41 milhões de euros) para os próximos cinco anos no futebol.

Além disso, vão abater o passivo em cerca de 500 milhões de reais (79 milhões de euros) e investir, no mesmo valor, na remodelação do emblemático estádio. Depois de a Portuguesa perder no fim de semana, após uma disputa de penáltis, tendo sido eliminada da Série D, a confiança não foi abalada, com o presidente a assumir a ambição de nos próximos cinco anos colocar o clube na segunda divisão brasileira, ou até mesmo na primeira. “A gente vai chegar lá”, apostou.

“A Portuguesa é o exemplo mais eloquente, mais típico, do sucesso da nossa emigração”, disse à Lusa António Almeida Silva.
Portuguesa de Desportos lança equipamento inspirado na Batalha de Aljubarrota
“A Portuguesa é o exemplo mais eloquente, mais típico, do sucesso da nossa emigração”, disse à Lusa António Almeida Silva.
Jogadores desafiam leis da FIFA com ação legal de milhares de milhões de euros

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt