Depois de quatro derrotas (uma delas responsável pela contratação de José Mourinho), o Benfica conseguiu o primeiro triunfo na Liga dos Campeões à quinta jornada. Foi esta terça-feira, dia 25 de novembro, na Johan Cruyff Arena, em Amesterdão, diante de um Ajax em crise, com golos de Dahl e Leandro Barreiro (2-0).O duelo colocava frente a frente dois históricos em lugares pouco habituais no fundo da tabela europeia. Benfica e Ajax eram as duas únicas equipas entre as 36 da Liga dos Campeões sem qualquer ponto, tendo a equipa portuguesa somado três pontos e deixado os neerlandeses sozinhos nessa condição.Para garantir os primeiros pontos na Champions, a estratégia de José Mourinho passou por abandonar o esquema de três centrais utilizado na Taça de Portugal, diante do modesto Atlético, e voltar aos quatro defesas, com Trubin, Dahl, Richard Ríos, Leandro Barreiro e Sudakov no onze titular. O Benfica entrou melhor no jogo e chegou ao golo bem cedo. Aos 6 minutos, na sequência de um lance de bola parada, Ríos cabeceou para uma excelente defesa de Jaros... e na recarga, bem à frente da grande área, Dahl rematou de primeira para o golo do Benfica.Aos 33 minutos, Davy Klaassen desmarcou-se nas costas da defesa encarnada, mas Trubin estava atento e sacudiu a bola para longe. Weghorst ainda tentou a recarga, mas Otamendi apareceu no caminho da bola. O guarda-redes ucraniano evitou o empate numa altura em que o Ajax treinado pelo interino Fred Grim crescia no jogo.Mica Godts ainda tentou um lance para nota artística elevada, mas o remate em arco, depois de um duplo drible a dois jogadores do Benfica sobrevoou a baliza de Trubin e mandou o jogo para o intervalo sem fazer estragos no marcador.Mourinho saiu disparado para os balneários antes mesmo do árbitro dar a primeira parte por terminada. A pressa do técnico significava missão cumprida ao intervalo. O Benfica marcou e aguentou a vantagem num primeiro tempo equilibrado e com poucos remates à baliza (um do Ajax e dois do Benfica). Para o segundo tempo o objetivo seria o mesmo (e foi), mas não viria mal ao Mundo se o fizesse com mais posse de bola e um futebol mais vistoso. Estratégia foi: esperar pelo erro do adversárioRayane Bounida voltou do intervalo e com muita vontade de construir jogo ofensivo capaz de ferir as águias. Melhor taticamente, os neerlandeses circulavam melhor a bola e iam galgando metros no terreno de jogo, encostando o Benfica bem atrás, levando a bola até à área encarnada. Aos 52 minutos, o capitão do Ajax nem queria acreditar no que acabara de desperdiçar. Após excelente jogada combinada, Davy Klaassen escapou sem marcação entre Otamendi e António Silva e ficou na cara de Trubin, mas bateu mal na bola e viu-a sair pela linha de fundo. Esta forma de jogar dos neerlandeses fazia sobressair uma certa inoperância benfiquista, como se a estratégia (fria e calculista, bem à Mourinho) passasse por aguardar pelo erro do adversário para chegar ao 2-0. Era arriscado, mas se corresse bem (e correu, uma vez que Leandro Barreiro fez o segundo golo do Benfica aos 90 minutos), dava para somar os primeiro três pontos da Champions e começar a amealhar pontos para os nove que, segundo as contas de Mourinho, podem chegar para garantir o playoff da Champions. Faltam agora mais seis pontos e três jogos para a fase liga terminar. E sendo que o próximo encontro é com o Nápoles, dia 10 de dezembro, dias depois do dérbi, com o Sporting, para a I Liga.isaura.almeida@dn.pt.Benfica vence Ajax em Amesterdão em duelo entre equipas à procura de tirar a barriga de misérias na Champions.Ajax-Benfica, um duelo histórico entre as duas únicas equipas sem pontos na Champions