'Menina Júlia', Helena Caldeira, João Jesus e Rita Brütt.
'Menina Júlia', Helena Caldeira, João Jesus e Rita Brütt.Foto: Leonardo Negrão

'Menina Júlia' e a luta de classes no Trindade, com Helena Caldeira, João Jesus e Rita Brütt

Peça do dramaturgo August Strindberg, com adaptação e encenação de João de Brito, diretor artístico do LAMA Teatro, estreia na sala estúdio do Teatro da Trindade no dia 27 de novembro.
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Menina Júlia, escrito em 1888 pelo dramaturgo sueco August Strindberg, um dos pais do teatro moderno, conta a história de Júlia, uma jovem de uma família rica que se envolve com João, criado do Senhor S., pai dela. João é noivo de Cristina, a cozinheira da casa. Esta assiste, resignada, ao que se está passar numa noite de festa. A ação desenrola-se neste triângulo entre Júlia, interpretada por Helena Caldeira (uma das protagonistas da série da Netflix Rabo de Peixe), João, interpretado por João Jesus e Cristina, personagem de Rita Brütt.

"Desejo, sedução, luxúria, ódio, atração e repulsa, conflitos de poder, o choque violento das classes sociais e dos sexos povoam aquela que será uma noite trágica", descreve o Teatro da Trindade na sinopse da peça que estreia no próximo dia 27 de novembro na sala estúdio do Teatro da Trindade Inatel, onde ficará até 18 de janeiro.

'Menina Júlia', Helena Caldeira, João Jesus e Rita Brütt.
'Menina Júlia', Helena Caldeira, João Jesus e Rita Brütt.Foto: Leonardo Negrão

Trata-se de uma coprodução com o LAMA Teatro, de que é diretor artístico João de Brito, que adaptou o texto e encenou o espetáculo. Nesta adaptação, "o texto de Strindberg ganha uma leitura contemporânea e urgente, que acentua o papel da mulher – a sua emancipação, capacidade de decisão e o confronto com as estruturas sociais que a tentam aprisionar", sublinha o Trindade.

Para João de Brito, "Menina Júlia expõe, de forma provocatória e visceral, as tensões entre homem e mulher, rico e pobre, senhora e criado. O espetáculo questiona as fronteiras do amor e da paixão, do domínio e da submissão, transportando o público para um espaço onde as hierarquias se desmoronam e o poder muda, abruptamente, de mãos", lê-se no comunicado.

“Este texto interessa-me pelas personagens, tão bem desenhadas pelo Strindberg, com várias camadas, subtilezas e contradições que desafiam qualquer encenador. Este drama psicológico, esta relação entre o criado – com a sua ambição desmedida – e a Júlia – que quer descer na sua classe para brincar aos pobres –, é de uma atualidade impressionante", diz João de Brito.

"Quando se cruzam, tudo se torna tóxico, e acabam por cair no abismo. Essa luta de classes, essa busca por liberdade e o desejo de romper com os cânones e tradições são temas que continuam vivos, e é por isso que me interessa tanto levá-los à cena em 2025”, acrescenta o encenador.

Veja mais imagens do ensaio da peça na fotogaleria abaixo.

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