Menina Júlia, escrito em 1888 pelo dramaturgo sueco August Strindberg, um dos pais do teatro moderno, conta a história de Júlia, uma jovem de uma família rica que se envolve com João, criado do Senhor S., pai dela. João é noivo de Cristina, a cozinheira da casa. Esta assiste, resignada, ao que se está passar numa noite de festa. A ação desenrola-se neste triângulo entre Júlia, interpretada por Helena Caldeira (uma das protagonistas da série da Netflix Rabo de Peixe), João, interpretado por João Jesus e Cristina, personagem de Rita Brütt."Desejo, sedução, luxúria, ódio, atração e repulsa, conflitos de poder, o choque violento das classes sociais e dos sexos povoam aquela que será uma noite trágica", descreve o Teatro da Trindade na sinopse da peça que estreia no próximo dia 27 de novembro na sala estúdio do Teatro da Trindade Inatel, onde ficará até 18 de janeiro. .Trata-se de uma coprodução com o LAMA Teatro, de que é diretor artístico João de Brito, que adaptou o texto e encenou o espetáculo. Nesta adaptação, "o texto de Strindberg ganha uma leitura contemporânea e urgente, que acentua o papel da mulher – a sua emancipação, capacidade de decisão e o confronto com as estruturas sociais que a tentam aprisionar", sublinha o Trindade.Para João de Brito, "Menina Júlia expõe, de forma provocatória e visceral, as tensões entre homem e mulher, rico e pobre, senhora e criado. O espetáculo questiona as fronteiras do amor e da paixão, do domínio e da submissão, transportando o público para um espaço onde as hierarquias se desmoronam e o poder muda, abruptamente, de mãos", lê-se no comunicado. .“Este texto interessa-me pelas personagens, tão bem desenhadas pelo Strindberg, com várias camadas, subtilezas e contradições que desafiam qualquer encenador. Este drama psicológico, esta relação entre o criado – com a sua ambição desmedida – e a Júlia – que quer descer na sua classe para brincar aos pobres –, é de uma atualidade impressionante", diz João de Brito. "Quando se cruzam, tudo se torna tóxico, e acabam por cair no abismo. Essa luta de classes, essa busca por liberdade e o desejo de romper com os cânones e tradições são temas que continuam vivos, e é por isso que me interessa tanto levá-los à cena em 2025”, acrescenta o encenador.Veja mais imagens do ensaio da peça na fotogaleria abaixo. ."Sr. Engenheiro, alegadamente um musical" estreia a 1 de abril e é inspirado na vida de José Sócrates.'Grease' estreia no Parque Mayer e segue depois para o Casino Estoril e Coliseu do Porto